segunda-feira, 19 de maio de 2014

Empower, Jessica Shirvington


Opinião: Este é o último livro desta série, e estava super animada com a perspectiva de o ler. Tenho adorado cada volume desta série, a escrita da autora emociona-me, torço pelos personagens, e as histórias simplesmente absorvem-me. Portando, era com alguma trepidação que esperava o livro.

Empower começa dois anos após o último livro, e encontramos Violet, a protagonista, em Londres, depois de ter fugido de tudo o que conhecia e viajado mundo fora. Violet tenta cumprir uma promessa que fez, lutando o mais que pode contra os Exiles, e tenta enterrar bem fundo tudo o que aconteceu dois anos antes, pois a alternativa é deixar a dor avassaladora tomar as rédeas. Só que alguns assuntos ficaram por resolver, e quando um amigo se encontra em perigo, a Violet não pode deixar de tentar ajudar, mesmo que signifique encarar aquilo de que tentou fugir.

Declaro que este parágrafo vai ser o Parágrafo de Apreciação da Violet Eden. Ora bem, a Violet é assim o melhor exemplo que eu me consigo lembrar de evolução de uma personagem ao longo de uma série, e melhor, de uma evolução fabulosa. Ela era uma miúda tão confusa e assustada e a fazer asneiras no primeiro livro... e pronto, continua a fazer asneiras, mas agora de maneira mais informada, mais responsável e, convenhamos, mais badass. Os dois anos de sofrimento e de auto-negação tornaram-na mais cautelosa e ponderada, mas continua a ser a jovem destemida e que luta pelos seus. Compreendo agora melhor porque sentiu necessidade de partir, e o tempo que passou ensinou-lhe muita coisa e trouxe-lhe aliados valiosos. Aquilo que acaba por conquistar no fim é mais merecido, por tudo o que teve de enfrentar antes.

Quanto ao Lincoln... o tempo que passou também teve um efeito marcado nele, e o reencontro com a Violet é digno de nota pela sua, hmmm, explosividade. Já estava como o grupo de amigos deles, observando avidamente cada reencontro a torcer por eles. Há um certo grupo de mal-entendidos e falta de compreensão entre os dois que os separava, e eram coisas que precisavam de ser entendidas antes de poderem pensar em reconciliação. O Lincoln também amadurece nestes anos, tornando-se num líder respeitado, e compreende finalmente que não pode lançar-se à frente da Violet sempre que a vê em perigo. A posição dela exige que esteja constantemente em perigo, e isso não é vida. Por sua vez, a Violet precisava de aprender a aceitar a possibilidade de coisas más que vêm com entregar-se a uma coisa muito boa. Como disse, é aquilo com que se debatem este tempo todo (e aquilo que me fazem sofrer a mim) que torna o final mais doce e mais merecido. Adorei aquele momento em que o Lincoln entende finalmente a extensão do sacrifício da Violet e declara, determinado, que vai lutar por ela e que não a vai deixar fugir. É um passo no caminho certo. E quando ela ouve o silêncio e percebe aquilo que lhe faz falta. Toda a gente já o sabia, mas ei, há quem leve tempo a lá chegar.

Sou fã do elenco de personagens secundários que a autora criou para a série. Fora aqueles claramente vilões, não me é possível detestar ninguém. São pessoas cheias de nuances. A Steph é a melhor "melhor amiga" que já vi em livros; normalmente o cliché é o melhor amigo ficar no escuro sem saber da vida do protagonista sobrenatural, e os secretismo afasta-os; aqui, a Violet não hesitou em contar à Steph quando viu que os dois mundos iam colidir, o que permitiu à Steph criar um lugar para si neste mundo, tornando-se um elemento inestimável para os Grigori. Estou tão orgulhosa dela.

Conseguimos compreender melhor o antagonismo da Josephine. Ela é muito determinada, e preocupada com o futuro dos Grigori, e isso faz com que procure o melhor para eles, o que na sua perspectiva chocou por vezes com a Violet. Mas acho que elas acabam por se respeitar e compreender. Senti falta do Spence e do Griffin, que são dois personagens fabulosos, mas o enredo precisava que se mantivessem afastados, e compreendo. Adorei conhecer os Rogues, que foram aliados e amigos muito bons para a Violet nos anos em que esteve afastada. Particularmente o Gray, que, coitado, se mete a jeito para levar uns olhares furiosos do Lincoln. Também apreciei conhecer outros personagens novos, como a Chloe, e rever personagens antigos.

Sobre o Phoenix, acabei a sentir pena e compaixão por ele. Às vezes vilão, às vezes aliado incerto, a sua história é demasiado complicada para explicar. Fez muita coisa errada, mas muitas vezes por boas razões, ainda que mal encaminhadas. Nunca teve realmente uma hipótese com a Violet, nem mesmo no primeiro livro em que ambos consideram uma ligação física, mas mantém a sua lealdade a ela, que é o que o leva a tornar-se num aliado. Acho que aquilo que ele sacrifica no fim vai ser bom para ele. Ter os pés em dois mundos nunca o ajudou.

Depois do livro anterior, ficou um vilão por enfrentar, cuja identidade conhecemos neste volume, assim como os seus objectivos. Faz uma adição muito interessante à mitologia do mundo, e melhor, não é o vilão mais óbvio. Gostei imenso de conhecer mais a extensão das capacidades da Violet e do que a liga ao mundo angélico, e é espantoso que ela tenha conseguido lidar tão bem com o mesmo. Quanto ao enredo, faz um bom balanço entre o expositivo, o exploratório e a acção, e é isso que importa. Adorei as partes iniciais, com o reencontro Violet-Lincoln, e como a sua evolução estava enredado no conflito principal, e adorei os capítulos finais, com o clímax, cheios de acção, e que me deixaram a roer as unhas de preocupação. Estava mesmo um apocalipse para acontecer, e o resultado final era incerto.

Acho que o que tenho a dizer no fim é que fiquei fã da série. Fiquei encantada com a escrita da autora, que é deliciosamente emocional, e adorei o modo como constrói as suas histórias e os seus personagens, e a mensagem que transmite. Acho que não há nada que possa apontar que me tenha desagradado realmente nos cinco livros, e é isso que faz com que vá contar a série como uma das minhas favoritas, e com que tencione continuar a seguir a autora avidamente.

Páginas: 496

Editora: Sourcebooks Fire

2 comentários:

  1. adoro a capa.

    gostei do verbo "trepidar" =p

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    1. Toda a série tem umas capas bem fixes na edição americana, podes ver aqui. ^_^

      Bem, últimos livros de séries deixam-me nervosa, "trepidação" neste caso é bem adequado. xD

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