sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Criaturas Maravilhosas de Kami Garcia e Margaret Stohl

Sinopse: Lena Duchannes é diferente de qualquer pessoa que a pequena cidade sulista de Gatlin alguma vez conheceu. Ela luta para esconder o seu poder e uma maldição que assombra a família há gerações.

Mas, mesmo entre os jardins demasiado crescidos, os pântanos lodosos e os cemitérios decrépitos do Sul esquecido, há um segredo que não pode ficar escondido para sempre.

Ethan Wate, que conta os meses para poder fugir de Gatlin, é assombrado por sonhos de uma bela rapariga que ele nunca conheceu. Quando Lena se muda para a mais infame plantação da cidade, Ethan é inexplicavelmente atraído por ela e sente-se determinado a descobrir a misteriosa ligação que existe entre eles.

Numa cidade onde nada acontece, um segredo poderá mudar tudo.

Opinião: Ethan vive na rígida e antiquada Gatlin, quase contando os dias que faltam para poder ir embora. Lena vem para Gatlin viver com o tio, eremita-mor de Gatlin (tanto que quase ninguém em Gatlin o conhece pessoalmente). Ethan tem vindo a sonhar com uma rapariga desconhecida, reconhecendo-a em Lena. Lena tem capacidades especiais que não tem a certeza de poder controlar.

Este livro vai ficar-me na memória por muito tempo. Por um lado, adorei o desenvolvimento dos sentimentos entre Ethan e Lena, carregado daquela urgência e intensidade que só os adolescentes sabem sentir. Por outro, as autoras entretecem a aproximação entre estes dois personagens com toda uma miríade de coisas que vão acontecendo em Gatlin (afinal está não é "uma cidade onde nada acontece"). Devido a ser uma estranha, e sobrinha do eremita da vila (oh! pecado dos pecados!), Lena é imediatamente mal aceite e excluída dos vários círculos sociais em Gatlin. O escalar desta situação e do ódio contra Lena deixou-me de cabelos em pé; achei que hoje em dia isso não podia acontecer mas suspeito que estou enganada. Outra grande parte da história é o passado que remonta aos tempos da Guerra Civil Americana, com acontecimentos que têm repercussão (e até são, digamos, espelhados) no presente e na natureza da Lena.

Acho que é por juntar estes temas aparentemente não relacionados que o livro me soube tão bem. Os personagens secundários são deliciosos (Amma, Marian, Link e a mãe, a família de Lena, as FRA, os vários alunos da escola secundária, até os antagonistas) e bem construídos. Ninguém parece estar a mais na história. O mistério em volta de Lena e do que vai acontecer quando fizer 16 anos é outro ponto alto que nos põe a devorar páginas, apesar de algumas coisas serem algo previsíveis. A mitologia não é muito carregada, aliás, é bastante simples, mas desenvolvida de uma maneira muito própria.

A atmosfera geral é algo mágica e etérea, e posso dizer que fiquei com um vaziozinho no fim da leitura; nem queria acreditar que já tinha acabado esta leitura tão cativante e... maravilhosa!

P. S.: Devo dizer que gostei muito da capa. Não só as cores, mas também o tratamento a dar aquele ar antigo (e que vai disfarçar se a capa estiver algo gasta).

Título original: Beautiful Creatures (2009)

Páginas: 480

Editora: Gailivro

Tradutora: Ana Beatriz Manso

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