domingo, 29 de janeiro de 2012

Uma imagem vale mil palavras: Sherlock Holmes - Jogo de Sombras

Já tinha tido oportunidade de ver este filme no início do mês, mas por uma razão insondável qualquer esqueci-me de comentar, e como fui ver outra vez com a minha mãe, aproveito agora para comentar o filme. Achei que valeu a pena revê-lo. O enredo dá muitas voltas e gostei de ver o filme sabendo o fim, porque me permitiu parar e apreciar certas coisas.

Aquilo que acho piada a esta adaptação é o facto de não ser necessariamente fiel ao material original, mas ao mesmo tempo, em espírito, há lá coisas que eu identifico com aquilo que conheço das histórias do Conan Doyle. O Sherlock de Robert Downey Jr. está distante do Sherlock que conhecemos, mas funciona. Morro a rir com as cenas dele com o Watson. ("Did you kill my wife? Did you just kill my new wife???" *Watson esgana o Holmes*).

Fiquei desapontada com o suposto destino da Irene Adler. Suspeito que é uma maneira de podem ou não recuperarem a personagem em futuros filmes. Mas "uma forma rápida de tuberculose"? Eu sei que os filmes incorporam alguns elementos de retrofuturismo/steampunk (que eu adoro já agora), mas esta coisa foi um pouco exagerada para a época. Nem hoje há coisas destas. Podiam ter dito que ela tinha tomado um químico qualquer de acção rápida que eu acreditava. (E assim também seria mais fácil de ela sobreviver se quisessem recuperar a personagem.)

O elenco de personagens secundários é bastante satisfatório. Gostei muito da Mary Watson. A Kelly Reilly imprime-lhe um certo grau de malícia e esperteza que lhe permite não ser a donzela em apuros num mundo de homens. Gosto da actriz, bem me pareceu que a conhecia depois de ver o filme pela primeira vez - fez de Caroline Bingley na adaptação de Orgulho e Preconceito de 2005.

O Stephen Fry como Mycroft também foi muito interessante, fica com algumas das cenas e tiradas do filme mais divertidas. O professor Moriarty deixou-me dividida na primeira visualização, entre aborrecido e psicopata subtil, mas da segunda vez inclinei-me mais para a segunda hipótese.

A banda sonora é demais. Há um pequeno trecho, que usaram durante os créditos iniciais e finais e noutros momentos cruciais do filme, que ainda agora me está enfiado na cabeça. Não dá para esquecer! Gostei muito daquelas cenas em slow-motion em que vemos o Sherlock a planear o que vai fazer numa luta. Para um pateta como eu em cenas de acção, é refrescante poder perceber o que as pessoas estão a fazer, já que geralmente está tudo rápido demais para eu perceber alguma coisa. (O que posso fazer? Tenho uns olhos preguiçosos.)

Por falar nessas cenas, a minha preferida é a cena final entre o Sherlock e o Moriarty. Entre a cena de slow-motion que eles protagonizam, mais a cena em que se intercala a acção em dois locais diferentes (o filme fá-lo mais vezes, mas o combinar do jogo de xadrez com o revelar do end-game funciona muito bem), gostei. Ah, e sou parcial à cena em que eles fogem da fábrica... mais uma vez em slow-motion.

O enredo, já mencionei, é algo enrolado, e obriga a seguir com atenção. Há algumas coisas que pressagiam coisas que vão acontecer mais tarde. O uso da tensão na Europa no fim do século XIX para adiantar a 1ª Guerra Mundial não é um enredo novo, mas encaixa bem no confronto Holmes-Moriarty. Acho engraçado que pareça sempre que o Holmes está um passo atrás do Moriarty, mas depois no fim apercebemo-nos que o Sherlock Holmes tinha previsto que muita coisa acontecesse daquela maneira para encaixar no seu plano.

Quanto ao fim... escusava que a piada da camuflagem tive sido utilizada de novo. Teria resultado melhor se não víssemos o Sherlock de todo. Um filme que não trata a audiência como burra durante a maior parte do tempo, mas depois no fim muda de ideias e abana-nos uma coisa óbvia à frente do nariz? Enfim... De resto valeu bem a pena o 1º bilhete e o 2º, por isso decidi ser benevolente e ignorar este faux-pas.

4 comentários:

  1. Acho que nunca vou conseguir gramar a Kelly Reilly. E só vi dois filmes com ela, o P&P em que *naturalmente* só me apetece esbofeteá-la até ela se calar em todas as cenas, e depois o Eden Lake que é DOS FILMES MAIS HORRÍVEIS QUE VI ATÉ HOJE, e que para alem de todo o horror da história, a gaja anda o filme todo aos beijos com o Michael "Mr.Rochester" Fassbender. É preciso ter lata. Hate her!

    Ainda tenho de ver o primeiro Sherlock. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lolol, tenho de me lembrar de não ver esse filme. Parece terrível. :P A verdade é que gosto bastante dela precisamente por causa do ar snobe que ela faz como Caroline Bingley. xD Gostei muito dela nesse papel. ;)

      Acho que podes ir ver este, se quiseres, sem ver o primeiro. Em termos de história não há assim muita continuidade. ;) E assim podes ver a Kelly doutro ponto de vista, porque quem atura este Holmes e este Watson, atura tudo. xD

      Eliminar
    2. Mesmo, não vejas, é muito nasty. Ugh. Dormi mal duas noites seguidas por causa do raio do filme. (Mesmo, mesmo.) Só quis ver por causa do Fassbender mas saiu-me mal o esquema.

      Vou ver, promise! ;)

      Eliminar
    3. *Vai ver ao IMDB que tipo de filme é.* Hmmm um flime de horror. Também não costumo ver muito esse tipo de coisa depois da gorefest em que os filmes do Saw se tornaram. E ver o Fassbender a levar porrada não parece muito aliciante, coitado do homem. :P

      :D Se fores ver deixa a tua opinião, I'm curious. ;)

      Eliminar