domingo, 8 de julho de 2012

Uma imagem vale mil palavras: The Amazing Spider-Man (2012)

Soou bem estranha a decisão de, menos de 10 anos após a estreia do primeiro filme deste franchise cinematográfico, se fazer um reboot, como os produtores lhe têm chamado. Mas até acaba por fazer sentido. É difícil construir sobre o trabalho de outrem, e sem parte do elenco original não teria a mesma piada. A primeira trilogia captou uma parte significativa dos comics, mudando outras coisas, mas deliciou tantos fãs que a única reacção expectável era a de descrença em relação a esta notícia.

Fiquei a achar que foi uma óptima ideia. Esta adaptação explora algumas coisas que fizeram falta na primeira trilogia, e de certo modo está mais em contacto com uma parte da audiência-alvo. Diria que o filme é comparável à revista Ultimate Spider-Man nesse aspecto.

Gostei imenso de ver o Peter como um adolescente do século XXI, fugindo ao estereótipo do nerd. Este miúdo é imensamente esperto, constrói gadgets no tempo livre, usa lentes de contacto, anda de skate, mas ao mesmo tempo tropeça nas palavras, dá com os tios em doidos e leva com o bully da escola. O Andrew Garfield é terrivelmente expressivo e gostei imenso dele como Peter. Vou roubar uma palavra que vi algures e usá-la aqui: adorkable! As cenas dele com os tios eram muito divertidas. E por falar nisso, a Nora Walker Sally Field como tia May? Casting genial, adoro-a!

A Emma Stone como Gwen Stacy é bem gira. Gosto que peguem nela primeiro, já o havia dito algures, mas já que houve algum destaque para a vida na escola secundária, gostava de ter visto o resto do grupo, incluindo a Mary Jane e o Harry, mas até percebo porque ainda não os apresentaram. O Harry há de aparecer quando o Norman Osborn o fizer, e imagino que estivessem com receio de introduzir já a MJ. Ainda tive alguma esperança que a rapariga que estava a pintar o cartaz pudesse ser a Liz Allan, mas o IMDb desenganou-me.

Gosto do destaque dado ao desenvolvimento de personagens. Dá para ver o Peter crescer e aprender com os novos poderes, lidar com o desejo entre a vingança e o resolver uma situação pela qual se sente responsável, com o poder ajudar os outros. Até dá para nos compadecermos, em parte, com o Dr. Connors. E achei o Peter e a Gwen adoráveis juntos.

Não que falte ao filme acção. Há bastantes cenas enquanto o Peter explora os seus poderes (que foram das minhas favoritas, sempre com um certo humor subjacente), e mais tarde no jogo de gato e rato com o Lagarto. A cena nos esgotos com o uso engenhoso das teias foi bem gira. O confronto final com o Lagarto também, se bem que a parte das gruas foi algo silly.

Em suma, gostei muito. É um filme bem divertido, canaliza algumas coisas giras dos comics (a atitude mais atrevida e desbocada do Peter quando veste o fato, a Gwen, o foco no aspecto adolescente da história do Peter), e o final deixou-me curiosa para ver o que vem a seguir.

1 comentário:

  1. Oh não! Eu adorei a cena das gruas!! \o/ é tão mal amado o Spider-Man que gosto sempre de cenas em que o povo não é ingrato com ele. :3

    *sigh* está muito bom o filme, Marvel, you did it again.
    Depois também fiquei a saber que o estúdio decidiu fazer este reboot porque queriam continuar a fazer filmes do Spider-Man, mas como o terceiro do antigo correu para o torto as alternativas eram ou não fazer nada ou fazer o reboot, e decidiram-se pela última coisa.

    Também achei muito bem não fazerem deste novo Peter o coitadinho lá da escola -- é nerd sim senhora e nada popular mas ainda assim é uma espécie de rebelde, e isso é sempre cool. :)

    ResponderEliminar