terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

The Lady Most Willing, Julia Quinn, Eloisa James, Connie Brockway


Opinião: A segunda colaboração entre estas três autoras (a primeira chama-se The Lady Most Likely) traz-nos três histórias bem giras, fundidas numa só, numa tentativa mais coesa e um pouco mais satisfatória. A história começa com o laird (é uma coisa assim como lord, mas versão escocesa) de Finovair Castle, Taran Ferguson, viúvo e sem filhos, que decide que está na hora de os seus sobrinhos (um dos quais é seu herdeiro) casarem. Para isso, dirige-se à mansão mais próxima, onde está a decorrer uma festa, e "rapta" três herdeiras, com o intuito de as introduzir aos sobrinhos como noivas.

Só que o plano desvia-se um bocadinho do previsto, e acaba a raptar uma quarta senhora, e também um duque inglês. Presos no castelo de Finovair pela neve, quase a congelar, só resta aos convidados forçados de Taran aproveitarem o melhor que podem...

Gostei mesmo dos casais deste livro. Cada um funcionou, a meus olhos, duma maneira interessante. É difícil, com menos tempo de antena para cada casal, eles soarem-nos credíveis, mas creio que as autoras fizeram um bom trabalho em geral. Continua a ser preciso que eu seja um pouco crédula, e faça de conta que acredito em coisas como amor à primeira vista e whatnot, mas quando embarco no espírito da coisa, até é divertido. Além disso, é uma cena hilariante, aquela em que o Taran volta com a carruagem com as raparigas e revela o que fez aos sobrinhos, saindo aos poucos os "convidados"... incluindo aqueles que ele não previa trazer.

O primeiro casal, e o casal escrito pela Julia Quinn, são o lorde John Shirvington, duke of Bretton, e a Catriona Burns, curiosamente ambos "raptados" por engano. Gostei da Catriona, é uma rapariga desenvolta e que sabe lidar com o velhote malandro do Taran. Achei piada ao modo com ambos pareciam dois adolescentes com as hormonas aos saltos, na beijoquice a cada momento que passavam sozinhos. À semelhança do livro anterior, achei esta a história menos forte... são os personagens que fico a conhecer menos, e aqueles cuja história flui menos bem. O modo como a Julia Quinn escreve não foi feito para coisas do tamanho de uma novela.

O segundo casal, da Eloisa James, são o lorde Byron Wotton, earl of Oakley, e a Fiona Chrisholm. Diverti-me muito com este casal e com as suas idiossincrasias. O Byron, ao contrário do seu homónimo, é muito sério e rígido, mas vê-mo-lo a tentar soltar-se com a Fiona, ao mesmo tempo que vê nela algo de especial. Esta, por sua vez, é a moça com a pior reputação da Escócia, mas quando já se tinha resignado a ficar para tia, eis que o Byron lhe desperta a atenção. Mas com a sua reputação, será que ele pode aceitá-la como futura duquesa de Oakley? Este casal foi desenvolvido de maneira tão satisfatória que a autora até conseguiu introduzir uma cena quente entre os dois.

O último casal, escrito pela Connie Brockway, são o Robert "Robin" Parles, comte de Rochefort, e a Lady Cecily. O meu casal favorito, mais uma vez escrito pela Connie. Gostei imenso do Robin, que apesar do título não é francês, mas o pai é. Isso pô-lo numa situação de desvantagem social (os ingleses adoram ser snobes), e ele em resultado disso empenhou-se em tornar-se na ovelha negra, no rake, naquele que nunca leva nada a sério. E a Cecily, simplesmente adorei-a. Sou muito parcial a histórias em que a senhora pega nas armas que tem para seduzir o seu amado, e aqui deliciei-me com as interacções entre eles. Mesmo o amor à primeira vista não conseguiu estragar a história, aliás, conseguiu dar-lhe mais interesse.

Uma última nota para outros dois personagens, os responsáveis pelos momentos cómicos. O Taran, responsável por esta embrulhada toda, e a Marilla, que faz o papel de oferecida e passa o tempo a atirar-se aos homens solteiros da casa, perdendo-os sempre para as outras senhoras. E, já agora, aquele final foi hilariante. Mais não posso dizer.

Páginas: 384

Editora: Piatkus (Little, Brown Book Group)

4 comentários:

  1. Oh man, este parece ser super divertido :D

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    1. E fofinho nalgumas partes. ;) Vais-te rir imenso com as coisas que o Taran e a Marilla fazem (e dizem... oh, aquele sotaque escocês). É preciso é dar-lhe um bocadinho de desconto, os casais não são tão desenvolvidos como se tivessem um livro só para eles. :)

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    2. Percebo. Mas algumas autoras conseguem mesmo com espaço muito limitado contar uma boa história. Destas só não conheço a Brockway. Da Eloisa James tenho ideia que já li qualquer coisa, não me recordo o quê.

      Ai eu adoro o sotaque escocês escrito, é de chorar a rir, mesmo quando as personagens nem estão a tentar ser engraçadas. As minhas palavras preferidas são: dinna & doona. Fazem-me rir em quase todos os contextos. xD

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    3. A Brockway pareceu-me uma boa autora, nos dois livros o casal dela foi o que mais me agradou, e o que me pareceu melhor desenvolvido... estou quase tentada a ler qualquer coisa dela. ;)

      Ehehe, aqui tens alguns diálogos carregados de escocês, especialmente quando uma das meninas se embebeda. xD

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