terça-feira, 26 de março de 2013

Losing It, Cora Carmack


Opinião: Que livrinho curto, mas fofo. A Bliss é uma aluna da faculdade e está a estudar teatro, e sente que tem de deixar de ser palerma e perder a virgindade antes de acabar o curso. Entra a melhor amiga, que a leva para uma noite de farra e onde possivelmente encontrarão um candidato à altura. É nessa noite que Bliss conhece Garrick, um rapaz incrivelmente atraente (e britânico), mas à última hora arrepende-se e foge com uma desculpa ridícula, deixando-o nu na sua cama. É só no dia seguinte que descobre que... o Garrick é o novo professor de teatro.

Oh, estou aqui a escrever a minha opinião e ainda me estou a rir. É que gostei imenso da Bliss, que com a sua necessidade de estar no controlo e a suas neuroses, me deixou na risota com grande parte dos seus comentários. Tive também um pouco de pena dela, porque numa sociedade obcecada com sexo como é a nossa, e com a pressão ridícula que há para ter sexo e uma rapariga se livrar da sua virgindade como se fosse um guardanapo, ela acaba por ficar quase aterrorizada da antecipação do momento em si - parafraseando algo que ela diz, se ela pudesse livrar-se da virgindade sem ter sexo, era o que faria. É o momento em si, o medo de fazer asneira, de correr mal, que a deixa em pânico.

É claro que estes ataques de pânico a põem a fazer coisas tão patetas como bloquear a meio dum momento íntimo com o Garrick, inventar uma desculpa sobre ter de ir buscar o gato ao veterinário, e pôr-se na alheta, deixando-o a ele na sua cama, nu, e saindo de casa descalça e sem blusa. (E pronto, lá estou a rir-me outra vez. Eh pá, a cena em si é hilariante, o que é que querem?) A manhã seguinte traz um novo tipo de mortificação, quando ela descobre que o Garrick é o novo professor. Segue-se uma série de cenas em que ambos tentam resistir à atracção entre ambos (e que atracção! aquelas cenas entre os dois até chegarem a casa dela são bem interessantes), por causa da relação professor-aluna.

O Garrick é o protagonista masculino perfeito para a Bliss. É mais calminho, é absurdamente lindo, é britânico e tem um sotaque de cair para o lado, e baba-se completamente pela Bliss. Gostei de ver a evolução da sua relação com ela - apesar das interrupções na mesma, ele nunca desiste dela, e diz-lhe coisas absolutamente escandalosas no meio dos ensaios. Adorei aquele momentos em que os dois ficam doentes, porque têm de tomar conta um do outro à vez, e passam a semana na cama e no sofá. (Infelizmente não, não é a fazer isso que estão a pensar, é mesmo a curar a febre.) Vemos as pessoas no seu pior quando estão doentes, por isso se sobreviveram os dois a isto, sobrevivem a tudo. (Incluindo as neuroses da Bliss.)

Apreciei que o enredo da virgindade não tenha controlado a história, era apenas mais uma faceta da relação deles... uma de que o Garrick nem estava ciente até a Bliss ganhar coragem e lhe contar, e ele ficar parvo não com o facto em si, mas com a desculpa que a Bliss inventou. É uma cena divertida, e sobretudo parece libertar a pressão que Bliss tinha colocado em si própria. Gostava apenas que o fim não fosse tão apressado e acelerasse o estado da relação deles... o livro podia ter mais algumas boas páginas que eu não me queixava. E os momentos em que eles se zangam são ligeiramente cliché, um em que um deles deita cá para fora uma parvoíce que não pensa realmente, e outro em que uma conversa telefónica é mal interpretada.

O cenário dum conjunto de alunos a estudar teatro deu um contexto cativante à história... a Bliss pôde usar as frustrações do flirt com o Garrick num papel, por exemplo. E o drama entre os alunos de teatro é sempre abundante - noites de farra que terminam num jogo da garrafa, amigos que querem ser mais do que amigos, mononucleose espalhada por toda a turma sénior, ... há de tudo. Quero ler os próximos livros, focados nos melhores amigos da Bliss (o Cade e a Kelsey), porque acho que eles também merecem miminhos. (Especialmente o Cade, por causa da sua paixão não correspondida.)

P.S.: Destaque para a Hamlet, a gatinha que a Bliss adopta para fingir que a desculpa que deu ao Garrick era verdadeira. A gata é arisca, mas tem bom gosto. (Só fica quietinha no colo do Garrick.)

Páginas: 288

Editora: William Morrow (HarperCollins)

5 comentários:

  1. Peguei neste livro ontem depois de ter lido a tua opinião. xD Deste a sensação de a história ser tão leve e divertida que simplesmente não lhe resisti... e o que já me ri! =)

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    1. Boa leitura! Calculo que já te tenhas cruzado com as neuroses da Bliss. xD Espero que gostes, a história é mesmo como descreves, leve, divertida e fofinha. ;)

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  2. Isto é bom, a sério? Confesso que quando vi a capa fiquei de pé atrás xD

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    1. Lol, porquê? Não acho a capa assim tão má. :P

      É uma história menos complexa que o Easy, por exemplo, mas é bastante divertida, vale a pena por causa da Bliss. ;)

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    2. LOL, não havia necessidade de uma capa tão... sugestiva xD

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