segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Dom Volume II de Alison Croggon

Sinopse: Segunda parte do primeiro livro da saga 'As Crónicas de Pellinor'. Intitulado "The Gift" conta-nos a história de uma criança que perde os pais na guerra de Pellinor. Maerad, a criança, vem a descobrir que tem um maravilhoso Dom, mas não sabe o que fazer com ele. Só quando é descoberta por Cadvan, um dos grandes bardos de lirigion, a verdade da sua herança é revelada e Maerad saberá que tem de sobreviver às forças das trevas.

Opinião: Neste livro a jornada de Maerad continua, começando com a sua partida de Innail, atravessando Edil-Amarandh até Norloch, enfrentando toda a espécie de seres malignos, o cansaço da viagem, encontrando um irmão, um Elementar e pessoas que acreditam em si.

Sendo parte do mesmo manuscrito, este livro tem a mesma vibração tolkieniana que o anterior. A escrita continua lírica e descritiva; chegou a uma altura em que eu suspirava cada vez que havia uma enumeração de coisas, fossem flores, ervas aromáticas, frutas no mercado ou comida numa cozinha. Até fiquei a gostar da escrita da autora, apesar de geralmente não ser fã deste tipo de escrita, mas a paixão dela por enumerações é um pouquinho exagerada. Além disso, a escrita descritiva acaba por imprimir um ritmo estranho à história - momentos de aceleração intercalados com momentos retardados.

Maerad começa por ser uma jovem escrava, mas cresce e desabrocha ao longo da história, tornando-se mais confiante em si mesma, aprendendo com os erros mas mantendo uma juvenilidade com que os mais jovens se poderão identificar. Apreciei sobretudo a escritora fugir aos clichés e tornar o Predestinado desta história uma rapariga, como Maerad, em vez de um rapaz. Espero mesmo que isto facilite na introdução de raparigas ao género fantástico, dominado geralmente por rapazes.

Outra coisa que aprecio é a vulnerabilidade transmitida por Maerad. Pode ser capaz de destruir um wight, mas ainda tem o período. É familiar de um Elemental, mas maravilha-se ao encontrar o irmão que julgava morto. São os pequenos momentos de normalidade que tornam a história mais real. As personagens que a rodeiam são interessantes e bem construídas; fiquei com vontade de descobrir mais sobre o bardo Cadvan.

O final põe Maerad em fuga, possivelmente em posição de ser perseguida por todos os bardos, mas ao mesmo tempo já é um Bardo reconhecido. Fiquei satisfeita com o final mas ao mesmo tempo insatisfeita - agora quero ler o livro seguinte.

Título original: The Gift/The Naming (2001) [2ª metade do original]

Páginas: 304

Editora: Bertrand

Tradutora: Irene Daun e Lorena; Nuno Daun e Lorena

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