quarta-feira, 22 de junho de 2011

Daughter of the Forest, Juliet Marillier


Opinião: Escolhi uma péssima altura para ler este livro. No dia do meu penúltimo exame pensei... "vou começar este... como está em inglês vou avançando aos bocadinhos e tenho tempo para estudar para o exame que tenho daqui a 4 dias". Ah! Que ingénua. Ao início isso até aconteceu - o estilo de escrita da Juliet é bastante cuidado e comecei por ler devagar para me habituar. (O que me lembra - a Juliet publicou este seu primeiro livro já numa idade mais madura e isso nota-se na escrita e na criação do enredo. Pergunto-me que tipo de coisas ela terá na gaveta, escritas antes deste.)

Bem, como disse, ia lendo devagar. O que por uma parte do livro continuou a não ser difícil, já que cada vez que a Lady Oonagh armava alguma eu ficava perturbada e tinha que pousar o livro. Mas depois começou a ser dificílimo resistir ao encantamento que o livro lançou sobre mim, e na tarde a seguir a ter o segundo exame lá li mais de 200 páginas seguidas para poder acabar o livro.

O que é que há para não gostar? Temos uma adaptação magnífica de um conto tradicional. Temos 6 irmãos rapazes, que é uma coisa interessante de ver - entre serem superprotectores e desaparecerem quase todos de Sevenwaters no fim. Temos uma protagonista, a Sorcha, espectacular. Pelo que esta miúda não passou!

A minha parte favorita vai desde quando a Sorcha está prestes a desistir e a afogar-se e é salva pelo Red até basicamente ao fim. Primeiro, porque apesar de toda a incompreensão em relação à tarefa da Sorcha ela conseguiu arranjar alguns amigos e defensores em Harrowfield. Depois, porque é absolutamente adorável ver as interacções entre ela e o Red. Desde ela pensar que ele é um Bretão e não vai entender nada das coisas sobrenaturais até ele começar a compreendê-la por gestos (e não só).

Adorei aquele dia junto ao mar, porque o Red percebeu que a Sorcha precisava de tirar uma folga e porque dá a conhecer uma nova faceta. É claro que depois tinha de terminar o dia com uma proposta que me fez pensar "este rapaz bateu com a cabeça", mas na altura até fazia sentido e a intenção era boa. E levou a que as coisas avançassem entre eles duma maneira inusitada, além de nos dar mais algum drama lá para o final (já falo do final).

Também gostei muito da parte toda à volta do julgamento e da fogueira, se bem que houve duas situações que me deixaram completamente louca com este pessoal de Harrowfield - a primeira, vêem a Sorcha abraçada a um tipo e não lhe perguntam quem é, assumindo que é um amante? Get your mind out of the gutter, people. Segunda, as testemunhas dizem que a ouviram transmitir informações importantes, mas o Richard diz no início que ela tem uma doença e não pode falar de todo. Pessoal, podemos ao menos fingir que estamos a dar um julgamento justo à miúda?

Quanto à parte da fogueira, mesmo sabendo (ou melhor, tendo fé) que as coisas iam acabar bem, sofri com a Sorcha ao longo do caminho, testemunho da capacidade da escritora em transmitir aquilo que o personagem sente para o leitor. Gostei de que a Sorcha gritasse para salvar o Red mesmo sem saber se as 6 camisas estavam nos 6 irmãos. Não gostei de os irmãos dela insistirem em se ir embora tão depressa e terem quase uma apoplexia cada vez que se falava na coisa da Sorcha ter um marido. Que chatos, nem se perguntavam sobre o que a irmã queria (menos o Finbar, que é o mais perceptivo e é o meu favorito e a modos que aquele que mais perde no meio desta coisa toda).

E pronto, a Sorcha e o Red separam-se sem dizerem mesmo aquilo que queriam dizer porque são ambos bastante teimosos e altruístas e achavam que iram separar o outro duma coisa mesmo importante. É claro que isso nos leva a outra cena adorável, com o Red mais ou menos obrigado a contar uma história (a sua) pelos irmãos da Sorcha (que chatos, não é). Acho que basicamente caía para o lado se alguém dissesse aquelas coisas de mim, especialmente em frente à minha família. Totalmente momento awwwwww.

E pronto, como diz a Sorcha, nem tudo acaba bem (dos 6 irmãos, parece que só um é que fica em Sevenwaters - que chatos, desaparecem todos para qualquer lado), mas eu tive o meu final feliz e é isso que interessa. E bónus - como já disse para as Crónicas de Bridei, gosto muito de ver a próxima geração - e é o que vai acontecer nos próximos livros, já que os livros de Sevenwaters parecem ser basicamente uma saga familiar.

Pronto, vou acabar de babar sobre o livro. Acho que qualquer opinião que eu deite cá para fora sobre um livro da Juliet vai ser eu a discorrer sobre tudo e mais alguma coisa que gostei. E babar-me um bocado também. E talvez ficar toda emotiva ao lembrar-me outra vez de certas cenas. É espantoso quando um autor tem o poder de me deixar completamente investida nos personagens e na história, deixando-me virada do avesso e a lamentar ter acabado o livro e não poder passar mais uns dias imersa nele.

Páginas: 560

Editora: Tor

3 comentários:

  1. Cá está!
    Mas, mas, este foi o primeiro livro dela, não há nada para trás, nada! Só o vazio! A DotF é que é o Peeerlsidente da Junta, a origem das espécies, o Big Bang da Master. xD

    Ahah, ya, os irmãos são fofos e tal mas também são tão chatinhos naquela(s) parte(s). Corta o coração quando eles não deixam a Sorcha e o Red sossegados depois que voltam a ser homens. Até a Lady Anne não mete o bedelho nessa parte, mas eles tinham porque tinham que meter nojo. Era só quem lhes desse bofetadas atrás de bofetadas. *chega-se à frente*(excluindo sempre o Finbar) xD

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  2. A tua opinião podia ser quase minha. Concordo com tudo. :)

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  3. É um livro mágico mesmo. E pensar que foi a primeira coisa que a Juliet escreveu!!! É como diz a Jen, é o Big-bang da senhora :D
    Fico contente que tenhas gostado :)
    Essa cena final do Red a chegar a Sevenwaters *dies*

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