domingo, 1 de maio de 2011

Uma imagem vale mil palavras: A Rapariga do Capuz Vermelho

Serve este post de mote a uma nova rubrica, para quando eu for ver um filme/série baseado em livro (ou vice-versa) e quiser queixar-me sobre o mesmo dar a minha opinião. Vou tentar queixar-me dar a minha opinião sem dar grandes spoilers.

O filme que começa esta rubrica é A Rapariga do Capuz Vermelho. Este filme gerou logo algum celeuma antes de ser lançado; por um lado, os cépticos etiquetaram-no como um sucedâneo de Crepúsculo; por outro, a adaptação a livro que não continha o capítulo final de modo a ocultar a identidade do lobo mau até o filme sair deixou muito boa gente de cara à banda.

Confesso que fui ver o filme um pouco céptica. Mais céptica fiquei ao ver os primeiros minutos, em que para se estabelecerem as relações do filme nos perdemos num pântano YA lamechas. Além disso, o filme de início parecia-me algo "artificial", como se tudo estivesse ligeiramente fora de tom, como se algo falhasse em me fazer acreditar que aquilo era real (como os filmes devem fazer).

Felizmente com as primeiras matanças do lobo e com a chegada do Padre Solomon (personagem do Gary Oldman) as coisas aquecem e toda a gente começa a desconfiar de toda a gente; aí sim, comecei a gostar mais.

Mais para o fim o filme emula o conto (o que deixou toda a gente a fazer ruídos na sala de cinema, seja de Ohhhh! ou de Blergh! - se virem vão ver porquê); um toque necessário, ou não fosse este um retelling de O Capuchinho Vermelho. A identidade do lobo - bem, cheguei a suspeitar dessa pessoa, mas felizmente não era um dos suspeitos mais "óbvios" para mim, portanto permitiu-me apreciar a revelação.

O final... epá, eu sobrevivia sem os últimos 10 segundos, que nos afundam no pântano YA lamechas à lá Crepúsculo outra vez e não fazem nada pela história. Para mim, o final estava óptimo sem eles. Os contos de fadas originais são, na verdade, bastante sombrios e nem sempre com finais felizes, por isso tinha sido uma melhor adaptação sem esses segundos.

Os actores... acho que a pobre da Amanda Seyfried não podia fazer grande coisa com o papel, porque a Valerie parece mais reagir do que propriamente agir, portanto a actriz não podia respirar no papel. Fez o que pôde. O Gary Oldman é, bem, o Gary Oldman. Apesar do papel, ele dá-lhe estilo.

O Billy Burke (personagem: pai da Valerie)... eh, eu sabia que havia uma razão para eu ter gostado dele no Crepúsculo. Aqui gostei ainda mais. E adorava que a Catherine Hardwicke não tivesse dito ao Shiloh Fernandez (papel: Peter, um dos borrachões da Valerie) para encarnar o seu melhor Robert Pattinson.

Cinematograficamente, o estilo de filmar e a atmosfera/cenário pareceram-me bastante o estilo de coisa que a realizadora usou no Crepúsculo (e que foi o que me fez gostar desse filme). Aqui também gostei, achei que era adequado ao filme. É a atmosfera, o uso das cores e de alguns ângulos de câmara que dão dramaticidade à história, já que o enredo se perde um bocado.

Em suma, um filme ok, e uma adição aos retellings de contos de fadas, mas eu sobrevivia sem os primeiros 15 minutos e os últimos 10 segundos, que acabam por dar alguma razão aos cépticos naquela acusação de ser um sucedâneo de Crepúsculo. Não é que se esteja a contar a mesma história, mas algumas coisas no filme parecem mesmo feitas para agradar ao mesmo público-alvo. Espero ler em breve o livro, para poder fazer a comparação.

4 comentários:

  1. A fábula original tem muito pouco do que nós, nesta época, conhecemos do capuchinho vermelho. Às vezes pergunto-me como é que conseguiam ler aquelas histórias às crianças. Coitadas!
    Mas adiante, em relação ao filme, confesso-me pouco interessada. Não gostei do que a realizadora fez com o crepúsculo, e o trailer deste filme não me agradou muito, além de ter esse receio de que falas (de que isto seja um filme 'à la Crepúsculo'). Talvez um dia o veja, mas em vídeo, que não tenho vontade nenhuma de o ver no cinema, embora o facto de dizeres que não te desagradou, até me deixar curiosa.

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  2. Quando vi o trailer deste filme não me deixou nada curiosa.
    Ao ler a tua crítica, apesar dos pontos de vista negativos que apontas, até parece ser um filme "agradável" de se ver. Tal como a Ana, fiquei curiosa!

    Boas leituras/Bons Filmes :)

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  3. Mmm, o que será que acontece nesses 10s finais? *curiosa* mas não me digas! xD

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  4. Se fores ver o filme vais perceber. Só digo que preferia ser, hmm, mantida no escuro quanto ao que aconteceu nesses 10 segundos. :P

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