quinta-feira, 20 de junho de 2013

Terceira Campa em Frente, Darynda Jones


Opinião: Que refrescante é poder ler os vários livros de uma série de seguida, em vez de penar e suspirar durante ANOS pelo próximo livro, graças a algumas editoras caridosas que claramente gostam muito dos seus leitores, e mais ainda de os deixar pendurados. (Nota-se muito que recebi hoje, finalmente, a notícia da publicação da sequela de um livro que foi publicado há três anos, e que eu li há dois?)

Adiante. Como dizia, é muito bom poder ler estes livros ao ritmo de um por mês. Posso acompanhar a evolução da história facilmente, sem me esquecer de pontos chave ou pequenos pormenores. E é fácil manter o meu entusiasmo pela série, às vezes a espera mata a minha vontade de continuar uma saga. Só tenho pena que mais gente não seja sócia do Círculo de Leitores para ter acesso à colecção, porque para quem gosta do género paranormal/fantasia urbana, acompanhado de uma pitada de mistério e doses generosas de humor, estes são os livros perfeitos.

Desta vez, Charley tem de lidar com o desaparecimento da esposa de um médico, que Charley sente que está carregadinho de culpa. E, por outro lado, tem de enfrentar as consequências de prender Reyes ao seu corpo físico, o que o deixou completamente furioso e determinado a convencer Charley a inverter a situação.

Bem, a "frente Reyes" sempre me suscitou algumas dúvidas, e ainda não é neste livro que elas desapareceram. Porque enquanto que o futuro alternativo que ele idealizou para ambos era fabuloso, neste momento não consigo ver grande futuro para eles. Passam o tempo todo a chocar e discordar num monte de coisas, escondem coisas um do outro, e não se respeitam. Até podem eventualmente evoluir para um casal saudável, mas neste momento as interacções deles tendem a irritar-me ou deixar-me indiferente, o que imagino que não era bem o propósito.

Descobrimos mais um pouco sobre o Reyes e o seu passado, o que foi interessante, e triste; mas ele continua a insistir em que a Charley "tem de descobrir o que é capaz", sem lhe dar um empurrãozinho; e passa o tempo a ameaçá-la ou à família - e apesar de ficar claro que ele não tenciona levar a cabo nenhuma das ameaças, ela leva-as a sério, o que é significativo. E depois ele comete o pecado capital dos homens desta série: esconde coisas à Charley, sabendo que ela é capaz de se defender, e o resultado, pela segunda vez na série, é a Charley ficar em perigo mortal porque os idiotas dos homens na vida dela acham que a têm de tratar como uma boneca de porcelana ou uma tontinha indefesa. Ugh, isto deixa-me mesmo aborrecida, espero que a autora use este enredo de forma a criar uma evolução na série, ou isto vai ficar velho muito depressa.

Nem os momentos quentes Charley-Reyes me animam, porque neste momento a relação deles está sob tantos constrangimentos. O bom disto tudo é que agrada-me a maneira como ela lida com ele. Para evitar a frustração que decorre dos "sonhos partilhados" entre ambos, pois mal a Charley adormece ele aparece-lhe à frente, ela tenta com todas as forças manter-se acordada com uma dieta à base de cafeína. Não é saudável, e gera momentos perigosos para a Charley, mas é melhor do que serem forçados a uma situação indesejada. E depois de ele fazer a gracinha de que falei no parágrafo anterior, ela afasta-o sempre que pode, se bem que estou para ver quanto tempo vai durar.

Em suma, ainda têm que me convencer como casal. O estereótipo do bad boy alfa está-se a tornar um bocadinho cansativo, e se o Reyes não tiver substância para preencher o estereótipo, vou acabar a detestar o personagem.

Por outro lado, adoro o elenco de personagens secundários. Primeiro, temos a Cookie, a melhor amiga e secretária da Charley, que agora tem ajudado um pouco nos casos. Adoro-a e ao modo estóico como atura as loucuras da Charley. O tio da Charley, que ela trata por Ubie, também é adorável, porque a trata como uma igual (parece o único homem a fazê-lo), se preocupa com ela, mas também geralmente confia nela para lidar com o que se lhe apresente. A Gemma está lentamente a ganhar algum destaque, e gosto disso, de ver as irmãs a reconciliarem-se. Por outro lado, o pai da Charley deve estar a perder a cabeça. Já não gostava muito dele, pelo que aprontou no passado, mas agora, com uma certa coisa que faz lá para o fim, estou-lhe com um pó...

Se fosse eu a decidir, acho que juntava a Charley era com o Garrett Swopes. Têm química, dão-se relativamente bem, quando não estão a trocar mísseis verbais, e as interacções deles são sempre divertidas. A autora deu-me um grande susto com este personagem durante o livro, mas agora estou curiosa para ver como é que os eventos o afectam daqui para a frente. Gostei ainda da aparição de novos personagens como a Mistress Marigold (e que personagem, promete), a Artemis (Rottweiler tão fofinha, eu sei, parece impossível), e os motards, especialmente o seu chefe, o Donovan. Estou curiosa para ver onde a mudança de estatuto da Charley com eles a leva, já que eles tinham e têm mais consciência de certas coisas do que ela pensava.

E, como sempre, a autora é mestre em dar um golpe emocional gigantesco à Charley a 20-30 páginas do fim... estou muito curiosa para ver as consequências de tudo o que aconteceu no futuro próximo da Charley. E felizmente não vou ter de esperar muito.

Título original: Third Grave Dead Ahead (2012)

Páginas: 304

Editora: Círculo de Leitores

Tradução: Graça Margarido

2 comentários:

  1. Que livro???loool

    Tenho mesmo de ler esta série ;_;

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    1. O segundo da Gayle Forman, a continuação do "Se Eu Ficar" pela Presença. Já andava a pesquisar edições em inglês nos últimos tempos, tinha perdido a esperança de o editarem. Amanhã lembra-te de me pedires para reproduzir a minha reacção quando soube disto esta manhã, pode ser que te faça rir. xD

      Tens de experimentar, sim. Para quem gosta de Patricia Briggs ou Kim Harrison... esta é igualmente gira. ;)

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