Quarteto Fantástico e Vingadores: Invasão Secreta, Brian Michael Bendis, Leinil Francis Yu
Esta saga apresenta algumas questões intrigantes - e se os super-heróis não fossem quem dizer ser? E se uma raça transmorfa, determinada em dominar a Terra, tem vindo a substitui-los aos poucos? E se não soubermos em quem podemos confiar? E na maior parte, faz um trabalho interessante em explorá-las e apresentá-las. Há grandes momentos - as melhores partes, na minha opinião, até são os momentos não-de-acção -, momentos em que os personagens são confrontados com a dúvida, e as suas reacções são fantásticas de ver.
A invasão Skrull é tortuosa - adoro os planos que eles desenvolveram para a mesma, a inflitração ao longo do tempo, a destruição simultânea de várias estruturas que podiam pôr uma ameaça aos Skrulls... dá-me vontade de espreitar as outras revistas que acompanhavam os eventos, para ler mais sobre isto. Por outro lado, para uma invasão Skrull tão bem planeada, eles foram em certos momentos muito burros, e duma maneira que não faz sentido. Há um certo grupo de Skrulls que aparece no início, usando a cara de super-heróis conhecidos... mas uniformes ultrapassados. Onde é que esta gente foi fazer a pesquisa deles? A Fénix/Jean Grey está morta (outra vez), o Capitão América também, e o Luke Cage não se veste daquela maneira desde antes de eu nascer. Para quem tinha tudo tão bem planeado, os Skrulls metem demasiadas vezes a pata na poça, nesta e noutras ocasiões..
Os momentos de acção são visualmente estimulantes (o artista esmerou-se, e gostei do seu trabalho), e nunca tive dificuldade em seguir-los, o que é muito bom sinal. Acho que preferia no entanto um bocadinho mais de enredo e menos de acção, porque a premissa base é boa de mais para não ser explorada. (Suponho que foi, nas revistas que iam sendo publicadas ao mesmo tempo que esta.)
A história não deixa de ter os seus momentos engraçados, e o fim é dramático q.b., preparando o caminho para os próximos eventos no mundo dos super-heróis. Não gostei de não saber o que aconteceu à bebé da Jessica Jones e do Luke Cage; gostei da reviravolta com o Norman Osborne, principalmente porque tenho uma ideia de onde aquilo vai parar; e fiquei indiferente ao sacrifício dramático no fim, porque já sei como aquilo acaba. Eu bem digo que não vale a pena fazer o luto, porque eles voltam sempre.
Houve ali um bocadinho de confusão com o estado de vivo/morto do Clint Barton (Arqueiro/Ronin) e do Steve Rogers (Capitão América), por saber que ambos cairam mortos algures por estas alturas. O primeiro sei que voltou à vida antes desta história; o segundo, estava oficialmente morto nesta altura. Acabei por chegar à conclusão, com a ajuda da amiga Wikipedia, que o Capitão América que andava por ali a ajudar o lado dos super-heróis deve ser o Bucky Barnes, que supostamente o substituiu nesta altura. Tinha sido jeitoso alguém dirigir-se ao Bucky/Capitão pelo seu nome, para aqueles de nós que não seguem a continuidade louca dos comics de super-heróis, mas têm uma ideia do que se anda passar, porque me tinha situado a história.
Um menção para a revisão do livro, pela negativa, que tropecei em vários erros, trocas de letras e outros que tais, e era completamente desnecessário. Além disso, isto ter no título "Quarteto Fantástico" é completamente ridículo. Aquele que aparece mais é o Sr. Fantástico; o Johnny e o Coisa aparecem em 3 ou 4 vinhetas; e a Sue-Skrull não conta.
Homem de Ferro: Demónios, David Michelinie, Bob Layton, John Romita Jr., Carmine Infantino
É pouco comum ver este tipo de história em comics, e por isso esta é uma história refrescante... apesar de o problema do alcoolismo ser mais abordado na parte final, é clara a preparação para tal situação, ao longo do resto do livro, em que em cada aventura, cada problema que Tony Stark enfrenta, tem de haver uma garrafa de álcool ali ao lado, a ajudá-lo a ulrapassar o momento.
Parte de ultrapassar uma adição é reconhecer o problema, por parte do próprio e por parte dos que o rodeiam, e os autores fazem um bom trabalho em ir preparando a coisa, mostrando pistas para quão premente é o álcool na vida deste super-herói. É claro que depois empurram o enfrentar do problema e sua resolução para o último capítulo do livro, e acho que isso sabe a pouco. É resolvido demasiado depressa nas páginas.
As histórias de cada capítulo são mais ou menos auto-contidas, nada de especial, mas entretêm. Os personagens secundários são alguns focos de interesse, como a Bethany Cabe e o James Rhodes, bem como o vilão, Justin Hammer. O enredo em volta da armadura do Homem de Ferro falhar é tremendamente interessante, especialmente pelos dilemas e dramas que traz à vida de Tony Stark.
Graficamente, é um livro interessante, enche o olho. O trabalho de vinhetas é rígido, mas fluído dentro dessa rigidez. E as cores são cativantes. O desenho é dinâmico e cativa, mas não sou nada fã deste penteado do Tony Stark. Ou da armadura, que me confundiu imenso. O Tony parece vestir a parte amarela como se fosse tecido (e andar com a armadura para toda a parte seria mais fácil se for mesmo de tecido), mas depois aquilo trava balas, por isso não pode ser. Estranho. Além disso, é completamente ridículo a armadura estar com relevos com os abdominais do protagonista. (Coisa que parece tão ridícula como os mamilos na armadura do Batman no filme com o George Clooney, mas enfim.)
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