quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Marvel NOW! em Portugal - X-Men números 1 a 6 (All-New X-Men #1-15; Uncanny X-Men #1-3)

Capa tripla do número 01 de X-Men.
(Contracapa + capa que dobra para dentro.)
Tenho andado a engonhar este post há algum tempo. A ideia era ter postado pouco depois do post anterior, sobre as primeiras 6 revistas dos Vingadores, mas tem sido complicado sentar-me ao computador e comentar esta nova fase dos X-Men, que acabam por ser dos comics que eu sigo mais ávida e frequentemente. Vamos lá então...

Capa do número 02 de X-Men.
A primeira coisa que tenho a comentar: a premissa. À primeira vista, é super-gira - os 5 X-Men Originais (5XO), o grupo de pessoas com que a revista dos X-Men começou, são trazidos do passado para o presente, com todas as idiossincrasias e dramas que se desenrolam a partir daí. E é aqui que se estraga a pintura toda. O responsável por trazê-los para o presente foi o Fera, o dr. Henry McCoy. Eu achava que o Fera era mais esperto, para cientista e tal. Não é óbvio que isto vai causar problemas? Ele nunca ouviu falar do contínuo espaço-tempo? Ele não vê que vão haver sarilhos se os 5XO não voltarem, destruindo toda a sua linha temporal? Pronto, esta última parte sou eu a teorizar. Mas parece óbvio que isto não vai correr bem.

A segunda coisa que tenho a comentar: a razão pela qual os 5XO foram trazidos do passado. O Fera acha que podem fazer ver ao Scott Summers, ou Ciclope, que anda a fazer um monte de asneiras. É que o Scott anda a agir um bocadinho como não-ele-próprio, mais radical, e pior de tudo, ele matou o Professor Xavier sob a influência da Fénix. E pronto, estou farta de tanta lamúria sobre o Professor Xavier e o Scott e a Fénix e blábláblá.

Capa do número 03 de X-Men.
Eu sei, a situação é grave. Mas parece hipócrita tanto barulho por causa disto, e toda a gente se esquece (ou faz por esquecer) que a Feiticeira Escarlate retirou os poderes a um sem-número enorme de mutantes, e eu aposto que um bom número desses morreu, aqueles para quem as mutações eram vitais; ou que a Jean Grey como Fénix destruiu um planeta inteiro, com uma sociedade extraterrestre evoluída lá dentro.

No grande esquema das coisas (ou seja, as asneiras que todos os mutantes e mais alguns já fizeram), a morte do Professor Xavier não parece assim tanto uma enormidade. Só se faz tanto barulho por ser quem é - o fundador dos X-Men. E além disso, isto são comics, daqui a um ano ou dois arranjam uma maneira de o trazer de volta à vida. (E para ser honesta, não sinto assim tanto a falta do Professor. No que li de X-Men ele quase nunca está presente, ou pelo menos não dirige a(s) escola(s), por isso...)

Capa do número 04 de X-Men.
Pronto, passemos à frente. Porque quando faço por ignorar os meus problemas com esta premissa, ela até é bem divertida. O choque de "gerações", por assim dizer, entre os 5XO e os X-Men actuais, e entre os 5XO e o mundo gera cenas bem giras, interessantes, e engraçadas. Acho tanta piada à reacção dos 5XO à tecnologia, ou a coisas tão simples como... água engarrafada.

O cruzar deste grupo com outros X-Men e outros heróis também é mesmo engraçada. O Wolverine chama-lhes "mini X-Men", e exaspera-se com o Ciclope dos 5XO, que lhe rouba a mota. (É uma inversão duma coisa que acontece num dos filmes, por isso morri a rir com esta.) Os Vingadores andam à nora. Ou pelo menos, ficam muitíssimo surpreendidos quando são ajudados por duas versões do Anjo, e vão à mansão/escola perceber o que se passa. O problema de não poderem ter as equipas de super-heróis a invadir as revistas umas das outras dá nisto, os Vingadores têm de se manter mais ou menos à parte.

Capa do número 05 de X-Men.
Outras coisas hilariantes: o Bobby, o Homem de Gelo. A versão 5XO tem umas piadas secas, mesmo secas, mas quando se cruza com o seu eu actual, a reacção é divertida. Além disso, o Bobby actual tem um sentido de humor fantástico, e quando se junta com a Kitty Pryde, ainda melhor. Oh, e como o Bobby actual anda com a Kitty, que é professora do Bobby do passado, bem a situação complica-se

Tenho de falar da Jean Grey do passado. É curioso ver o que lhe acontece quando parte dos seus poderes, poderes que ainda não conhecia, são revelados com a viagem no tempo. O resultado é que a Jean começa a mostrar os seus poderes duma forma completamente desregulada, e em certos pontos, de forma assustadora. Os poderes estão lá, mas a ética não, e ela põe-se a pôr dormir pessoas, a ocupar-lhes as mentes sem permissão, e pior, chega a obrigar alguém a fazer algo contra a sua vontade. Até fiquei contente quando as Cucos de Stepford lhe dão uma lição. Por outro lado, a Jean tem pinta de líder, e creio que seria capaz de liderar a sua equipa, se ganhar juízo.

Capa do número 06 de X-Men.
A revista número 4 portuguesa colecciona 3 revistas de Uncanny X-Men, que segue Ciclope e o grupo de mutantes que se juntaram a ele. Estou curiosa para perceber bem como é que os poderes de toda a gente (Ciclope, Emma Frost e Magneto) fritaram, de modo que os personagens em questão não os conseguem controlar, ou os têm diminuídos. Por outro lado, quero muito ver como é que as relações entre personagens se desenvolvem a partir daqui. A Emma e o Ciclope fizeram uma série de coisas parvas um ao outro no passado recente, e já não estão juntos (pena, que até lhes achava piada juntos), mas vão tentar trabalhar juntos... o que só pode correr muito mal, ou muito bem.

O grupo do Ciclope está a ajudar e resgatar mutantes acabados de desenvolver pelo mundo, e pelo caminho cruzam-se com os Vingadores (estes andam metidos em todo o lado, é uma maravilha), e pronto, a coisa não corre assim tão bem. Os Vingadores querem prender o Scott (bem, ele matou uma pessoa... se bem que policiar super-heróis é uma coisa complicada, começa-se a fazer excepções e dali a nada não se tem moral para deter quem fez asneira), há recriminações dum lado e do outro, e no fim, os Vingadores acabam congelados no tempo, o que é uma noção super divertida.

Capa variante do #1 de All New
X-Men
; adicionei ao post

porque achei imensa piada ao
estilo chibi dos super-heróis.
Ainda com este grupo, estou curiosa para ver o que o Magneto anda mesmo a tramar... e já agora, acho a Illyana um bocado assustadora - mas ao menos tem uma espada fixe. Também gostava de descobrir o que se passa com ela, é das poucas que contactou com a Fénix e não teve os seus poderes diminuídos/descontrolados.

Em termos de arte, tenho gostado mais ou menos do trabalho do Stuart Immonen (All New X-Men; ou números 1 a 3, e 5 e 6, em português), se bem que me parece que ele às vezes faz umas expressões estranhas nas caras dos personagens. Mas para compensar, a dupla página em que a Jean do passado lê a mente do Henry do presente é fantástica visualmente. Muito bem elaborada, evoca momentos do passado da personagem Jean, e é uma bela retrospectiva da sua vida.

Quanto ao Chris Bachalo (Uncanny X-Men, ou número 4 em português), já conheço o seu trabalho de outras coisas dos X-Men, e gosto. Estranha-se, mas depois entranha-se. O seu trabalho de cores é distintivo, e gosto muito dele.

Capa variante do #1 de Uncanny
X-Men
; adicionei ao post

porque achei imensa piada ao
estilo chibi dos super-heróis.
Acho que ainda devo destacar a última revista presente no número 6, que tem um desenhador e um estilo gráfico diferentes, e é tão gira, tão divertida, tão estimulante visualmente. Adoro a combinação do desenho e da cor. (E este número tem um par de gags sobre o encontro entre a Jean Grey do passado e a Rachel Grey do presente, que é na verdade uma filha da Jean de um futuro alternativo. Ou algo do género. Mas o cruzamento entre as duas é algo que dá direito a mindfuck, mesmo.)

Em suma, até me tenho divertido bastante com a narrativa nos X-Men... quando me esqueço da premissa parva e dos meus problemas com ela. A imagem geral ainda não nos foi revelada, pois a história tem explorado a introdução dos novos personagens no presente, mas já se vão notando uns fios de enredo por puxar. A ver como eles se desenrolam.

2 comentários:

  1. Eu adoro a arte do Stuart Immonen, por isso fui comprar o número um desta Revolução (e com este recente marasmo dos comics americanos é sempre bom quando publicam algo).
    Não fiquei muito convencido com a história, aconteceu tanta coisa e no fundo não contaram nada. Fiquei até com a forte impressão que não apelava à minha idade. Já há alguns anos que não estou jovem mas receio que afinal o espírito também perdeu a chama jovem....

    E realmente, tens razão, trazer a equipa do passado para as aventuras do presente seria arriscado, com a possibilidade de obliterar completamente o tempo dos X-men. Seria muito melhor levar (raptar) o Cyclops para o passado, e bastava apenas ele, não era preciso a equipa toda!
    Quanto mais penso mais rebuscado tudo me parece....

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    1. Acho que é mesmo uma questão com a maneira como se contam histórias hoje em dia nos comics: aquilo que descreves que te aconteceu com esta revista, aconteceu-me com o que estão a publicar dos Vingadores em Portugal. Acontece muita coisa, mas ao mesmo tempo, o arco de história está a avançar muito lentamente. A diferença é que eu gosto bastante mais de X-Men, e isso não me incomoda com eles porque fico a apreciar mais as pequenas coisas das histórias contadas.

      Quando penso nas coisas que acontecem com os X-Men do passado, aquilo que eles sabem, as capacidades que descobriram, até me dá uma coisinha má só de pensar neles a voltar para o passado e a colapsar o presente, porque as pessoas que eles eram e que criaram este presente... já não existem. Mas estou para ver como é que os autores vão descalçar esta bota do viajar no tempo. Mas lá que é rebuscado, é, sim, muito. :S

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