Mais uma rodada deste tipo de colecções de tiras, que eu adoro ler isto. Só pecam por terem restado tão poucas tiras a continuar a ser publicadas em Portugal. Destaque para os títulos, que eu me divirto a ler, e que adaptam bem a ideia original do título, usando expressões bem portuguesas.
Indo eu, indo eu, a caminho do museu, Rick Kirkman, Jerry Scott
Divirto-me sempre muito com Baby Blues, especialmente de como retrata o dia-a-dia de uma família. Não parece nada de especial, mas é a sua mundanidade que torna as piadas engraçadas, e que me interessa como leitora.
Gosto muito de acompanhar o crescimento dos filhos de Wanda e Darryl, a Zoe, o Hammie, e a pequena Wren. Há sempre peripécias, e pequenas travessuras, e uma certa inocência no modo de ver as coisas, acompanhada duma manha com piada - os miúdos hoje em dia sabem muito mais do que lhes damos crédito.
A arte cumpre o seu propósito; é uma tira, não precisa de ser muito complexa. (Se bem que passava bem sem ter personagens cujo nariz tem o mesmo comprimento da sua cabeça. O que é simplesmente estranho.) Se bem que, agora que li Calvin & Hobbes doutra perspectiva e tendo em mente a visão do seu autor sobre o trabalho de um cartoonista, tenho pena que o trabalho de tiras não seja mais complexo e mais estimulante visualmente. Bill Watterson é a prova que é possível fazê-lo, e continuar a ser divertido.
Estar Morto é o Contrário de Estar Vivo, Jerry Scott, Jim Borgman
Manual Zits para Viver com Eles, Jerry Scott, Jim Borgman
Estes dois livros da tira Zits são bem diferentes: O primeiro é uma colecção de tiras regular; o segundo uma selecção de tiras subordinadas ao tema em questão. Ambas fazem um bom trabalho em relação ao que se propõem.
Gosto bastante do Manual, porque é um pequeno livrinho em capa dura, com uma selecção de tiras sobre as idiossincrasias de viver com um adolescente, e pequenos comentários engraçados. Além disso, o livro é em capa dura e tem um design giro à volta das tiras, sendo a cores. Muito bom.
Sobre as tiras em geral, identifico-me mais com Zits que com Baby Blues, principalmente porque ainda estou mais perto da idade do protagonista do primeiro que das idades dos protagonistas adultos do segundo. Ou pelo menos, relaciono-me melhor com as piadas. É mais fácil entender a disparidade tecnológica entre pais e filhos, os conflitos de geração, as relações inter-pares.
É normal um estado de não-mudança nas tiras, no que toca à idade dos personagens e à sua evolução na vida; mas enquanto que Baby Blues tem dado passinhos curtos nesse aspecto, com o crescimento dos miúdos, Zits tem-se mantido (quase) na mesma. Quanto muito, o Jeremy passou de 15 para 16 anos, porque já tirou a carta. Funciona melhor assim para esta tira, pelo que se propõe. No entanto, há alguma evolução na vida do Jeremy. Não só o ter carta, como ter uma relação mais estável com a Sara (nenhuma zanga em todo o livro, que cobre uns 8 ou 9 meses, é um recorde!)
Quanto à arte, é mais elaborada nesta tira, o que me agrada, mesmo sendo algo caricatural. E adoro o design do livro, que permite ter algumas tiras a cores (as de domingo), o que é um bónus surpreendente e recompensador. Algumas tiras têm um formato fora-da-caixa, pelo menos neste livro, o que também se torna interessante, visualmente.
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