terça-feira, 19 de junho de 2012

Eu e a leitura

A minha história como leitora ávida terá começado pelos 4-5 anos, quando aprendi a ler. Os meus pais dizem-me que quando viajávamos eu me fartava de perguntar o que é que estava escrito nas placas, e que assim aprendi a ler, pelo menos em maiúsculas. Foi por essa altura que a minha mãe me comprou os primeiros livros de Banda Desenhada, que me ajudaram a desenvolver o bichinho. Passei muito tempo na companhia do Pato Donald e dos sobrinhos e do Mickey e amigos, e também tive uma fase em que lia a Turma da Mónica.



A partir daí fui lendo muitas outras coisas, incluindo uma colecção de livros da Rua Sésamo e a colecção Porque será que?, que a minha mãe encomendava para mim do Círculo de Leitores. (A minha mãe sempre foi uma impulsionadora das minhas leituras. Obrigada, mãe. Aposto que deves estar a arrepender-te do dia em que me passaste o primeiro livro para as mãos.)



O ponto seguinte da minha história com os livros é marcado pela abertura de uma biblioteca municipal no conselho onde vivia quando tinha uns 8 anos. Pouco depois de ser inaugurada, a minha mãe levou-me e à minha irmã para nos inscrevermos. Aí tornei-me ávida nas minhas leituras - podíamos levar 3 livros por 15 dias, e quase sempre eu acabava os livros antes do prazo. Foi a biblioteca que me deu a ler colecções como as da Uma Aventura, o Triângulo Jota, o Clube das Chaves, ... e daí nasceu o meu gosto por aventuras.



Quanto à minha irmã, esteve por algum tempo mais reticente aos prazeres da leitura, mas uma professora dela da escola primária tinha disponíveis na sala uma colecção de livros da Patrícia Belden, e isso plantou o bichinho nela. Também li com muito gosto os livros, e ainda hoje tentamos procurar em alfarrabistas e feiras cópias dos mesmos.






Entretanto, alguns meses depois de o primeiro livro do Harry Potter ser publicado em Portugal ouvi falar do mesmo. Pensei "um rapaz que não sabe que é feiticeiro e vai para uma escola para aprender a sê-lo? fixe, isto é capaz de ser giro". Mal sabia eu que estavam ali uns bons amigos e que íamos mutuamente acompanhar-nos até à vida adulta. Li os livros com uma idade próxima da que o Harry, a Hermione e o Ron tinham nos livros, particularmente o primeiro e o ultimo livros. Passei o Verão a seguir a ler o livro, em que tinha 11 anos, a torcer para que uma coruja, um pombo, ou vá um periquito, me viessem trazer a carta de entrada em Hogwarts. E no Verão dos meus 18 anos, quando tudo estava a mudar, li o último livro, e percebi que ia ficar tudo bem.



Para além do Harry Potter, outro culpado existe pelo meu gosto por tudo o que tem uma gota de fantástico - o Senhor dos Anéis. No Verão (sempre o Verão!) a seguir ao primeiro filme da trilogia ter saído apanhei-o num canal de cinema e mais uma vez fiquei deliciada ao saber que era baseado nuns livros. Não descansei enquanto não os li, e até viciei a minha irmã, que devorou os livros logo a seguir.



Quando tinha 14 anos mudei de casa, e no lugar em que vivia não havia biblioteca. (Apenas um centro documental patrocinado pela Gulbenkian, que era pequeno e com, compreensivelmente, pouca variedade.) Comecei a comprar mais do que pedir emprestado, e nessa fase ganhei um gosto também pela banda desenhada. Nessa altura era comum as edições da Devir serem vendidas nas papelarias e eu comecei a comprá-las. Fui juntando também algumas revistas de banda desenhada que eles publicavam, para além das colecções Os Clássicos da Banda Desenhada, e Os Clássicos da Banda Desenhada - Série Ouro, publicadas pelo Correio da Manhã e que me deram a conhecer outros artistas, álbuns e heróis.



Durante esses anos fui ganhando um gosto cada vez maior pelo fantástico, mas ainda não havia muita coisa publicada em português, por isso fui variando as leituras. Adorei ler Os Diários da Princesa da Meg Cabot, e como gostei tanto da autora acabei por espreitar todos os outros livros dela que pude. (Infelizmente, não tinha acesso a eles da maneira convencional. Ainda hei de coleccionar todos os livros dela.)






Pelo meio houve um qualquer devaneio com a série do Crepúsculo, cujo primeiro livro me fez salivar por o ler durante um Verão inteiro, porque tinha lido um daqueles livrinhos com os primeiros capítulos e tinha achado aquilo viciante. Ainda por cima o livrinho dizia que iam publicar aquilo no fim de Junho, e só tive notícias do livro em Outubro! É claro que quando chegou o filme eu já me tinha fartado e ido parar a outras paragens (passe a redundância), e agora só os vejo por mera curiosidade.



Os últimos anos de leitora têm sido os mais intensos. Com a minha vinda para Lisboa para estudar comecei a ter mais e melhor acesso a livrarias, e comecei a ler mais coisas do fantástico, que ainda é o meu género de eleição. O ter começado o blogue foi um passe para estender os meus horizontes e alargar as minhas opções, e tenho lido muita outra coisa que não sonharia há uns anos - além de agora poder encomendar livros em inglês se tal me apetecer. Do ponto onde me encontro, o horizonte é bem vasto, e o céu é o limite.

7 comentários:

  1. A minha mãe também foi a impulsionadora da minha leitura e ela também deve estar bastante arrependida. Também tive a minha fase Uma Aventura (quer dizer, ainda tenho...), Harry Potter (que nunca vai passar), Crepúsculo (essa sim, já vai longe), Os Diários da Princesa e o Senhor dos Anéis. Este último foi uma paixão mais recente, quando decidi que tinha de ver os chamados filmes de culto e me deparei com o Senhor dos Anéis. Acho que a maioria dos livros que falaste fazem parte da nossa história como leitores :)

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    1. Ehehe, pobres mães, nem sabiam o que lhes ia sair na rifa! xD

      Sim, alguns livros que nos marcam acabam por ser partilhados por toda uma geração de leitores... mesmo os que já não leio, ou não lerei, deixam uma saudadezinha, como amigos que não vemos há imenso tempo. :)

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  2. Ai a Patrícia Belden - já nem me lembrava do sobrenome, apesar de me lembrar da trupe toda: Nora, Jim, Diana, Brian, Mart e o puto o Bobby. Acho que não me falta nenhum. Adorava. Tenho a colecção quase toda. E o que eu gostava dos Hardy? e da Nancy Drew?
    Infelizmente as colecções portuguesas já me apanharam com outros gostos literários (com excepção das Viagens no Tempo) mas o Harry Potter foi um regresso à infância.
    Engraçado que, apesar de gostar imenso de fantasia, só li o Senhor dos anéis por curiosidade e nunca consegui ser grande fã. Provavelmente porque não me consegui desvincular dos filmes.
    Boas leituras

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    1. Falta o Dan! Só aparece pela primeira vez no 5º livro (como é que eu me lembro disto?), e era mais um outsider, mas mesmo assim era um dos meus preferidos. ;) Os Hardy e a Nancy já não apanhei propriamente, tenho um livro ou outro da Abril ControlJornal, mas é tudo. E como me pude esquecer das Viagens no Tempo? Adorava aquilo. :D
      Realmente os filmes do LotR acabam por deixar um grande impacto, felizmente só vi o primeiro filme antes da trilogia.

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  3. OMG os livros da Rua Sésamo... já mal me lembrava deles!! :D

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    1. Também compravas? Entre eu e a minha irmã ainda conseguimos fazer umas duas colecções... mas penso que ainda houve uma terceira antes das nossas. :)

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    2. Então não! Tinha vários, vários! :3 É triste pensar que a canalha agora nem sabe o que é a Rua Sésamo. Quer dizer, acho que nos States ainda passa...

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