Capa tripla do número 01 de Vingadores. (Contracapa + capa que dobra para dentro.) |
Em Fevereiro a Panini começou a lançar em Portugal alguns títulos da Marvel em português de Portugal; anteriormente, a editora de comics americanos era representada por cá por vários títulos importados do Brasil, alguns dos quais eu seguia regularmente, mas que eram distribuídos sem nexo nenhum. Muitas histórias tinham continuação em títulos que não eram distribuídos por cá, e dei por mim várias vezes frustradíssima, sem poder continuar a ler o seguimento natural duma história. Sobrevivi, porque apesar de não ser uma leitora ávida de comics americanos, sou uma leitora regular, e aprendi a viver com os constantes saltos de continuidades, trocas e destrocas, mortes que passado 6 meses são ressureições, e reviravoltas afins.
Capa do número 02 de Vingadores. |
Contudo, foi uma boa notícia esta, a de serem lançados alguns títulos específicos para o mercado português, que pelo menos me parecia garantir alguma continuidade e bom senso na escolha das revistas que iam ser incluídas. E não é que me importasse propriamente de ler em português do Brasil, mas era certamente desconcertante tropeçar em algumas palavras desconhecidas ou algo diferentes, ou típicas de um uso coloquial ou de calão que não têm equivalente em português de Portugal.
Em termos de distribuição, no início era bastante complicado encontrar as revistas, porque não havia muitas papelarias/quiosques/livrarias a vendê-las, o que me fazia dar umas voltas enormes para as encontrar (a minha sorte é que uma livraria relativamente perto - e por relativamente perto quero dizer 4 paragens de autocarro via Carris - do meu local de trabalho as tinha). Depois, comecei a encontrar as revistas cada vez mais perto de casa, e agora tenho uma papelaria mesmo à porta de casa que as tem.
Capa do número 03 de Vingadores. |
Sei que estão à venda em sítios como a Fnac, mas recuso-me a comprá-las àqueles vândalos, que metem daqueles autocolantes horríveis com alarme nas capas, e que são tão chatinhos de tirar, que se eu os tentasse tirar das capas normais das revistas rasgavam-nas todas. Comprei o primeiro volume/livro/trade paperback que editaram dentro desta iniciativa, o Homem-Aranha Superior #0, na Fnac, e foi um suplício para tirar o autocolante da capa, que era bem mais resistente que as capas das revistas. Acabei por conseguir tirá-lo, mas fiquei com uma parte da capa meio "levantada".
Em termos de qualidade do papel e edição, tenho estado bastante satisfeita, porque o papel é bastante bom, adequado ao tipo de impressão e história, e os livros/volumes com histórias completas têm sido uma boa surpresa, apesar dum preço mais puxado num ou outro. Em termos de edição, não tenho muito a apontar, não tenho notado problemas de tradução; só tenho a apontar pequenos erros que se vão escapando, como confusões entre a Capitã Universo e a Capitã Marvel no número 6, e nos números 1 e 2 a Capitã Marvel aparecer como Capitão.
Capa do número 04 de Vingadores. |
A razão pela qual decidi falar um pouco destas revistas foi o facto de estarmos a chegar ao 6º número de cada revista, e em que sou capaz de ter lido o equivalente a uns 3 livros, mais ou menos, que coleccionam os issues originais de cada revista; achei então que seria interessante rever a minha experiência de leitura com cada título, em termos narrativos.
Neste caso, os primeiros seis números de Vingadores contêm os números 1 a 12 de Avengers e 1 a 6 de New Avengers, no original; ambas as revistas contam histórias separadas, com personagens quase completamente diferentes (New Avengers é um caso especial, por razões que mencionarei à frente), mas que é previsível que se venham a encontrar no futuro, pois a narrativa parece ser dois lados da mesma moeda.
O tipo de narrativa que o argumentista está aqui a tentar contar é um não muito comum, no que tenho lido de comics. É um em que ainda não é possível ver o endgame, aonde é que a história vai parar, e aquilo que vai sendo apresentado são pequenas peças do puzzle, mas das quais ainda não é possível fazer completo sentido (e eu gosto muito quando as coisas fazem sentido).
Capa do número 05 de Vingadores. |
Não é uma narrativa que se preste muito a fascículos, a ser lida aos bochechos, por esta razão... só quando li as seis revistas de seguida é que algumas coisas fizeram mais sentido para mim, em que pude ver temas e cenas repetidas, coisas que fazem ressonância umas com as outras.
Portanto, é uma narrativa que tem o potencial para ser muito interessante, e que espero vir a continuar a ler... com plena consciência que se o meio fosse outro (um livro, por exemplo), eu já o tinha devorado, e aqui tenho de esperar. O que de certo modo prejudica a apreciação do desenvolvimento da história, mas enfim.
Nos números de Avengers, podemos observar um reformar da equipa com um elenco muito mais alargado que o habitual. Não conhecendo grandemente os Vingadores, parece-me uma bela ideia. Varia o tipo de personagens apresentados e foge à tentação de centrar a equipa nos personagens que o púbico conhece do filme de 2012.
Capa do número 06 de Vingadores. |
O tema em si, aparentemente não me soava muito a Vingadores, por uma razão qualquer... mas conquistou-me, como já mencionei. A ideia de que algo está muito errado com o universo, que os sistemas que o fazem funcionar estão a partir-se e prestes a mandar tudo para o Inferno... muito cativante. Gosto de ter vindo a conhecer os vários aspectos da ideia, e de como têm vindo a ser apresentados como mais um sintoma de que o Universo está doente. Acho fascinante a ideia das bombas biológicas, e dos avatares que supostamente devem ir aparecendo num mundo em mudança.
A presença de diversos personagens dá novas perspectivas à coisa, além de que alguns têm experiência directa com a destruição de mundos e universos, parece. Espero ter mais visulmbres de alguns dos personagens, especialmente daqueles menos conhecidos. Por outro lado, passava bem sem o Homem de Ferro, que, caramba, está em todos os títulos e mais alguns, que exagero. Está nos Avengers, nos New Avengers, no seu título próprio, e ainda arranjaram maneira de o enfiar nos Guardians of the Galaxy. Sobre-exposição, já ouviram falar?
Capa variante do #1 de Avengers; adicionei ao post porque achei imensa piada ao estilo chibi dos super-heróis. |
Nos números de New Avengers, a narrativa acompanha um grupo de super-heróis que se auto-intitula de os mais poderosos do mundo, e que acompanha as crises que vão acontecendo, usando as suas posições-chave como líderes em várias equipas para, bem, liderar o mundo. São os Illuminati, compostos pelo falecido Professor Xavier, Raio Negro, Doutor Estranho, Reed Richards, Namor, Homem de Ferro, e com uma recente adição do Capitão América.
Já conhecia, mais ou menos, e honestamente, não lhes acho particular piada (quem é que lhes pediu que governassem o mundo? eu não votei neles). Compreendo a ideia que os originou, um grupo secreto que controla os destinos do mundo, dando valor às teorias da conspiração, mas não sou fã.
Contudo, a história contada com estes personagens compensa esse aspecto. O Pantera Negra apercebe-se de um evento que está relacionado com os de Avengers, e que demonstra a pobre saúde do Universo: é testemunha duma incursão, uma iminente colisão entre Terras de universos diferentes, e da consequente destruição da outra Terra por uma personagem misteriosa, a Cisne Negro. O Pantera junta os Illuminati, apesar de não concordar com a existência do grupo (hipócrita), e juntos tentam descobrir uma solução para evitar a destruição da sua Terra em consequentes incursões.
Capa variante do #1 de New Avengers; adicionei ao post porque achei imensa piada ao estilo chibi dos super-heróis. |
Quanto à arte, não sei se posso fazer destaques, porque em geral tenho gostado dos diferentes estilos dos desenhadores, e não sinto que choquem uns com os outros. Gostei bastante do estilo de Jerome Opeña com as cores de Dean White (Vingadores número 1), que dão um ar "pintado" ao seu trabalho; mas também me agradou o traço de Dustin Weaver (Vingadores números 5 e 6) e de Adam Kubert (Vingadores número 2).
Em suma, ainda acho esta narrativa um pouco confusa, por não a conhecer por completo... mas estou curiosa e com vontade de a continuar a explorar, porque me parece prometedora. A verdade é que andam a acontecer demasiadas coisas que emperigam o Universo Marvel, e gostava de estar lá para ver a inevitável explosão.
Comprei o 5º volume, assim ao acaso, porque quero começar a ler mais BD e como adoro a Marvel, encontrei ali a oportunidade perfeita, e nem me apercebi que fazia parte de uma série. Será que me vou sentir muito confuso na leitura?
ResponderEliminarBem, eu diria que a revista nº 5 até nem é um mau sítio para se começar. ;)
EliminarTudo o que precisas de saber é que há indícios de que o Universo, como entidade, não está a funcionar muito bem; que os Vingadores enfrentaram um antagonista, o Ex Nihilo, em Marte, e que lançou "bombas biológicas" na Terra, bombas essas cujos efeitos os Vingadores estâo agora a estudar; e que trouxeram de Marte um ser geneticamente criado pelo Ex Nihilo, ser esse que vais conhecer nesta revista como Manto Noite.
De resto, como eles estão a começar agora a ser apresentados aos efeitos das bombas, é um ponto interessante para se começar, porque ainda não foi revelado muito da história, acho que se acompanha bem a partir daqui. ;) Só experimentando ler. :)
Queria ver se conseguia arranjar os volumes anteriores, tenho de procurar melhor mas se calhar já não arranjo...
EliminarMas pelo que disse nem foi uma má compra hahaha xD bem a ver se o leio esta semana!
Obrigado pela ajuda :D
Só perguntando na loja onde compraste, a ver se é possível pedir através do distribuidor os números antigos da revista. ;) Entretanto, o número 6 já saiu para as bancas, se gostares do 5. :D
EliminarDe nada! ^_^