sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Colecção Universo Marvel #18, #19 e #20: Wolverine, Vingadores vs. X-Men

Wolverine: Evolução, Jeph Loeb, Simone Bianchi
Uma história que apresenta um novo inimigo do Wolverine, enquanto se debate com um inimigo já bem seu conhecido, Evolução tenta adicionar mais alguns pormenores à mitologia do personagem, desenvolvendo ainda o seu passado.

É intrigante ver revelados certos pormenores sobre o passado do Wolverine e sobre um tal Romulus, que eu já tive oportunidade de conhecer e ler sobre, em histórias mais à frente. Contudo, não sou totalmente fã da narração com flashbacks, que é um pouco confusa e convoluta.

A questão da Evolução também me faz duvidar se seria completamente necessária para apresentar o Romulus; possivelmente sim, mas gostava que tivesse sido explorada doutra maneira. No entanto, gostei bastante da narração interna do Logan, que deu algum interesse à história.

A arte é visualmente muito interessante, talvez um pouco escura, mas bastante enérgica; a composição das pranchas e a organização das vinhetas nelas confere alguma dinâmica à acção. Só não sou completamente fã dum aspecto visual tão escuro.

Vingadores vs. X-Men 1: O Dia da Fénix, Brian Michael Bendis, Jason Aaron, Ed Brubaker, Jonathan Hickman, Matt Fraction, John Romita Jr., Olivier Coipel 
Vingadores vs. X-Men 2: E Então Restou Um, Matt Fraction, Brian Michael Bendis, Jason Aaron, Ed Brubaker, Olivier Coipel, Adam Kubert 
Já disse por aqui que não sou muito fã das sagas longas, porque tendem a arrastar e a engonhar, sem sim à vista; mas este Vingadores vs. X-Men até fez um bom trabalho em manter a minha atenção. O enredo corre a um bom ritmo, e em vez de termos os heróis a correr dum lado para o outro sem rumo (bem, até temos um bocadinho disso), há um acontecimento aproximadamente a um terço ou a meio da história que muda o foco e os desígnios dos super-heróis , e que ajuda a dinamizar a narrativa.

A história geral é responsabilidade de cinco argumentistas bem conhecidos (Brian Michael Bendis, Jason Aaron, Ed Brubaker, Jonathan Hickman e Matt Fraction), que se revezam a escrever cada número individual da história. Fazem um trabalho decente a criar um todo coerente, suponho; não conheço os estilos narrativos respectivos o suficiente para os identificar, mas deu para notar que cada número tinha um estilo diferente.

A premissa em si é bastante interessante, com os dois grupos titulares a discordar acerca de um assunto que lhes é muito caro - a vinda da Fénix, presumivelmente para encarnar na Hope Summers, e o caos que poderá vir daí - e a história que daí resulta até entretém, e se acompanha bem. Contudo, é daquelas premissas que se eu me puser a esmiuçar cai logo abaixo - creio que se os dois grupos se sentassem a uma mesa a discutir o assunto em vez de partir para a agressão imediatamente, não tínhamos tido tanto drama. Por outro lado, se toda a gente não insistisse em ser tão irracional, não tínhamos história, portanto...

Tenho a sensação que os Vingadores se fartaram de pôr o pé na argola vezes sem conta, em termos tácticos, o que é um pouco estranho, tendo em que conta que são liderados pelo Capitão América, que é supostamente um bom líder militar e uma pessoa razoável. E por falar no Capitão, a militarização da situação inicial parece-me totalmente descabida. Esperaria essa atitude dum Nick Fury, mas do Capitão? Bah.

Outro que faz uma asneirada de todo o tamanho é o Tony Stark. Para o génio que é suposto ser, como??? Como é que ele comete uma argolada como aquela com a Fénix? Podemos argumentar que tudo o que se segue é culpa dele, que foi fazer de Deus sem ter a certeza do que estava a fazer - o que não me parece nada típico do Homem de Ferro, mas enfim.

O acontecimento a meio da narrativa leva as coisas para novo território, e torna-se interessante seguir o Quinteto da Fénix. Porque a ideia inicial que têm, de melhorar o mundo em que vivem é fantástica; mas como acontece frequentemente com quem possui muito poder, as boas intenções degeneram. É curioso observar como os personagens resistem ou não ao poder da Fénix, mantendo a sua personalidade ou exacerbando-a até ao ponto de desequilíbrio.

Agrada-me a ideia final do que acontece à Fénix. A verdade é a história para trás deste evento é longa e complicada, indo bater pelo menos até à Dinastia de M, e aquilo que a Wanda/Feiticeira Escarlate fez nessa história teve repercussões durante muitos anos. Portanto, é adequado que ela tenha um papel na resolução do conflito, e que seja peça essencial no equilíbrio das capacidades da Hope.

Sobre uma certa morte ali para o final, bem, já disse que estou à espera que o personagem volte a todo o momento, por isso não me aquece nem arrefece. Ainda por cima o momento é tão anticlimático, ocorrendo depois dum momento grandioso, e tão inglório - querem mesmo que eu acredite que esta pessoa não saberia fazer melhor que cutucar uma fera enfurecida? É quase como se fosse culpa dele, bolas. A situação diz mais sobre a psique do perpetrador e de como se sentia em relação à sua vítima - de forma exacerbada pela Fénix.

Aprecio perceber finalmente o estado de algumas coisas nos primeiros números do Marvel NOW!, há muita coisa que faz agora sentido, como a tensão entre o Pantera Negra e o Namor. E percebi porque é que o casamento do Pantera com a Tempestade acabou, ainda que seja por uma razão estúpida - estarem de lados opostos do conflito não me parece suficiente, muito menos ele culpá-la pelo que o Namor fez, mas enfim...

Quanto ao trabalho artístico, está bem representado, entre três desenhadores bem conhecidos (John Romita Jr., Olivier Coipel, e Adam Kubert); só lhes notei a diferença porque o primeiro desenha caras e expressões num estilo mais cartoonesco e menos realista. Uns (Olivier Coipel, parece-me) têm mais queda para brincar com a organização das páginas e o posicionamento das vinhetas, mas no geral o trabalho apresentado conseguiu manter o meu interesse.

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