Homem de Ferro - Extremis, Warren Ellis, Adi Granov
Gostei da premissa, muito interessante o modo como concebe a fusão da biologia com a tecnologia. O Tony Stark é um personagem que me sempre deixou na dúvida, pela sua ligação à indústria de armamento e pela sua inserção no establishment e nos círculos de poder (o contrário é quase inevitável na maior parte dos super-heróis, e certamente encaixa melhor no perfil dos mesmos). E, em retrospectiva, é um personagem cujo propósito, na sua origem, é algo ultrapassado. Não sei se se terá conseguido reinventar ao longo dos anos, mas este é um começo. E uma óptima (e óbvia) base para os filmes que se fez deste super-herói. A arte agrada-me, um pouco diferente do normal, escura e violenta.
Quatro pequenas histórias completam este volume. A primeira é um pouco hiperactiva e confusa, ao jeito da vilã, mas engracei com a arte ao jeito manga. A segunda tem a colaboração de um desenhador português, Nuno Plati, com um traço interessante, principalmente para a figura humana; a história em si é bem gira, com a Pepper Potts a salvar o dia. A terceira não me aqueceu nem arrefeceu. A quarta também tem traço português (Filipe Andrade), do qual gostei; a história em si é bem divertida. Destaque para o destaque (passe a redundância) dado ao desenho do Filipe Andrade.
Surfista Prateado - Parábola, Stan Lee, Moebius, John Buscema
Não gosto do Surfista Prateado, a sua atitude "woe is me! os humanos não sabem o que perdem por serem tão egoístas! buáaaaa" aborrece-me. Por isso acho que nem me vou dar ao trabalho de comentar a maior parte das histórias.
Excepção feita a uma história com traço do John Buscema, com vinhetas de página inteira, bem gira. E à história titular. O conceito não é original, já o vi por aí, mas gosto de ver o traço do Moebius no género do comic americano. O desenho de multidões, dos prédios, do Surfista Prateado são cativantes.
Wolverine - O Velho Logan, Mark Millar, Steve McNiven
Uma história ao meu gosto, pós-apocalíptica cruzada com road trip. Junta o útil ao agradável, por permitir desenvolver o worldbuilding durante a viagem, e conjura alguns acontecimentos inquietantes que fizeram dos EUA uma paisagem diferente.
A ideia por trás da derrota dos heróis, e o papel do Wolverine nela é provocante. A divisão dos EUA em espaços governados por vilões, e o modo como os heróis que sobreviveram se dividiram é interessante. Gostei do Gavião Arqueiro nesta história, um personagem bem divertido, e tive pena do que lhe aconteceu. Achei a arte interessante, tinha um lado sangrento, mas gostei.
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