quinta-feira, 31 de julho de 2014

Este mês em leituras: Julho 2014

E chega ao fim o mês de Julho, um mês recheado de boas leituras, muito boas leituras, apesar de mais agitado para mim. Foi um bom mês.

Livros lidos

Pronto, este mês não há fotos. Estive de férias no início do mês, e na minha grande esperteza, deixei os livros que li e opinei nessa altura em casa dos pais. Para tirar fotos a meia pilha, mais vale não tirar.

Opiniões no blogue


Os livros que marcaram o mês

  • A 5ª Vaga, Rick Yancey - gods, este livro é assustadoramente brilhante e brilhantemente assustador. O apocalipse nunca me pareceu tão aterrorizante, e o retrato do estado da humanidade em face da destruição é qualquer coisa de impressionante; e acima de tudo, é uma boa história, mesmo fascinante.
  • Quando Éramos Mentirosos, E. Lockhart - um total mindfuck, cortesia duma narradora instável e duma família aparentemente perfeita, mas atolada em conflito e tragédia. A escrita é complexa, mas cativante, e vale a pena percorrer a história para chegar ao fim e aquilo fazer total e completo sentido.
  • Ruin and Rising, Leigh Bardugo - foi um fim de trilogia tão emocionante, e aflitivo, e foi delicioso poder acompanhar estes personagens que aprecio tanto, e o fim deixou-me satisfeita, mas triste, porque acabou, e este mês foi só acabar séries que seguia, e pronto, acho que fiquei emocional.
  • Champion, Marie Lu - não era para destacar este, porque a trilogia é boa, mas não superlativa; mas quanto mais penso neste fim da trilogia, mais gosto dele, e acho que a autora fez um bom trabalho com ele e com a trilogia... e o bom trabalho merece ser recohecido.
  • Transformar-se em Maria Antonieta, Juliet Grey - acho que merece ser destacado porque escreve ficcionalmente sobre pessoas que existiram; o que me dá um nó na cabeça cada vez que tento pensar nos personagens e nas suas motivações... porque depois lembro-me que estas pessoas existiram, e sei lá eu se as coisas aconteceram mesmo assim, e se pensavam assim, etc.; a divisão ficção vs. realidade é complicada neste caso, mas foi um bom livro, bem plausível, suponho.
  • Dreams of Gods and Monsters, Laini Taylor - há algo na maneira como a Laini Taylor escreve que faz de mim uma total fangirl, e esta leitura tem sido fabulosa, excitante, deliciosa, perfeita; a autora consegue introduzir vários fios de enredo e enleá-los perfeitamente, e melhor, relacionar tudo sem deixar ponta solta, e não dá ponto sem nó; tem sido uma viagem e pêras.

Outras coisas no blogue


Aquisições

Mais Forte que o Desejo, Cheryl Holt
Uma Espia na Casa do Amor, Anaïs Nin
As Meninas de Paris, Henry Miller
Justine ou os Infortúnios da Virtude, Marquês de Sade
O Quarto dos Horrores, Angela Carter
Os primeiros quatro, da colecção de livros eróticos do Correio da Manhã. O último, a minha alma está parva. Já tenho ouvido falar do livro, mas não sonhava que tivesse sido publicado em português. Qual não é a minha surpresa quando encontro esta velhinha edição da colecção azul da Caminho, que deve ter uns 20 anos, numa papelaria local.

O Marciano, Andy Weir
Tríptico, Karin Slaughter
Para Sir Phillip, Com Amor, Julia Quinn
A Voz, Juliet Marillier
Os primeiros dois foram comprados na Wook (o segundo era oferta na compra do primeiro). Fiz uma compra a meias com a mana para aproveitar um daqueles vales jeitosos para a Wook que andavam a dar na Feira do Livro. O livro da Julia Quinn foi adquirido numa troca com uma amiga e o da Juliet Marillier foi adquirido graças a uns descontos em cartão.

Rivals in the City, Y.S. Lee
The Secret Diary of Lizzie Bennet, Bernie Su, Kate Rorick
All Lined Up, Cora Carmack
Champion, Marie Lu
A pilha em inglês do mês, livros que queria ler e finais de séries que queria devorar. Estou muito curiosa com o Rivals in the Ciry, mas com pena de chegar ao fim e de ser o último livro com a Mary e o James. E adoro The Lizzie Bennet Diaries, por isso este tie-in vai ser um complemento muito bom, mas gostava de rever a série antes de o ler.

The Girl with the Dragon Tattoo vol. 1, Denise Mina, Leonardo Manco, Andrea Mutti 
Capitão América: O Soldado do Inverno vol. 1, Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, John Paul Leon
Capitão América: O Soldado do Inverno vol. 2, Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, Lee Weeks, Stefano Gaudiano, Rick Hoberg
Homem-Aranha: A Última Caçada de Kraven, J.M. DeMatteis, Mike Zeck
Guardiões da Galáxia: Legado, Dan Abnett, Andy Lanning, Paul Pelletier
A banda desenhada do mês, com destaque para a Colecção Universo Marvel, publicada em parceria Levoir-Jornal Público, mas também o primeiro volume da adaptação de The Girl with the Dragon Tattoo, que adquiri numa promoção do Book Depository daquelas que eles fazem de meia em meia hora durante um dia. Há que aproveitar, eles têm sempre tanta coisa, mas tão pouca me interessa, que há que apoiar quando apostam neste tipo de coisa. De resto, alguma BD Disney e Marvel, e ainda a revista Estante, da Fnac.

A ler brevemente

Finalmente vou pôr as mãos no Rivals in the City, ou assim o espero. Custa um bocadinho dizer adeus a outra série favorita, e a um par de personagens que adoro acompanhar. Fora isso, espero vir a ler Opposition (outra série a terminar), Isla and the Happily Ever After (ainda outra série a terminar, uma pela qual espero há dois anos, sempre a suspirar por ela), e o livro de contos do Four (que não é bem uma série a terminar, mas também é o último livro publicado da série, portanto...). O que é que se passa com este ano e eu acabar séries??? O meu pobre coração frágil não aguenta.

Gostava ainda de ler O Marciano, que me suscita imensa curiosidade há bastante tempo, e tenciono continuar a ler os livros de banda desenhada da Colecção Universo Marvel.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Picture Puzzle #98


O Picture Puzzle é um jogo de imagens, que funciona como um meme e é postado todas as semanas à quarta-feira. Aproveito para vos convidar a juntar à diversão, tanto a tentar adivinhar como a fazer um post com puzzles da vossa autoria. Deixem as vossas hipóteses nos comentários, e se quiserem experimentar mais alguns puzzles, consultem a rubrica nos seguintes blogues: Chaise Longue.

Como funciona?
  • Escolher um livro;
  • Arranjar imagens que representem as palavras do título (geralmente uma imagem por palavra, ignorando partículas como ‘o/a’, ‘os/as’, ‘de’, ‘por’, ‘em’, etc.);
  • Fazer um post e convidar o pessoal a tentar adivinhar de que livro se trata;
  • Podem ser fornecidas pistas se estiver a ser muito difícil de acertar no título, mas usá-las ou não fica inteiramente ao critério do autor do puzzle;
  • Notem que as imagens não têm de representar as palavras do título no sentido literal.

Puzzle #1
Pista: thriller publicado em português.

Puzzle #2
Pista: romance contemporâneo publicado em português.

Divirtam-se!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A Voz, Juliet Marillier


Opinião: A Voz é o livro final da trilogia Shadowfell, e nele acompanhamos Neryn enquanto tenta terminar o seu treino como Voz com os Guardiões que faltam, enquanto que o movimento rebelde depende dela para levar a insurreição a bom porto. Mas uma má notícia que emperiga o plano faz Neryn tomar uma decisão arriscada em nome da causa, levando-a a ver e fazer coisas que não gosta, mas que reforçam a sua determinação em ajudar a criar uma Alban mais justa.

Gostei bastante de como as coisas se desenrolaram neste livro. Primeiro com a visita à Dama Branca, porque é uma introdução a um Guardião que é diferente dos outros, e é algo original no modo como é apresentada. Adorei conhecer cada Guardião e como "funcionam", por isso esta parte não foi excepção.

Depois, porque a Neryn descobre uma certa coisa que a faz mudar de ideias quanto ao curso dos acontecimentos... e gosto de como isso muda a história e foge às expectativas. Além disso, as cenas derivadas desta decisão são muito interessantes, porque testam a resistência da Neryn e o seu compromisso com a causa, com a necessidade de criar uma nova Alban, em face de injustiças atrás de injustiças.

A Neryn fez uma bela evolução ao longo da trilogia, de coisinha assustada e fugidia para uma mulher adulta e responsável, capaz de decidir o seu rumo e com fibra para aguentar muito, para permitir-se não interferir em nome de um bem maior. É uma lição interessante para ela aprender, ainda mais com um grande poder nas mãos... e nesse aspecto creio que ela aprendeu muito bem a lidar com o seu poder e a tomar as decisões que lhe parecem as mais correctas, mesmo quando tudo lhe diz que devia ir na direcção contrária.

Quanto ao Flint... é tão complicado, coitado do rapaz. É bastante claro que está prestes a saltar-lhe a tampa, mas toda a gente está em modo "não, continuamos a precisar do nosso espião na corte"... questiono este ponto de vista. Um espião não serve de nada se for uma bomba prestes a rebentar, caramba. Mais valia terem-lhe dado férias.

Por outro lado, e aprecio muito os excertos em que temos os POVs dele... mas souberam-me a pouco. Fizeram falta em cenas cruciais, porque depois quando finalmente lhe salta a tampa, parece que isso vem completamente do ar. Tinha gostado tanto de ver o que lhe ia em mente nessa altura. E noutras também. É nisso que a Juliet peca; desenha um retrato psicológico dele muito interessante, com as suas circunstâncias invulgares, mas deixa-o a modos que incompleto.

O elenco de personagens secundários, apesar de cada um não ter grande tempo de antena, é fabuloso. Desde os Guardiões aos Boa Gente que os acompanham, desde os Boa Gente que sempre apoiaram a Neryn aos Rebeldes, que tanta falta me fizeram (Tali! que moça fantástica), mas compreendo a sua ausência, necessária para efeitos da narrativa. Incluindo os personagens novos, que seguem e guiam e ajudam Neryn na sua demanda.

O fim foi em parte esperado e inesperado. Havia aspectos dele que eu esperava que acontecessem, mas não sabia como é que as coisas se iam resolver, ou qual o papel da Neryn nos eventos. Suponho que posso dizer que fiquei satisfeita, porque foi de acordo ao que estava para trás... mas fico triste pelas perdas e pela necessidade de luta para mudar o mundo destes personagens.

Acho que o final só peca por ser um pouco abrupto. O objectivo da trilogia era mudar Alban, e vemos tão pouco do novo estado de coisas, que me sinto defraudada. Eu tenho direito a ver aquilo pelo qual os personagens, e eu com eles, sofreram tanto, raios! Isso, e acho que precisava de ver um bocadinho da vida futura dos protagonistas. O ponto em que ficam é satisfatório, mas algo indefinido, e eu precisava mesmo de saber se ficam bem, se têm direito à vida com que sonharam. Este talvez esperançoso não é bom para a minha paz de alma.

Bem, creio que posso dizer que uma das marcas de um escritor que me cativa é eu ficar tão investida nos personagens que preciso de saber mais, mais, sempre mais. E aqui a Juliet Marillier é irreprensível, não deixo de ficar fascinada, imersa nas suas histórias, nos seus mundos. A Voz é mais um dos bons livros a sair da sua pena, e como leitora continuo a seguir com avidez as suas histórias.

Título original: The Caller (2014)

Páginas: 456

Editora: Planeta

Tradução: Catarina F. Almeida

domingo, 27 de julho de 2014

Champion, Marie Lu


Opinião: Esta tem sido uma trilogia de certo modo única de explorar. Não sendo uma que me apaixone e leve aos píncaros e me faça cantar aos céus as suas virtudes, não deixa de ser por isso fascinante no modo como apresenta os seus temas e faz evoluir os seus personagens. É uma história que aprecio mais com a cabeça que com o coração, mas não há nada de mal com isso.

Neste volume, a Republic parece estar no caminho para um tratado de paz com as Colonies e para se tornar num melhor país para os seus cidadãos do que até agora o foi... mas uma reaparição da peste emperiga as conversações entre os dois países, e mostra quão frágil mesmo está a Republic. Cabe à June e ao Day ajudar o seu país a sobreviver aos inimigos que os parecem rodear de todos os lados.

Pensando na história dos três livros em geral, achei-os bastante optimistas, particularmente neste livro. Em tanta coisa que tenho lido nos géneros de distopia e pós-apocalíptico, muito é bastante passimista, explorando como o sistema, ou a sua falência, corrompe e destrói os seus membros. O que é parte quase essencial dos géneros, suponho. Mas também é refrescante quando alguém faz algo diferente, como a autora aqui faz. Apesar do que as pessoas passaram às mãos do sistema, ainda se mantêm elas próprias, os soldados não se perderam para o poder que o sistema lhes dava, as pessoas ainda lutam. É comovente de tão optimista (e algo ingénuo, também).

Outra defesa interessante que a autora faz é a defesa reconstrutiva, e anti-destrutiva do sistema. No primeiro e até no segundo livros, o pensamento era mais ingénuo, mais "vamos deitar tudo abaixo e começar de novo". Neste, evolui para um compromisso, uma perspectiva mais adulta de "ok, o sistema não funciona, mas vamos ver se conseguimos melhorá-lo, vamos tentar". É realista e sóbrio, e mostra uma evolução nos personagens, que assumem uma posição nesse sistema para tentar mudá-lo.

No livro anterior já tivemos um vislumbre do resto do mundo fora da Republic - nomeadamente, das Colonies e do sistema que vigora por lá; neste, somos introduzidos à Antárctida. Por um lado, fiquei desapontada por não ter tido uma maior espreitadela aos territórios do resto do mundo; por outro, achei a Antárctida bastante interessante como sistema. Especialmente porque à superfície parece ser um sistema simples, eficaz e bom, mas que rapidamente levanta questões éticas e morais - se as pessoas têm um comportamento bom para ganhar pontos, e não porque o comportamento bom beneficia a sociedade, podemos mesmo chamar-lhe um comportamento bom? E depois, quem decide o que é bom e mau? É um sistema que tem tudo para dar asneira e se tornar num sistema repressivo.

A June e o Day encontram-se em pontos cruciais da sua vida, é fascinante de os ver lidar com o que têm entre mãos. A June está a estudar para Princeps, mas é claramente uma coisa que ela detesta fazer, apesar de se esforçar para mostrar o que vale, nem ela podia fazê-lo de outra maneira. O Day debate-se com a "pequena" revelação no fim do livro anterior, e em como isso imprime uma outra premência às coisas que ele faz. Juntos, são uma equipa fabulosa, e deixam-se ceder ao que há entre eles (finalmente), mas também há algo que os separa, algo que podem não ser capazes de ultrapassar.

Entre os personagens secundários, acho que tenho de destacar o Thomas, que por muita porcaria que tenha feito, tem uma lealdade inquebrável à Republic, e é quase assustador vê-la em acção. Há que respeitar alguém que funciona deste modo. (Ou pelo menos ter medo dele.) A sua narrativa sobre certos acontecimentos do Legend é, bem, impressionante. Por outro lado, acho que acabei a ficar cheia de pena do Anden, por um lado pelo peso do que tem de suportar, e por outro porque o comboio dele já tinha partido, e por mais que o rapaz se esforçasse, não dava para apanhá-lo.

O capítulo final, curiosamente, foi algo comovente, pela sensação de... perda e dor que o permeava. Passei o tempo que o li completamente em baixo, aflita pelos personagens e pelo que a passagem do tempo lhes teria (ou poderia ter) feito. Não sou a maior fã duma certa coisa que a autora fez a um dos personagens, porque fiquei frustradíssima com aquilo... mas acabou por ser uma solução elegante ao dilema que se punha aos personagens desde o primeiro livro, juntamente com a separação temporal. Permitiu curar, ganhar distância e perspectiva das coisas para lhes permitir aprender a viver com as mágoas. Enquanto que o resto da trilogia foi mais acção e pensamento, este epílogo foi totalmente emoção, e deixou-me tremendamente satisfeita, apesar da melancolia e nostalgia inerentes. (Ou talvez por causa delas.)

Páginas: 384

Editora: Putnam (Penguin)

sábado, 26 de julho de 2014

All Lined Up, Cora Carmack


Opinião: Muito se tem dito e escrito sobre o género New Adult, uma espécie de classificação artificial para livros que se focam em protagonistas a partir dos 18 anos, e que se debatem com as crescentes responsabilidades de ser adulto, aprendendo a lidar com os seus problemas de uma maneira mais madura (espera-se). Por vezes, o género ficou conotado com histórias excessivamente dramáticas, pois alguns autores entendem "lidar com problemas" como "despejar a maior quantidade de coisas horríveis de que me lembrar em cima dos pobres dos personagens".

Quero eu dizer com isto que se quisesse apresentar alguém ao género, particularmente alguém que tivesse receio de o ler por causa da fama dramática, abanava-lhe por debaixo do nariz um livrinho aqui da Cora Carmack. A autora consegue equilibrar uma história fofinha e doce, e com sentido de humor, com uma apresentação certeira da indefinição de chegar à idade adulta e dos problemas que traz, únicos a cada personagens, mas que permitem a vários leitores identificarem-se com os mesmos. É uma autora completa nesse aspecto, e tem uma boa sensibilidade para expor os problemas dos personagens - ainda não li um livro dela em que falhasse nesse detalhe.

Este é o primeiro livro de uma série focada na universidade de Rusk, envolvendo em específico a equipa de futebol americano. Coisa sobre a qual eu nada sei em absoluto, a não ser que parece tremendamente excitante (posso estar errada); nem um par de temporadas de Friday Night Lights me salvou da ignorância, porque parece também uma coisa bem complicada. O bom é que a autora usa o futebol americano universitário como suporte e cenário da história, mas não entra em detalhes demasiado técnicos. Mesmo quando ela descreve um jogo, não tive problemas em perceber o sentido geral do mesmo (como em, se eles estavam a ganhar ou a perder - vamos considerar isso uma coisa boa).

Os protagonistas são a Dallas e o Carson. A Dallas é filha de um treinador de futebol americano, que acabou de se tornar treinador da equipa da universidade onde ela estuda. Depois de um ex-namorado quarterback que se revelou tudo menos que perfeito, jurou nunca mais se envolver com jogadores deste desporto. O Carson é a nova adição da equipa, e esforça-se ao máximo para ser a opção principal do treinador para a sua posição, e um envolvimento amoroso pode distraí-lo do seu objectivo. Pouco disponíveis para uma nova relação, não conseguem no entanto resistir à atracção crescente entre os dois, indiferentes aos obstáculos.

São um par terrivelmente fofinho. Achei engraçada a maneira como ambos tentaram firmemente manter-se na friendzone quando descobriram que um era a filha do treinador e outro o novo jogador, mas como não conseguiram resistir e negar a atracção, cedendo aos poucos e ficando cada vez mais caidinhos um pelo outro. A interferência e comentários dos amigos também ajudam a conferir alguma piada à situação.

Por outro lado, achei a situação da Dallas bastante interessante e única. Para os outros a universidade pode ser um período de liberdade, mas para ela, nem por isso. A universidade foi escolhida por ela sob as condições do pai de não sair do estado do Texas, mas depois o pai aceita o lugar de treinador da equipa de futebol americano da universidade. E a sua vida tem sido assim, sob a sobreprotecção do pai, mas também sob alguma falta de supervisão dele, sentindo-se como se fosse secundária ao futebol.

É uma relação interessante, que a autora explora muito bem, talvez um pouco autobiograficamente, pois ela admitidamente escreveu parte da história inspirada na sua experiência de filha de treinador. Gostei muito de ver a Dallas perceber melhor a relação que tem com o pai, e perceber melhor a relação que ele tem com o futebol, e chegar a um entendimento mútuo com ele sobre as coisas e sobre a sua relação. Acredito que tudo vai correr melhor com eles.

O elenco secundário é tão interessante, e estou tão curiosa para os conhecer melhor. A Stella é tão divertida e uma melhor amiga fantástica, mesmo o que a Dallas precisa para sair da casca ocasionalmente. Achei o Ryan interessantíssimo, pela sua estabilidade e sentido de humor (e capacidades de adivinhação positivamente mágicas). O Silas caiu-me mal, de início, porque é mesmo o estereótipo do bonzão mais rodado que uma estação de autocarro, e parecia um idiota, mas apreciei a sua lealdade à equipa e o seu esforço para os levar para a frente. (Agora que penso nisso, faz-me pensar num Tim Riggins, de Friday Night Lights, com mais 4 anos em cima. Podia estabelecer alguns paralelos com essa série.)

O pai da Dallas, o treinador, é uma pessoa dura, mas esforçada e inspiradora, e quero vê-lo levar a equipa a bom porto. E a própria equipa é uma personagem de direito próprio, tentando melhorar sob a liderança do treinador. Fico com vontade de conhecer mais dos personagens que se movem nesta esfera, e acredito que a autora possa redimir um ou outro. (Talvez não o ex da Dallas. O tipo parece mesmo idiota. Bem, se ela lá chegar, e o conseguir fazer satisfatoriamente, vou ficar agradavelmente surpreendida.)

Foi uma leitura sofrida, não pelo conteúdo, mas porque o livro saiu e foi encomendado há dois meses, mas entre o primeiro exemplar não chegar, e o segundo levar quase mais um mês a fazê-lo, só agora consegui lê-lo. Com grande prazer, felizmente, e começo a pensar que a Cora Carmack não vai conseguir desiludir-me (*bate na madeira para impedir que tal acontece só porque o mencionei*). Com um equilíbrio emocional certeiro, ela escreve com uma honestidade refrescante e uma boa capacidade para representar o estado New Adult, sem exagerar no drama, mas sem tornar a sua história demasiado simples, demasiado leve. É uma autora a seguir.

Páginas: 320

Editora: William Morrow (HarperCollins)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Wicked Wildfire Read-a-Thon 2014 - Wrap-Up Post

Wicked Wildfire Read-a-Thon

That's a wrap for another read-a-thon! As always, a fun week period composed by 11 days. I'm a big fan of WW read-a-thons, it's a low profile thing where I feel pressure-free, doing my thing whenever I feel like. So, I'm happy with this read-a-thon and how it went for me, with my goals and my books read.

Let's take a look at my goals:
  • To read every day, and to read for at least an hour (two is preferable, if possible) - I'd say it went well, I think I read at least a couple of hours every day
  • To enter some challenges, if not all of them - I entered all the challenges
  • To update my progress every day, or most likely, every day I enter a challenge - I did the second one, I don't think I needed to post more than that
  • To read 3 fiction books, and throw in some graphic novels, manga books, short stories, or novellas - I did more than that, I read 4 fiction books and a graphic novel in two volumes
  • Try to keep up with reviews, writing during this read-a-thon the ones for the books I'll read - eh, not so much; weekdays were so busy that I didn't have that much time to write reviews, and the end result is that I have now 3 books to review; I had reviews saved up when this started, and now I have none (oops)

And let's do stats because I love the crap out of it:
  • I read 4 fiction books (Champion by Marie Lu; Um Pequeno Escândalo by Patricia Cabot/Meg Cabot [A Little Scandal]; A Voz by Juliet Marillier [The Caller]; All Lined Up by Cora Carmack), a graphic novel in two parts (Capitão América: O Soldado do Inverno 1 by Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, John Paul Leon; Capitão América: O Soldado do Inverno 2 by Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, Lee Weeks, Stefano Gaudiano, Rick Hoberg [Captain America: Winter Soldier])
  • I read 1928 pages which is way better than the last WW read-a-thon and is fairly good for the usual read-a-thon experience for me
  • This is an average of 175 pages per day, which is definitely better than my daily average of 126 pages this year
  • The books I read were also longer (321 pages in average) than the average page count per book this year for me (275 pages)
  • The longest book was The Caller, with 456 pages, and the shortest ones were the Captain America: Winter Soldier two volumes, with 168 and 184 pages

And that's the wrap-up for this read-a-thon. Thank you to the hosts and everyone who hosted a challenge; thank you for the effort in organizing this.

Below are my posts for the read-a-thon, both the starting post as well as the daily-ish update posts, which contain both my progress and my answers to the challenges.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Wicked Wildfire Read-a-Thon 2014 - Wednesday and Thursday (23th-24th)

Pages read:
Wednesday: 122 pages
Thursday: 280 pages

Pages read so far:
1928 pages

Books read:
Wednesday:
17,9% (82/456 pages) of A Voz by Juliet Marillier (The Caller)
12,5% (40/320 pages) of All Lined Up by Cora Carmack


Thursday: 
87,5% (280/320 pages) of All Lined Up by Cora Carmack

Books read so far:
Champion by Marie Lu (finished reading)
Capitão América: O Soldado do Inverno 1 by Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, John Paul Leon (finished reading)
 Capitão América: O Soldado do Inverno 2 by Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, Lee Weeks, Stefano Gaudiano, Rick Hoberg (finished reading)
Um Pequeno Escândalo by Patricia Cabot/Meg Cabot (finished reading)
A Voz by Juliet Marillier (finished reading)
All Lined Up by Cora Carmack (finished reading - hopefully - ETA: and I did!)

Read-a-thon status:
I hope to finish All Lined Up before the read-a-thon ends.
Cora Carmack's books are always fun, and I've read
almost the whole thing today, so I'll try to
finish it before I go to sleep.



Challenge: Randomly Fill in Sentence hosted by Kimberly @ The Windy Pages
Finish the following sentence from a random sentence on a random page from your current read!

Here’s a sentence from the book Vengenance by Megan Miranda:

“The lady in room 2B was about to_________”
I'm currently reading All Lined Up by Cora Carmack. I picked a random page, page 113, and a random sentence,


He looks down, and those words are like a punch to the chest.

which turned out like this:

The lady in room 2B was about to...
look down, and those words were like a punch to the chest.

Cute challenge!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Wicked Wildfire Read-a-Thon 2014 - Monday and Tuesday (21th-22th)

Pages read:
Monday: 190 pages
Tuesday: 148 pages

Pages read so far:
1526 pages

Books read:
Monday:
41,7% (190/456 pages) of A Voz by Juliet Marillier (The Caller)


Tuesday: 
32,5% (148/456 pages) of A Voz by Juliet Marillier (The Caller)

Books read so far:
Champion by Marie Lu (finished reading)
Capitão América: O Soldado do Inverno 1 by Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, John Paul Leon (finished reading)
 Capitão América: O Soldado do Inverno 2 by Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, Lee Weeks, Stefano Gaudiano, Rick Hoberg (finished reading)
Um Pequeno Escândalo by Patricia Cabot/Meg Cabot (finished reading)
A Voz by Juliet Marillier (currently reading)

Read-a-thon status:
I'm loving reading The Caller. Juliet Marillier is an awesome author,
and is always comforting to read. She's never failed me with a book.


Challenge: Guess the Title Picture Challenge hosted by Michelle @ Book Briefs
Ok, so how does this work? First you pick a book. Then you find pictures to represent the words in the book title. Then you put the pictures/clues together and try to guess what the book title is.  Get creative and make it as challenging as you want. Make a post with your Book picture puzzles and go around to different blogs and try to guess some of the puzzles. (Words like “the” “and” “on” “Of”, etc. are excluded from pictures)
I usually do a variation of this challenge as a weekly feature here on my blog, and I'm a big fan of it, so I'm going to make a couple of easy ones.

Puzzle #1
Hints:
  • YA epic fantasy
  • the third book in this series comes out this year
  • a story with a badass assassin and a deadly competition



Puzzle #2
Hints:
  • urban fantasy
  • first books in the series
  • the heroine deals with a lot of moody werewolves


Have fun!

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Um Pequeno Escândalo, Patricia Cabot/Meg Cabot


Opinião: Creio que posso dizer que me diverti ainda mais com este histórico da Meg Cabot do que com o anterior, Rosa Selvagem. Quero dizer, a situação do livro em si nada tem de divertido - a protagonista, Kate Mayhew, tenta deixar para trás das costas uma tragédia pessoal que a afastou do meio em que se movia, a aristocracia; e o protagonista, Burke Traherne, vive uma vida boémia, com a reputação de quem atirou o amante da esposa pela janela anos antes, e com uma filha debutante muito complicada.

Contudo, as coisas em que se metem são bastante caricatas. A primeira cena mostra-nos o Burke a tentar obrigar a filha a ir a um baile, levando-a às costas porque não consegue convencê-la de outra maneira. E surge a Kate, desconfiada de toda a cena, acusando-o de tentar raptar uma jovem, já que não sabe que é filha dele. E o que se desenvolve a partir daqui é bem engraçado, e melhor, com um desrespeito tal pelas convenções que é refescante. Os personagens estão afastados da sociedade aristocrática por várias razões, apesar de pertencerem ou terem pertencido a ela, e isso permite-lhes uma liberdade diferente. Vivem quase que como numa bolha.

Acho cativante o processo de aproximação dos protagonistas. Temos o Burke, feliz da vida porque contratou a Kate como dama de companhia da filha, e finalmente terá sossego, mas que dá por si a irritar-se com o silêncio, e que começa a racionalizar as coisas de tal modo para ir ao baile a que ambas as senhoras foram, porque acha que a Kate vai ser devorada viva pela aristocracia (não sabe do passado dela). A Kate, por sua vez, fica fascinada com a sensualidade do Burke, e o despertar sexual dela torna-se algo curioso de acompanhar. É um casal com uma química cativante.

Entre os personagens secundários, destaca-se a Isabel, a filha do Burke, que é a moça mais teimosa, mais rabina, de que há memória. Só a Kate a mantém na linha... mas as peripécias que envolvem a Isabel são qualquer coisa, especialmente porque lhe falta completamente a noção... uma espécie de Lydia Bennet, mas sem a malícia. E, bem, de vez em quando até tem bons momentos, como aquele em que repreende o pai por ser um tolo e não ir atrás de Miss Mayhew.

Já o Freddy, o melhor amigo da Kate, é um personagem sub-utilizado, acho que podia ter sido feito mais com ele. Ele até tem um desenvolvimento interessante a certa altura, mas que não é propriamente sugerido ao longo da narrativa... tal como no outro livro histórico da autora que li, o casal secundário junta-se muito apressadamente.

Também o fio do enredo que envolve o passado da Kate e um certo... "vilão" podia ter tido mais tempo de antena, não senti que fosse encaixado harmoniosamente com a parte do romance, e a certa altura aparece só para causar algum conflito e resolução ao casal, não porque é uma parte da história de pleno direito.

Volto a dizer, fico contente por ter tido a oportunidade de ler os romances históricos escritos por esta autora. Já não são recentes, e não são o melhor dela, mas são bem divertidos, satisfazem-me com a sua história e passo um bom momento com eles.

Título original: A Little Scandal (2000)

Páginas: 416

Editora: Quinta Essência

Tradução: Eugénia Antunes

domingo, 20 de julho de 2014

Wicked Wildfire Read-a-Thon 2014 - Saturday and Sunday (19th-20th)

Pages read:
Saturday: 222 pages
Sunday: 85 pages

Pages read so far:
1188 pages

Books read:
Saturday:
53,4% (222/416 pages) of Um Pequeno Escândalo by Patricia Cabot/Meg Cabot (A Little Scandal)

Sunday: 
11,7% (49/416 pages) of Um Pequeno Escândalo by Patricia Cabot/Meg Cabot (A Little Scandal)
7,9% (36/456 pages) of A Voz by Juliet Marillier (The Caller)

Books read so far:
Champion by Marie Lu (finished reading)
Capitão América: O Soldado do Inverno 1 by Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, John Paul Leon (finished reading)
 Capitão América: O Soldado do Inverno 2 by Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, Lee Weeks, Stefano Gaudiano, Rick Hoberg (finished reading)
Um Pequeno Escândalo by Patricia Cabot/Meg Cabot (finished reading)
A Voz by Juliet Marillier (currently reading)

Read-a-thon status:
What a great weekend! I breezed through A Little Scandal,
and then I wrote a bit, in order to keep up with reviews.


Challenge: Do You Know Your Book Covers? hosted by Brenda @ Daily Mayo
My challenge is a book cover quiz to see how many book covers you can guess when just viewing a tiny portion of the book! There are some classics and some new books in a wide range of genres. The guess the book cover quiz shows a random selection of 12 books, so you can take the quiz multiple times!
Done! I got 12 of 12 points (100%) - many covers I knew, and a few were very lucky guesses. A great challenge, I always have fun figuring out which book it is from a piece of the cover.

sábado, 19 de julho de 2014

Colecção Universo Marvel - Capitão América: O Soldado do Inverno

Volume 1, Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, John Paul Leon
Volume 2, Ed Brubaker, Steve Epting, Michael Lark, Lee Weeks, Stefano Gaudiano, Rick Hoberg

Estou muito contente por o Público e a Levoir estarem a lançar mais uma colecção de capa dura em banda desenhada, porque gostei bastante das duas colecções anteriores (gostei menos da da DC, que já me estava a irritar com tanto Super-Homem e Batman, algo que nunca pensei dizer). São colecções bastante boas, com escolhas bem interessantes (quando não me estavam a fazer enjoar do Batman...), e por isso fiquei bem animada com a perspectiva de mais uma colecção Marvel, especialmente porque reúne alguns títulos que me suscitam muita curiosidade.

No caso deste O Soldado do Inverno, o título é provavelmente mais reconhecido devido ao mais recente filme do Capitão América. O filme inspirou-se na história aqui contada, usando certos pormenores para contar uma história completamente diferente, o que até é refrescante. São universos diferentes, com necessidades diferentes... aquilo que partilham é a introdução do titular Soldado do Inverno, que tem uma intervenção parecida em ambas; contudo, o enredo é bastante diferente.

Neste par de volumes, existe também um cubo mágico que guia a narrativa, mas são o Caveira Vermelha e o General Aleksander Lukin que se perfilam como vilões da trama, lutando pela posse do cubo, que parece ter o potencial para gerar energia, muita energia, mas a um preço muito elevado. São as suas acções terroristas e a intervenção do Soldado do Inverno que chamam a atenção da SHIELD, de Nick Fury e do Capitão América, que irão investigar os acontecimentos.

Gostei muito da história, porque era intrincada e cheia de acontecimentos e reviravoltas, o que vim a descobrir que me agrada muito em comics. Lê-se um pouco como um thriller, suponho, o que é um registo que não tenho encontrado muito, mas gostei.

Agradaram-me os flashbacks da guerra, detalham um pouco a vida do Steve Rogers como Capitão durante a mesma, e apresentam outros personagens com que trabalhava na altura. Dão definitivamente um outro olhar sobre o Bucky Barnes, especialmente sobre o seu papel na guerra, o que foi interessante.

Entre persongens secundários, gostei bastante da Sharon, que tinha muita curiosidade em conhecer, e que se mostra como a sua própria pessoa, puxando as orelhas ao Capitão quando é preciso. O Nick Fury continua o mesmo de sempre, com uma carta na manga e todo o momento; o Caveira torna-se surpreendente pela sua intervenção; e o Soldado do Inverno é um personagem misterioso, mas que suscita interesse. Acho que só tenho pena que a história termine assim que ele se revele, gostava de poder ler mais sobre a sua reintergração no mundo de hoje.

O segundo volume ainda inclui Winter Kills, uma história à parte que relata uma véspera de Natal em que o Soldado do Inverno se cruza com alguns jovens super-heróis e acabam a trabalhar juntos contra a Hidra. É uma história gira, pela interacção de ambas as partes, mas também pelas memórias.

O primeiro volume tem uma história secundária ao enredo principal sobre Jack Monroe, um super-herói que tomou o lugar du Bucky a certa altura, e achei-a cativante de ler, mas trágica, pela perda completa de ligação à realidade. É uma perspectiva assustadora.

A arte agradou-me, bastante realista e escura, adequada à história, com umas cores que me cativaram o olho. A ideia de usar dois artistas diferentes para os flashbacks e para o tempo actual é bem boa, porque ambos encaixam bem com o estilo necessário para cada uma.