quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Curtas: Siege, Batwoman, Saga

Siege: Embedded, Brian Reed, Chris Samnee
Siege: Embedded reconta os eventos de Siege/Cerco sob o ponto de vista de alguns jornalistas que seguem o conflito entre as forças da HAMMER e de Asgard. (Daí o título, Embedded significa um jornalista que acompanha uma unidade militar durante um conflito armado.)

Segue o já conhecido Ben Urich enquanto tenta compreender a verdade dos eventos que ditaram o ataque a Asgard, e tenta infiltrar-se nas forças da HAMMER para descobrir o que move Norman Osborn. É acompanhado por um amigo jornalista, Will Stern, e o seu caminho cruza-se com Todd Keller, um daqueles jornalistas que ganham a vida a criticar tudo e a oscilar conforme o vento sopra. (No caso presente, criticava os VIngadores e a presença de Asgard, e lambia as botas ao Norman Osborn. O que só torna hilariante a reviravolta dele no fim.)

A narrativa não é muito focada, e o Ben Urich anda ali um bocadinho dum lado para o outro meio perdido, mas a história faz o seu trabalho: criticar o jornalismo parcial, a manipulação dos eventos por parte de quem está no poder, como o Norman Osborn, e a tentativa de impedir os jornalistas de fazerem o seu trabalho - reportar os eventos.

Não sou a maior fã da arte no que toca aos detalhes, porque a desenhar caras e coisas do género é demasiado detalhado e facetado (no que toca a sombras e cores), dando-lhe um ar estranho. Este tipo de arte acaba por funcionar melhor nos grandes planos e cenas de acção.

Batwoman vol. 1: Hydrology, J.H. Williams III, W. Haden Blackman
Batwoman: Hydrology continua a história começada em Batwoman: Elegia. A operar em Gotham, a Batwoman chama a atenção do Batman, que no primeiro número deste volume tenta confirmar as suas suspeitas sobre a identidade dela. Entretanto, Kate Kane torna-se uma espécie de mentora para a prima, Bette Kane, que usa o nome de código de Flamebird como super-heroína, para se certificar que a Bette tem o treino adequado.

Pelo meio, Kate continua a debater-se com os eventos de Elegia, a tentar entender o que descobriu sobre a sua família, mas com dificuldade em obter alguma paz acerca disso. Entretanto, novos antagonistas perfilam-se no horizonte, enquanto a Batwoman enfrenta um vilão sobrenatural responsável pelo desaparecimento de uma série de crianças.

É fascinante seguir a história da Kate, porque nada é ou foi fácil na vida dela, e ela reage de maneira curiosa, toma uma posição estóica e continua a caminhar, a esforçar-se para encontrar o vilão e salvar as crianças. Psicologicamente é muito interessante, porque ela foi educada num ambiente militar, cresceu para se tornar um soldado, e isso afecta a sua postura como Batwoman. Por um lado, é o que a torna numa boa integrante da Batfamília, mas por outro temo que a não exteriorização dos problemas a sufoque.

E pronto, isso é a razão pela qual tenho achado cativante o que tenho lido até agora da Batwoman. Uma heroína multifacetada, com imensas nuances a serem exploradas, vários fios de enredo a serem abordados, e a noção de que a vida real é chata e complicada, e uma dose de realidade não faz mal a ninguém. A Kate faz um monte de asneiras (afastar a prima, que resulta nesta ser atacada, ou deixar-se descobrir e à sua identidade pelo DEO), mas continua decidida a resolver as coisas.

Em termos de história, o vilão é um pouco estranho, porque é algo sobrenatural, algo que não associaria definitivamente a Gotham, mas creio que a Batwoman tem na sua história passada este tipo de coisa, por isso apenas vou dizer que não sou completamente fã de deixar o destino das crianças em suspenso. Fora isso, estou pelo menos intrigada com o que vai acontecer.

A arte, já o disse, é cativante e tão diferente. Todo o trabalho de planeamento das pranchas, a organização incomum das vinhetas, o dinamismo dado às cenas de acção, a dualidade entre a vida civil da Kate e a vida de luta contra o crime da Batwoman... gosto mesmo.

Saga vol. 1, Brian K. Vaughan, Fiona Staples
Eu juro que tentei mesmo resistir a dizer isto, mas bolas, não consigo, por isso cá vai: tenho a ideia que Saga podia ser um irmão de Daughter of Smoke and Bone se este se passasse no espaço e começasse com a Karou e o Akiva casados e à espera dum filho. (Quem me dera. Mal tive direito a um momento feliz com eles, bolas, a Laini Taylor sabe mesmo como nos fazer sofrer.) Adiante.

É definitivamente uma história engraçada. Uma premissa aparentemente tão simples dá num instante origem a uma série de ramificações e damos por nós a seguir um conjunto variado de personagens. O nascimento de um bebé, o filho de um casal composto por elementos de dois povos rivais, acaba por ter efeito na vida de muitos outros personagens, pois uma série de gente lança-se na procura desta família, com o objectivo de os capturar e exterminar - enquanto a Alana, o Marko e a pequena Hazel apenas querem ter um cantinho a que chamar de seu onde viver em paz.

Este primeiro volume narra como esta família tenta fugir aos seus perseguidores, e faz um belo trabalho a apresentar como este mundo, ou universo, melhor dizendo, funciona. Há toda uma série de coisas que dá gosto descobrir, todo um conjunto de idiossincrasias que é fascinante conhecer, e as ilustrações fazem um trabalho fantástico de combinar o exótico e o bizarro com o familiar (bem, talvez faça uma excepção aos cabeçudos-televisões - esses são apenas mesmo estranhos, mas a mercenária-aranha compensa, que é bizarra, mas no bom sentido).

A única coisa de que me posso queixar é que sendo o primeiro volume, a história está muito no início, há muita coisa que é apresentada mas que eu quero ver mais explorada. Sim, é superinteressante a fantasma adolescente que só tem metade do corpo, ou o mercenário com uma consciência, mas quero ver mais consequências da sua intervenção na história. Ah, e terminar o livro daquela maneira é pura maldade. Mas o que é que vem a seguir???

6 comentários:

  1. Hehe, todos os volumes de Saga terminam em cliffhanger, uns piores do que outros. Opá eu amo a Hazel!! :3 se bem que a versão mais crescida/narradora me dá cabo do juízo, sempre a dar a entender que as coisas não acabam muito bem para os pais, QUE NERVOS!

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    1. Ah, mas é uma maldade, então e agora? Os avós aparecem e fazem o quê? Espero que passe por puxar as orelhas ao Marko por partir a espada e dar à Alana vontade de trepar às paredes. xD

      A miúda já é a narradora neste, acho uma certa piada, porque está a contar como se estivesse mesmo muito no futuro, portanto dá uma sensação dupla... um, que tudo corre bem com ela, dois, que as coisas que acontecem durante a narração vão descambar. Por isso, estou curiosa. Ela cresce muito ao longo dos volumes?

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    2. Isso agora... tens de esperar pelo vol #2 xD

      Para já, nem por isso. No fim do vol #3 ela ainda é bebé/toddler.

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    3. Ahhh e tu ajudas à festa!!! :P

      Hmmm então agora pergunto-me quantos números eles têm planeados, e até quando na vida da pequena Hazel eles têm a história planeada, isto soa como se pudesse durar imenso, mas às vezes as coisas boas acabam depressa, nem quero pensar nisso. :S

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    4. Yep, também me pergunto isso. Suponho que deve depender do tempo que ela está com os pais---vÊs?? isto é influência da Hazel-narradora, tenho sempre a impressão de que a qualquer momento eles vão ser separados :'0 também gostava de saber como é que ela se lembra de tudo (mesmo antes de ter nascido), deve ter sido a mãe ou o pai a contarem-lhe, o que é bom sinal, ela já devia ser muito mais crescida.

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    5. Também tens a Izabel, que acompanha a bebé desde muito cedo, pode contar-lhe quase tudo, e o que aconteceu antes a fantasminha podia contar-lhe em terceira mão. Mas pronto, se nos pormos a pensar aqui muito nisto, ainda matamos a Alana e o Marko demasiado cedo. xD Não vejo porque é que não podem viver até velhinhos, "só" têm de resolver uma guerra interplanetária primeiro. :P

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