Opinião: Ah, gosto mesmo quando um livro me surpreende. Creio que o Throne of Glass só me chamou a atenção há pouco tempo, mas andava a morrer de saudades de ler algo a tender para a fantasia épica. Suponho que se pode dizer que era o livro certo à hora certa.
A sinopse está à vista, mas não transmite de todo a quantidade de coisas que acontecem durante o desenrolar da história. Havia tantos pormenores e pequenos acontecimentos a passarem-me pelos olhos que mal dava tempo para respirar. O mistério principal é um pouco óbvio, tão óbvio que fiquei desconfiada da minha suspeita e passei o resto do livro a tentar arranjar outros culpados. Mas a narrativa em geral captou-me a atenção e deixou-me a virar páginas vorazmente.
O worldbuilding tem algum potencial, mas gostava de ter descoberto mais sobre Erilea. Uma parte fantástica deste género é a complexidade que se pode atingir com um mundo totalmente novo, e espero que a autora consiga revelá-lo. As bases estão lá, mas sinto que ela está a fazer caixinha para o próximo livro. O mesmo aconteceu com a história passada da Celaena - temos vislumbres do seu passado, e há espaço para deduzir algumas coisas, mas há tanto envolto em mistério.
E por falar na Celaena - que personagem. Passei metade do livro na risota com as falas dela. Ela é tão, tão arrogante, mas ganhou o direito de o ser. Com a alcunha Assassin of Adarlan, e com metade do reino a pensar que é mais velha ou um homem, esta miúda de 18 anos é uma caixinha de contradições. Privada da infância e adolescência, ela tem uma perdição por romances, doces e vestidos bonitos - mas tem a capacidade de bater os outros competidores em todas as provas que enfrentam, distribui bocas sempre que pode e gera um burburinho mesmo quando as pessoas não sabem que ela é a Assassin of Adarlan.
O "triângulo amoroso" - uso aspas porque acho difícil termos um triângulo quando não há reconhecimento de sentimentos na direcção de um dos lados - bem, irritou-me um bocadinho. Achei divertido a Celaena ter dois rapazes a comer-lhe da mão em menos de nada. Contudo, toda aquela coisa de hormonas aos saltos e "ele é tão giro" com uma das partes soou-me a futilidade adolescente. Sai dessa, Celaena. Há tantas incompatibilidades entre os dois, e duvido que ele seja capaz de as ultrapassar. Com a outra parte houve alguma química, e o personagem em si tem mais potencial. Além disso, eles tiveram um "momento". Adoro este tipo de "momentos". (Não, provavelmente não é o que estão a pensar.)
O final torturou-me um bocadinho, porque cheguei a achar que as coisas iam acabar mesmo mal, e a traição envolvida deixou-me furiosa - para não falar do modo como ninguém se chegava à frente para travar a situação. Mas fez-me gostar mais da Celaena por ter conseguido resolver o seu problema sozinha (bem, quase). E as revelações posteriores deixam-me cheia de vontade de ler o próximo livro.
Infelizmente, tenho de esperar um ano. Acho que tenho de ir meter no nariz nas quatro mini-prequelas, a ver se me esqueço do quão longo um ano consegue ser.
Páginas: 416
Editora: Bloomsbury
Aaah, lá porque o Chaol não é tão atiradiço e descarado como o palhaço do Dorian não quer dizer que não esteja interessado -- ele deu-lhe um anel, pelo amor de deus!!
ResponderEliminarYep, aquele "momento" teve mil vezes mais chama do que todas as sessões de make out dos outros dois. >_>
Creio que com alguém tão, er, expansivo como a Celaena vai ser precisa alguma subtileza, daí eu achar que o Chaol tem muito melhores hipóteses assim que a rapariga ultrapassar a fase das hormonas. xD
EliminarAgora que penso nisso, acho que tentei ignorar/apagar da minha memória qualquer making out que tenha ocorrido. Estava tão incrédula ao início da ligação Dorian-Celaena que pensei que o livro tinha sido invadido pelos sonhos de algum deles. xP
Bem que sorte teres conseguido ignorar essas cenas, eu não consegui, irritavam-me até eu ver tudo vermelho à minha frente!
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