sábado, 29 de dezembro de 2012

Os meus desafios de leitura de 2012

Desafios. Parecem coisas restritivas, o que não encaixa com a minha personalidade de leitora - sou uma espécie de nómada, pego no que me apetece, leio viajo para onde me apetece. Mas se não exagerar na adesão aos desafios, até me põem a ler mais, e algumas coisas diferentes. Puseram-me a ler YA, por exemplo, através do desafio dos autores YA/MG debutantes em 2011, ou históricos, cortesia de um desafio (challenge) semelhante para YA histórico.

Funcionam muito melhor que resoluções de ano novo, por exemplo. (A propósito disso, tenho uma história engraçada sobre umas resoluções que fiz o ano passado, talvez fale mais tarde disso.) As resoluções são feitas no início do ano, mas longe da vista, longe do coração, e acabam por não funcionar bem para mim.

Este post serve então para avaliar alguns desafios a que me propus durante o ano, internacionais ou não, ou até desafios pessoais. Nos anos anteriores costumo mencionar os meus desafios pessoais num post de retrospectiva, mas desta vez já são tantos que, bem, merecem o seu próprio post, e juntei-os com o balanço dos desafios "oficiais".

No Book Bingo fiz 4 linhas, e 20 casas, e só não preenchi tudo como tencionava porque a certa altura tive dificuldade em fazer corresponder os géneros que faltavam com o que costumo ler. Preguiça minha, confesso. Podia ter procurado ler livros que correspondessem aos géneros que me faltavam. Mas lá está, sou uma leitora "de disposições" e tenho de estar na disposição certa para ler um livro, especialmente de géneros menos explorados. Estou com vontade de repetir, para ver se para o ano consigo ver o cartão todo preenchido.

O desafio da série Soul Screamers da Rachel Vincent correu super bem, a organizadora era super empenhada, muito dinamizadora (ao contrário dos exemplos que vou dar a seguir) e os livros são bem bons, foi fantástico ler uma série quase toda de seguida. E ganhei dois livros da autora, um deles assinado, o que foi fabuloso.

Os desafios do Steampunk e do YA Histórico podiam ter corrido melhor. No Steampunk não li nem metade do que estava na minha lista inicial (ou seja, os livros ainda estão na lista dos por ler), mas li mais do que aquilo a que me propus (li 7 livros, propus-me a ler 6). No YA Histórico não cheguei ao nível que queria de 10 livros (li 9, ou prevejo ler 9, falta-me um que creio que vou acabar antes do fim do ano). Desmotivei-me. Um acompanhamento do organizador do desafio acaba por ser motivador, e em ambos os casos, as pessoas que organizavam não fizeram muito por isso.

No primeiro caso havia apenas uma página para deixar a ligação das opiniões ao longo do ano, e agora no fim do ano fui deixar a ligação do post de término e nem isso consegui fazer, aquilo não estava a funcionar. No segundo, a pessoa costumava, o ano passado, deixar um post para submetermos as opiniões, que era ao mesmo tempo um giveaway. Mas eu passo bem sem o giveaway, agora a pessoa nem dar a sensação de se lembrar ao longo do ano de ser o host do desafio... já o ano passado também se desleixaram para o fim, este ano foi durante quase todo o ano.

Resultado: não creio que me vá inscrever mais em desafios internacionais. (Mas não digo "desta água nunca beberei".) Posso criar desafios pessoais subordinados a estes géneros, à semelhança do que fiz com os de que vou falar a seguir, mas neste momento não tenho muita vontade de voltar a meter-me nestes challenges.

Desafios pessoais
  • Tencionava ler ouvir audiolivros, não consegui. Acho que fiquei traumatizada com a última experiência, no fim do ano passado, em que desisti do livro porque a narradora era demasiado queixinhas. 
  • A BD correu-me muito bem, ando há uns anos para voltar a ler mais BD e este ano li mais de 50 livros. Ajudou muito para o número a colecção Heróis Marvel (25 livros), e os livros baratinhos que encontrei na Feira do Livro. Foi bom matar saudades de um género que me interessou na adolescência, e agora que penso nisso, na infância. Acho que volto a ele ciclicamente.
  • Clássicos não li muitos (uns 4). Andei com a atenção noutras coisas, e acabei por não espreitar alguns que tenho cá por casa.
  • Já os livros em inglês foram quase metade das minhas leituras (quase 80). Podiam até ser mais. Ler em inglês aumentou a minha desenvoltura com a língua, e permitiu que os meus conhecimentos não estagnassem. Vale a pena continuar a apostar.
  • Contos... li uma ou outra antologia. Apostei mais nos contos e novelas do que nos anos anteriores. Não foi nada mau. O meu ficheiro Excel diz-me que li 4 antologias e 17 contos/novelas.
  • Não ficção -  não li nada. Não sei, não é o meu tipo, e é raro ler neste género, gosto muito mais de me perder nos mundos criados pelos outros.
  • Autores de outras nacionalidades/portugueses: não foi mau, o número de livros dos portugueses foi mais ou menos o mesmo dos outros anos (li 10 livros), e o número de livros dos autores de outras nacionalidades é grande por causa da BD que li, que tinha muitos autores franco-belgas (foram 27 ao todo).
Agora dois desafios que me deram muito gozo criar, quando os outros (Steampunk e YA Histórico) me falharam. A meio do ano, li dois ou três livros que me inspiraram a querer ler nesses géneros: YA Contemporâneo, e YA Fantasia Épica. Foi bom voltar a apaixonar-me por géneros que já explorei no passado. Com o primeiro contactei mais com Os Diários da Princesa e outros livros da Meg Cabot, mas, baseando-me na experiência deste ano, acredito que tem tanta coisa deliciosa para explorar. A fantasia épica, por sua vez, foi o que me lançou no género fantástico, e por isso tenho-lhe um apreço especial. Diria que ambos os desafios correram bem, tendo em conta que os "inventei" a dois terços do ano (li 8 contemporâneos e 5 épicos).

5 comentários:

  1. Belo apanhado!
    Eu compreendo bem quando dizes que os objectivos de início de ano raramente correm bem. Os meus este ano não chegaram a concretizar-se.
    Agora o que achei engraçado foi perceber que a nível dos teus desafios pessoais, eu acho que fiz exactamente o oposto:
    - Ouvi vários audiolivros;
    - Li menos BD do que costumava ler (eu era consumidora quase diária de BD);
    - Li mais clássicos do que o habitual;

    Gostei muito de ler estas tuas conclusões de fim-de-ano. Se calhar vou seguir o teu exemplo e usar antes desafios pessoais em vez dos impostos pelos outros, assim sempre se vai reduzindo a pilha de livros para ler em casa. :)

    Um bom ano novo!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Pôr as coisas por objectivos funciona mesmo mal comigo, não consegui cumprir por inteiro quase nenhum dos objectivos, e muitos ficaram mesmo pelo caminho. xD

      Ena, contrabalançámo-nos. :) Gostava mesmo de ter ouvido audiolivros este ano, mas entre os preços altos e a desilusão do ano passado...

      Parece-me a melhor abordagem de leitura agora, os desafios internacionais funcionaram no passado, mas creio que agora não vão ajudar. Estava a pensar em dar aos meus desafios pessoais destaque como dava aos outros, com um separador ali em cima para os ir acompanhando, assim não os desleixo. :D

      Eliminar