domingo, 30 de dezembro de 2012

Uma imagem vale mil palavras: O Hobbit - Uma Viagem Inesperada (2012)

Não percebo nada do assunto de fazer filmes, mas li O Hobbit com este filme (bem, trilogia de filmes) em mente. Sabendo o que sabia sobre a adaptação, apercebi-me de que o tom e evolução do livro não encaixaria bem com o que estavam a tentar fazer com a adaptação. Confesso que me fez falta o tom aventureiro e descomplicado do livro, mas como fã dos primeiros filmes, o tom mais épico não me desagrada. Compreendo a opção por este. Não tenho de gostar, mas como disse também não me desagrada.

Podia ser um filme mais curto. Creio que engonha um bocado em certas alturas, o que será aborrecido para quem não está tão familiarizado com a trilogia de O Senhor dos Anéis. (Sei que a minha mãe achou algumas partes enfadonhas.) Até eu me senti algo saturada a certa altura com o quão longo o filme é, e eu sou aquela maluquinha que gosta de ver as versões longas, até de A Irmandade do Anel.

No entanto, ver o filme foi um pouco como voltar a casa. Percorrer paisagens já exploradas. Matar saudades de personagens. O Elrond estava tão... feliz. Foi mesmo bom voltar a ver o Shire, e o Frodo e o Bilbo no momento em que A Irmandade do Anel começa (mais ou menos). Nem reconheci o Ian Holm, parecia demasiado novo para o que eu me lembrava.

Acho que prefiro os anões como são apresentados no filme. No livro eram demasiado resmungões e parecia que nunca faziam nada para se safar, era sempre o Bilbo a fazer as coisas. Eram muitos, e não decorei o par nome+cara para todos, mas consegui apanhar alguns. E eu tinha razão, o Richard Armitage tem demasiado carisma para ser o resmungão velhote do Thorin. A sua versão de Thorin ainda é ligeiramente resmungão, mas também um herói trágico e príncipe sem casa. Um pouco a tender para o Aragorn.

A única coisa que lamento neste upgrade dos anões é a aparente diminuição da importância do Bilbo. No livro esta é claramente a história do Bilbo, mas aqui ele e os anões partilham o foco, o que narrativamente é um bocado pesado e desequilibrado. A simplicidade e a qualidade heróica do Bilbo foram as coisas que mais me agradou no livro, e aqui estão abafadas. E o Martin Freeman é perfeito para o papel, com os maneirismos e expressões que empresta ao Bilbo, bem que merece um grande destaque.

Oh, aquela cena com o Gollum! Adorei. Perfeita, fiel ao livro. O Andy Serkis estava fantástico nesta cena, o seu Gollum mereceu-me compaixão como nunca. O jogo de adivinhas deu-me um arrepiozinho na espinha pelo comportamento do Gollum. "If Baggins loses we eats it whole!" - ri-me tanto com esta, especialmente com o ar supersério com que o Bilbo lhe responde "Fair enough."

Entre as adições, gostei bastante do Radagast. Não sei do que estava à espera, já que ele aparece um bocadinho é na trilogia do anel, e não apareceu nos filmes correspondentes, mas agradou-me a sua personalidade mais ligada à natureza, com a cara meio coberta de líquenes como se estivesse parado muito tempo como uma árvore, e com o seu cuidado com o porco-espinho. (Achei o porco-espinho mesmo fofinho.)

Quanto à legendagem, céus. Estou com vontade de desejar um fim terrível ao palerma responsável pela tradução/legendas. Põem-me Eriador no lugar de Eriador Erebor, traduzem a alcunha do Azog (Defiler, acho eu) por gnomo, dão uma tradução a Dol Guldur (o nome devia ter ficado igual) que se me apagou da memória (ainda bem), e houve por ali umas trocas e baldrocas entre Orc e Goblin/Gnomo - mas aí creio que nem é culpa do tradutor. No filme usa-se ambos os termos como permutáveis, mas deviam ter-se ficado por um deles, para evitar confusão. O Tolkien usa apenas goblin n'O Hobbit.

Foi uma visualização dúbia, acho eu. Gosto de estar de volta à Terra Média, mas toda esta coisa do tom mais épico e da divisão em três filmes deixa-me um pouco desconsolada e cheira-me a mais do mesmo e a uma maneira de fazerem mais dinheiro sem arriscarem nada, porque já sabem que a combinação Tolkien+fantasia+épico vende. (Quase que desejo que o Guillermo del Toro tivesse ficado para realizar, estava curiosa para ver o seu trabalho aqui, gostei do que vi do Hellboy...) O filme tem os seus pontos altos, mas é excessivamente longo e o ritmo não ajuda. Espero que resolvam isto no filme seguinte. E mesmo assim, o meu lado fangirl adorou cada minuto de filme. Viu as falhas, mas adorou. *facepalm*

4 comentários:

  1. Eu acho que vou ter o teu lado fangirl o tempo inteiro, mais minuto menos minuto, mais tempo menos tempo. Lol. =) Adoro Peter Jackson, estou mortinha por estar mais um bocadinho com o Frodo *cof cof* e com o Gollum que adoro!!, e quero muito ver o desempenho do Martin Freeman. =D Só doidices, é o que é!

    P.S. – Que capa mais linda, a da Lisa! O livro é super giro, espero que gostes! =D

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    1. Lol, há que abraçar o nosso lado fangirl. xD Olha que as saudades que vais matar do Frodo aqui é mesmo só um bocadinho, tipo 2 minutos... mas o Gollum e o Martin Freeman não vão desapontar, creio. :D

      P.S. - é a edição britânica; lá está, eles é que fazem umas capas de romance histórico bem bonitas. ^-^ Estou a gostar, o pacto das Wallflowers é uma ideia bem divertida. :)

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  2. Pois... o Frodo é mesmo uma mini, mini, mini aparição. Mas é boommmm =) Também acho que não vão desapontar, estou mesmo, mesmo ansiosa, confesso.

    P.S. – pois é! bem bonitas, mesmo! =) As Wallflowers são um autentico magnet de sarilhos. =) Adoro-as!

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  3. Eu gostei muito do filme, principalmente da banda sonora. No início do filme senti-me imensamente nostálgica. Adorei!

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