Opinião: Este livro começa imediatamente após o anterior da autora, Aliança das Trevas. Cassidy começa a provar que é uma Rainha digna de reger um Território, mas alguns duvidam das suas capacidades e preferiam que outra Rainha os regesse. O aparecimento de algumas pessoas do seu passado acaba por desencadear uma mudança tremenda em Dana Nehele.
Primeiro quero resmungar um bocado contra as pessoas se fixarem demasiado na aparência. A Cassidy é descrita como ruiva, alta, desengonçada, mas nunca percebi exactamente o que é que tinha que fazia as pessoas acharem-na feia. Acabei por ficar a pensar que este é um daqueles casos em que a beleza está no olhar do observador e que possivelmente a Cassidy tem características pouco comuns neste mundo, o que faz com que as pessoas fiquem demasiado fixadas na sua aparência. É que a autora exagera um pouco na tentativa de passar a ideia de que a Cassidy é considerada feia. Parece o George R.R. Martin a dizer-nos um milhão de vezes que a Brienne é feia, com a diferença de que o Martin conseguiu fazer-me acreditar que a Brienne é feia.
Bem, tentei ignorar isto, já que aquilo que certas pessoas acham da Cassidy e da sua capacidade para ser Rainha de um território acaba por ser o motor deste livro. Sim, estou a falar de ti, Theran Greyhaven. Deves ser o personagem mais obtuso, burro e cego de todo o sempre. Perdes o apoio do teu primo, do homem que te criou, de toda a corte da Cassidy, de grande parte do território de Dana Nehele e mesmo assim não consegues perceber que estás a ir pelo caminho errado?
No entanto, isto é também uma prova da capacidade da autora em criar personagens ricos e cativantes, que mesmo que sejam uns idiotas ou uns coitadinhos, nós acabamos por ter pena deles ou por nos identificarmos com eles. A Kermilla, por exemplo, é muito divertida, na sua incapacidade de ver o que estava a fazer de errado. Por outro lado, passei um bom bocado do livro a torcer por alguém que tivesse a coragem de lhe torcer o pescoço.
Adorei os desenvolvimentos em torno da corte de Cassidy, de como as pessoas se tornaram tão leais a ela e em como se tornaram num grupo tão unido e atento a qualquer perigo. O desenvolvimento final na história foi muito interessante, e altamente irónico, considerando que o causador do mesmo era a pessoa que tinha menos interesse em que tal acontecesse. E tudo por causa da sua teimosia e incapacidade de ver bem as coisas.
A família SaDiablo continua a ter um papel bastante importante nos acontecimentos, enquanto que podemos também acompanhar alguns momentos das suas vidas quotidianas. Acho que era capaz de ler um livro só dedicado às suas vidas quotidianas, dado que teria muitos momentos interessantes e divertidos. Apreciei poder matar saudades de alguns membros da corte de Jaenelle. Os jovens do Primeiro Círculo dela proporcionam-me alguns bons momentos na trilogia e gostei de poder ver outra vez a Morghann, o Khardeen, o Aaron e a Karla (Beijinho, beijinho - ah que saudades!). Adorei poder conhecer melhor os sceltitas e explorar o que esta divertida raça tem para oferecer.
Mais um livro fantástico de Anne Bishop, que me deixou embrenhada na história e cativada pelos personagens. Agora que só me falta ler um livro do universo da Jóias Negras, estou a ficar algo nostálgica. Foi uma delícia poder acompanhar estas personagens, mas também estou algo expectante em relação ao que a autora está a preparar para nós.
Título original: Shalador's Lady (2010)
Páginas: 512
Editora: Saída de Emergência
Tradutora: Cristina Correia
Tens que ler o novo livro que a SdE lançou há pouco tempinho! Para qualquer amante da trilogia é como um doce para criança! =D
ResponderEliminarBjs*
Já o tenho cá por casa. :D Penso que será uma das próximas leituras. ;)
ResponderEliminarAchei que este livro foi um "regressar" à Bishop que me apaixonou, depois de alguns livros menos conseguidos. Adorei!
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