quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A Vingança, Há Horas Más, Meg Cabot

A Vingança, Meg Cabot
Há Horas Más, Meg Cabot
Estes livros marcam a parte central da narrativa da série Mediadora, e por isso já estão mais confortáveis a contar a história, apresentar o mundo e caracterizar a heroína, conseguindo ainda plantar algumas pistas para os próximos acontecimentos.

Em retrospectiva, diverti-me imenso com o enredo de A Vingança, e com as reacções da Suze ao Michael Meducci, o totó residente, ter uma paixoneta por ela. É um livro que aumenta o nível de perigo, porque os fantasmas neste estão à procura da titular vingança, e não vão parar até a obter... por outro lado, a Suze cede ao desejo de deixar fazer vingança, quando compreende o que o vilão fez e o quão emperigou-a e à sua família e amigos.

Aliás, esse é um dos meus pontos favoritos do livro, a cresente relação da Suze com a família. É uma coisa que ela ainda não está confortável em trabalhar, mas os filhos do padrasto, o Andy, começam a tratá-la por irmã, e à mãe dela como mãe. Não que haja tentativa de substituição da mãe deles, que morreu, é mais como a família estar a começar agir como uma unidade. E a mãe da Suze tem uma cena adorável com o David, o mais novo.

Além disso, sabemos uma pequena coisa sobre o padre Dominic, que não parece ser bom sinal para o futuro da Suze. Dá-lhe mais dimensão (ao personagem do padre), e faz-me apreciar melhor a sua personalidade, como se tornou padre e o tipo de mediador que escolheu ser.

Contudo, ainda adoro mais Há Horas Más. Porque acontece uma coisa ao Jesse e deliciei-me com a Suze que se revela nesse momento. Ela sempre foi um bocado descuidada, com uma atitude devil may care, mas muito pragmática, em relação às coisas. Só que basta roubarem-lhe o Jesse, e ela perde completamente a cabeça. Foi interessante vê-la de cabeça perdida e lançar-se para as coisas já não em modo devil may care, mas em modo algo suicida. Acho que nunca esperaria vê-la reagir assim, ficar meio louca com os acontecimentos, e suponho que é por isso é que é tão cativante de acompanhar.

É claro que isto me faz apreciar melhor o padre Dominic, que deve ter uma paciência de santo para a aturar. Coitado do homem, sempre com o coração nas mãos à espera da próxima coisa estranha de que a Suze se lembra e com a qual ele naturalmente não concorda. E na qual ele acaba por ter de entrar, porque a Suze leva tudo à frente, e o melhor é ajudar e certificar-se que ela está a fazer as coisas perigosas do modo mais seguro possível. Espero que alguma vez ela lhe dê ouvidos.

Conhecemos dois novos mediadores. Um é o pequeno Jack, que Suze tenta ajudar a entender o seu dom, já que até agora isso só o tem afastado dos outros. E o Paul, que vai ter importância nos eventos daqui para a frente; e que até neste livro tem uma certa influência que só se torna óbvia no fim. E, tenho de acrescentar, o Paul arrepia-me, por já saber do que é que ele é capaz.

Continuo a achar que a Suze é uma espécie de irmã mais nova da Charley Davidson (personagem dos livros da Darynda Jones), não só pela atitude, pelo humor e pela inclinação para os sarilhos, mas também para a maneira como reagem a muitas coisas, incluíndo situações traumáticas.

Nota não muito positiva para a tradução, que nos primeiros livros traduziam mediator por mediadora, e agora lembram-se de traduzir por médium. O que é hilariante e confuso, quando a Suze fala no texto de médiuns, e os médiuns de médium confundem-se com médium de mediadora. Ugh.

Aquele fim do Há Horas Más foi de morrer e chorar por mais. Um tudo-nada cliffhangeresco, muito excitante, e super animador para os livros que vêm a seguir. Só não percebo como é que a Bertrand achou que era boa ideia deixar os leitores pendurados assim. Not cool.

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