quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Haunted, Twilight, Meg Cabot

Haunted, Twilight, Meg Cabot
E chega ao fim esta série da Mediadora. Se bem que agora que descobri que o sétimo livro foi adiado para Fevereiro de 2016, bem que gostava de ter seguido o meu primeiro instinto e ter começado o meu desafio Meg Cabot com os Diários da Princesa, que ainda hão de ser publicados a meio de 2015... assim, quando chegar a 2016, já não me lembro de nada.

Estes dois últimos livros da série fogem um bocadinho ao esquema geral do enredo que os anteriores tinham, por duas razões. Uma é que exploramos melhor aquilo de que os Mediadores são capazes, pelas mãos do bad boy de serviço, Paul Slater, e o acesso inédito que ele dá à Suze ao conhecimento de um Dr. Slaski, que teorizou sobre as capacidades dos Mediadores.

É uma parte do enredo muito interessante, porque mostra algo que sempre pensei, que a Suze era capaz de mais, muito mais. E por isso gostava que este aspecto tivesse começado a ser desenvolvido um pouco antes. Valia a pena tê-lo explorado melhor, apesar de a própria Suze já ter apanhado algumas coisas ao longo dos anos. Além disso, é difícil não pensar que a exploração deste tópico é algo interesseira, pois vai ter preponderância no desenlace da série. Suponho que gostava que esta Chekov's gun tivesse sido plantada mais cedo.

A segunda razão é o próprio Paul Slater e o turbilhão que gera na vida da Suze. É um personagem complicado, no mínimo, e aprecio a nuance que a autora lhe atribuiu. É alguém a quem poderíamos chamar mau, porque se opõe à heroína, e porque usa métodos muito pouco morais ou éticos; mas há algumas coisas que aponta e que tem razão em defender que sejam assim, porque alguém que estivesse de fora da vida da Suze pensaria o mesmo.

É arrogante, charmoso e inteligente, mas há uma espécie de sombra que o segue, um quê de solidão e de isolamento auto-infligido. Às vezes fez-me pensar que o comportamento dele é mais uma maneira de afastar as pessoas do que realmente algo que ele faz porque acredita que está a proceder de acordo com os seus interesses. Portanto, boa caracterização, e mais uma vez gostava que a Meg o tivesse apresentado mais cedo, para o conhecermos melhor.

Já o disse aqui uma vez, e volto a dizê-lo. Gosto muito da Suze arrogante, teimosa e com atitude e garra, mas também me divirto quando ela perde a cabeça e anda à toa. Isso acontece-lhe novamente no sexto livro, Twilight, e por causa de quem? O Jesse. Admito que é uma situação complicada, e uma que deixou a Suze do lado errado do que está certo e errado porque estava a pensar com o coração, mas também fico contente por ela depois ter compreendido o que estava em jogo.

Aliás, ao longo da série (e destes dois livros), ela tem tido uma evolução interessante. Uma jovem que estava tão habituada a cuidar de si, e encontrou uma rede familiar e de amigos tão boa. O padrasto Andy e os três meio-irmãos já são como família, e como tal, portam-se todos como família, eles, ela e a mãe, com as discussões, problemas e castigos, mas também o carinho, as piadas, a preocupação uns com os outros.

Para além disso, gosto de ver a Suze apoiar-se mais no padre Dominic, e finalmente pedir-lhe conselho, ainda que não seja aquele que ela quer ouvir. O padre, coitado, não sei como a atura, tendo em conta as loucuras dela e os sarilhos em que se mete. E tenho de mencionar a CeeCee, que é toda analítica e científica, mas que (ou talvez por causa disso) dá um tiro certeiro no mistério do Jesse e percebe o que realmente se está a passar ali.

Ainda tenho de mencionar o Paul no que toca à Suze, porque lhe coloca um dilema curioso. É muito claro quem é que ela ama (o Jesse), mas é interessante ver que isso não a impede de sentir atracção por outra pessoa. É bastante realista e gosto de ver a Suze a ser obrigada a lidar com o problema, especialmente porque essa atracção deriva de um impedimento de ter uma relação normal com o Jesse, e de um afastamento que não é emocional mas físico.

O final da série e a solução da autora são a coisa mais intrigante de todas. Quando comecei a ler a série, há muito, muito tempo, não imaginaria que terminasse assim. E quando cheguei ao fim dela, há uns anos, fiquei impressionada com a conclusão. É bastante cor-de-rosa, e podia ser extendida mais um pouco para explorar as possibilidades, mas é uma solução relativamente simples e elegante para o problema que dominou a série. (Não quero pensar no contínuo espaço-tempo e nos problemas que o fim deve ter dado. Prefiro viver feliz e ignorante, satisfeita com o fim.)

2 comentários:

  1. Que nostalgia que me deu a ler este post *__* Li esta série quando era mais nova, mas li apenas os que saíram em PT, e como tal acabei por nem saber o final. Já há muito tempo que não pensava nela, mas agora fiquei com o bichinho :P

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    1. Boas!

      Eheheh, a mim a nostalgia bateu forte ao saber que a Meg ia escrever mais um livro para esta série, tive mesmo de relê-la em jeito de preparação. :D Também fiquei pendurada com a editora em português deixar a série a meio, e apesar de na altura ter conseguido arranjar maneira de ler os dois que faltavam, não resisti a voltar a pegar-lhes. :)

      Se chegares a lê-los, boas leituras! ;)

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