sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Ladrão da Eternidade, Clive Barker


Opinião: Este livro lê-se como uma fábula, mas não necessariamente uma para crianças, por apresentar alguns conceitos mais maduros e macabros. No entanto, consigo imaginar o meu eu naquela idade entre a infância e a adolescência a ler este livro e a ficar fascinada pelas ideias expostas e pela imaginação vívida do autor.

Harvey Swick é um rapaz que, num aborrecido Fevereiro, deseja divertir-se. Surge-lhe um estranho, Rictus, que o leva para a casa do Senhor Hood, a Casa de Férias. Nesta, todos os dias comportam as quatro estações do ano, todas as crianças se podem divertir enquanto quiserem, tudo aquilo que quiserem lhes é fornecido.

Mas numa casa assim, será que tudo é o que parece? Harvey é um rapaz de 10 anos bem esperto, que começa a perceber que nem tudo está bem, e apercebe-se daquilo que está escondido por trás da fachada da casa.

Gostei muito quando o Harvey se viu obrigado a voltar à Casa, para roubar o que lhe fora roubado, acabando por dar razão de ser ao título do livro. E gostei das maneiras imaginativas como ele lidou com os obstáculos que se lhe opunham.

O livro é curto, mas funciona muito bem assim. Não achei em momento algum que faltasse algo à história. Aquilo que o autor decidiu pôr em texto é intrigante, a sua imaginação é excitante e as ideias que transmite com a história fazem realmente pensar. Acabei o livro a pensar que terei de ler qualquer coisa do autor mais longa, porque fiquei mesmo curiosa para ler mais qualquer coisa dele.

Título original: The Thief of Always (1992)

Páginas: 192

Editora: Saída de Emergência

Tradução: David Soares

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Aquisições - Setembro 2011

Mês em que me portei mal, bem mal... eu sei, bad p7. Em minha defesa, alguns foram ganhos em passatempos, e uma boa parte comprados em promoções ou em alfarrabistas. Enfim, passemos à lista de compras da desgraça:

- Ricochete e Uma Voz na Noite, Sandra Brown
Comprados numa promoção da Fnac online, o segundo de oferta na compra do primeiro. Autora com boas recomendações, estou curiosa.

- Midnighters - Meio-Dia Azul, Scott Westerfeld
- Sangue Gelado, Claudia Gray
- Por Favor, Não Matem a Cotovia, Harper Lee
Comprados na feira do livro (e do disco e do DVD) que está presentemente na saída da estação de metro do Oriente, em 2ª mão, a 7,5€ cada, como resistir? Ainda no outro dia andava a pensar em ler o último... E os outros dois são continuações de colecções que andava para ler.

- Marina, Carlos Ruiz Zafón, lido
- A Princesa Guerreira, Barbara Erskine
Comprados num alfarrabista, a sensivelmente metade do PVP, como novos (sem dobras na espinha e tudo). Dado que foi o PVP que me afastou da compra de ambos, foi de aproveitar.

- O Ladrão da Eternidade, Clive Barker, lido
- Antes Bruxa que Morta, Kim Harrison, lido
- O Pintor de Sombras, Esteban Martín
Sobre o primeiro, estava curiosa, sobre o segundo, estou a acompanhar a série da Rachel Morgan e queria muito ler. O terceiro foi oferta no site da editora.

- Segredos de Sangue, Charlaine Harris, lido
- Quando Sopra o Vento Norte, Daniel Glattauer, lido
- Mona Lisa Desaparecida, R.A. Scotti
Todos ganhos em passatempos. o primeiro foi a minha irmã que ganhou no blogue Sangue Fresco (o meu obrigado ao blogue, já agora, e também à minha irmã por ser uma sortuda), mas conta como aquisição porque ambas seguimos a saga (quando a autora esteve em Portugal, até lhe pedimos para dedicar um dos livros às duas). Os dois seguintes foram ganhos em passatempos do DN, que comprava este Verão por causa da colecção da Biblioteca de Verão, e que só fui buscar à sede do jornal quando voltei para Lisboa.

- The Uncertain Places, Lisa Goldstein
- Frostbound, Sharon Ashwood
Ambos ganhos em passatempos. O primeiro, no blogue Cuidado com o Dálmata (e o meu muito obrigado à jen7waters), o segundo no evento Fantastic Fables organizado pelo blogue Tynga's Reviews (thank you so much, Tynga and Sharon Ashwood!). Devo dizer que foi uma parvoíce entrar no passatempo, porque é o 4º livro da série, mas estava de férias, tinha tempo e andava a entrar em todos os giveaways internationais que houvessem. Pelas críticas no Goodreads, pode ser lido isoladamente, até porque parece ser uma série de romance paranormal em que o casal muda de um livro para o outro. E, bónus, tem mulheres nas capas, ao contrário do que é habitual nestes livros.

- Lord of the Vampires, Gena Showalter, a ler
- The Body at the Tower, Y.S. Lee, lido
- Cascade, Lisa T. Bergren, lido
- Wither, Lauren DeStefano, lido
- Forgotten, Cat Patrick, lido
O primeiro é duma série de romance paranormal cuja autora vai mudando a cada livro, e estava curiosa. Os quatro seguintes para os challenges que ando a fazer. Devo dizer que os históricos (2º e 3º) foram muito mais satisfatórios que os outros.

- The Night Circus, Erin Morgenstern
É o hardback mais bonito que já tive, não que tenha muitos. Mas é mesmo bem giro - as páginas têm as bordas pretas, tem fitinha para marcar onde vamos e o design da capa e do interior é de babar. A autora tem umas imagens no seu blogue desta edição, a UK, e da edição americana (US). O livro tem recebido muito buzz lá fora (sabemos que um livro tem muito buzz quando é comparado ao Harry Potter, apesar de a premissa e a sinopse serem tão diferentes do mesmo), e só espero que seja tão bom. Teria começado a lê-lo logo que saiu, mas o Book Depository portou-se mal e mesmo em pre-order levou um bom bocado a mandá-lo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Marina, Carlos Ruiz Zafón


Opinião: As opiniões deste livro nunca deixam de mencionar a sua ligação aos livros mais conhecidos do autor, A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo. Eu não posso ser a excepção à regra, pois logo de início me apercebi da ligação - em termos de desenvolvimento do enredo, os três livros têm uma linha comum:

Rapaz conhece rapariga. Rapaz e rapariga são amigos. Rapaz e rapariga tropeçam num mistério. Mistério esse que envolve uma tragédia ocorrida há anos, mortes misteriosas, eventos sobrenaturais, e ao desenterrar a história no presente desencadeia-se uma série de eventos dramáticos que envolvem sempre mortes, desgraças, e uma história que vai sendo desembrulhada aos poucos pelo leitor juntamente com os protagonistas.

Apesar de ser mais curto que os seus sucessores, creio que Marina consegue desenvolver uma narrativa igualmente satisfatória e algo complexa. E para quem gostou dos livros anteriores do autor, como eu, creio que este livro enche as medidas.

Deixei-me fascinar novamente pelas deambulações por Barcelona. Pelo ambiente gótico, cheio de tensão e expectativa, sempre à espera do próximo acontecimento trágico. Pela maneira como, apesar de apresentar eventos sobrenaturais ou tecnologicamente anacrónicos, o autor ainda assim me convence que aquilo é real e me envolve na história, virando as páginas ansiosamente até ao final.

Ah, e o fim... poderia dizer que é típico deste autor, tão melancólico e triste. Acho que já estava à espera que acontecesse, pois há algumas pistas espalhadas pelo livro.

Tenho pena de só ter podido pegar neste livro agora, mas quando saiu arrepiei-me toda por pagar 18 euros e tal por um livro de 250 e poucas páginas. Felizmente há alfarrabistas e outros sítios do género para comprar, e nesse aspecto tive sorte.

Em Novembro o autor vai lançar em Espanha o terceiro do que pretende ser uma série de quatro livros, que incluem A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo, e este novo livro, El Prisionero del Cielo (qualquer coisa como "O Prisioneiro do Céu"). Quem sabe se não é desta que começo a ler em espanhol (especialmente se o preço do livro em português estiver tão escandaloso como o do Marina...).

Título original: Marina (1999)

Páginas: 264

Editora: Planeta Manuscrito

Tradução: Maria do Carmo Abreu

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Onde é que eu já vi isto?

Bem, depois de um Verão atarefado com o 45 Days Book Challenge, e de um regresso às aulas da faculdade ainda mais trabalhoso (parece que a cada ano os trabalhos para apresentar começam mais cedo... enfim, é o último ano), vou ver se volto a algumas rubricas meio abandonadas.

O primeiro caso descobri-o graças à minha irmã. Há uns dias a Nalini Singh divulgou a capa americana (à esquerda) de um livro seu que está para sair, Tangle of Need, o 11º da série Psy-Changeling. Achei que a capa me era familiar, e a minha irmã tirou-me as dúvidas: é a capa do Highlander - Amante Imortal, da Karen Marie Moning (à direita). Acho que a última usa melhor a imagem.


O segundo caso deve-se a duas capas da série The Hollows, da Kim Harrison. À esquerda temos a capa americana do 8º volume, Black Magic Sanction, cuja imagem foi usada para o 3º volume da edição portuguesa (à direita), Antes Bruxa que Morta. Gosto mais da portuguesa, que parece mais "limpa".

Depois, em baixo, temos a capa de This Side of the Grave, 5º volume da série Night Huntress da Jeaniene Frost. A imagem não é a mesma, e a modelo também não parece, mas a inspiração gráfica é definitivamente a mesma, com a gárgula e a mulher com ar fatal.



domingo, 25 de setembro de 2011

Wither, Lauren DeStefano

I'm submitting this book to the 2011 Debut Author Challenge, hosted by The Story Siren.


Review: This one got a lot of mixed feelings from me. The best way to explain it for me is to compare it to a beautiful crystal sculpture: it's lovely, and brilliant, but as you start to poke it and pick it apart, you end up finding flaws, or even shattering it.

Rhine is a girl that was kidnapped to become a wife of a wealthy man, in a world where girls live up to 20 years old and guys to 25. But she longs for her freedom, and she is keen in running away, back to her childhood home and her twin brother, to live whatever years she has left.

I liked how Rhine never lost focus of what she wanted along the way, despite having a priviledged life now, and I became a fan of Linden, her husband, because he was sort of alone and really blind to what was actually going on. I also enjoyed to meet the other wives, Jenna and Cecily, as their personalities were so well defined for me.

But I didn't enjoy how it passed so many time and Rhine seemed to do nothing to run away, as she said she wanted. I didn't like that there was so much foreshadowing on Vaughn being a bad person, and we don't directly see him do anything evil... there's just rumors and whispers.

I also didn't like that Rhine became first wife (the "favorite" wife to a husband, the one that gets to go out the house with him and such) so easily, and without developing a real relationship with her husband, Linden, which was so ridiculous. I don't mean this in a way that she should have "sold" herself, but it would have been so interesting to see her actually care for Linden, and have sex with him.

It just would have made for great character development. The way it happened, it just seems the author shied away of sex, as many YA authors do - but in a world where people die when they reach adulthood, teens would absolutely have sex. And to expect us to believe that Linden was married to her about a year, and nothing happened between them... I think that even with Linden being essentially a good guy, he would have forced himself on her.

And this a was lot of the book for me, second-guessing the author and imagining how the story should have been written, or how this world should have been built, in order to make it a more enjoyable read, a more satisfying story. And don't even get me started on the world building, as I would never shut up about it.

But I also enjoyed the book, in the sense it has a bittersweet and melancholic streak to it that really appealed to me. It felt like A Forest of Hands and Teeth in that way. Wow, the way mankind really screwed up things and now all that is left is despair... And this was a compelling read, as I read it through a couple of afternoons.

I should praise the person responsible for the graphic part of the book. The cover is gorgeous, and the motifs with all those circles and lines in the cover are very well used throughout the book.

If you're still reading this after all the complaining, I would say that I wouldn't recommend this book if you are a plot and world building kind of person. However, if you don't mind these, and are more of a character-driven reader, you might find this book quite enjoyable. I, myself, am still a bit on the fence about it, but I have hope that the second installment, Fever, is more tight story-wise, while keeping the characters interesting.

Pages: 368

Publisher: Simon & Schuster

sábado, 24 de setembro de 2011

Segredos de Sangue, Charlaine Harris


Opinião: Este volume começa com alguns pequenos capítulos dedicados à recuperação de Sookie depois dos acontecimentos do livro anterior. Gostei de ver os flashes da vida da Sookie por mostrarem o seu esforço para voltar à sua vida normal, e por prepararem algumas coisas que acontecem no livro.

Como o título original anuncia, temos mesmo mortos na família. Neste caso, conhecemos o criador de Eric, um romano chamado Ápio Lívio Ocella, que traz a reboque um "irmão vampiro" do Eric, o último dos Romanov, Alexei. Esta parte da história foi desconcertante pelos seus contornos e por não parecer ter muita influência (além da imediata) na história da Sookie, mas pode ser que o próximo livro me desengane.

Além disso, temos outros assuntos de famílias em vista: a Tara e o J.B. vão ter um filho (é bom ver que há algum casal ou família minimamente funcional neste mundo); o Jason parece finalmente estar a amadurecer; o Bill reencontra uma "irmã vampira" (estou curiosa para ver onde isto vai dar); a família féerica da Sookie também está presente nalguns momentos; os problemas com a família do Sam; o Hunter, o sobrinho/primo da Sookie passa um dia em casa da Sookie.

Gostava de falar sobre os últimos dois assuntos, já que para mim poderão vir a estar ligados no futuro da Sookie. A autora já disse algumas vezes que não tenciona transformar Sookie em vampira, e depois de a ver confrontar o assunto da (i)mortalidade neste livro, gosto mesmo da ideia. Vejo a Sookie a ter filhos, ou pelo menos a ser mãe. Gostava muito que o Hunter estivesse no futuro dela (se bem que seria preciso uma coisa horrível acontecer para isso se dar).

O percurso de vida que imagino para a Sookie leva-me neste momento a ter muitas dúvidas que ela e o Eric tenham um final feliz, porque simplesmente o ele ser vampiro não se coaduna com isso. Gosto do Eric, mas às vezes parece-me que a relação deles já não tem mais campo por onde evoluir.

A partir disso, eu e a minha irmã temos "cozinhado" uma ideia de que a longa lista de relações sobrenaturais da Sookie ainda não acabou. O Sam é o único com quem ela ainda não se envolveu formalmente numa relação, e podia dar uma vida estável à Sookie, além de ter uma esperança de vida mais próxima da dela. É uma ideia doida, eu sei, mas quem sabe se a Charlaine não se lembra dela?

O ritmo do livro é bastante lento, com poucas cenas de acção, mas (imagino eu) bastantes preparações para o próximo livro. Também acho que se divide por demasiados núcleos de personagens e enredos e acaba por ser algo confuso. Não é dos meus favoritos da saga (deve estar lá em baixo na lista), mas vale pelo que já mencionei acima, pela Pam (das minhas personagens favoritas), pelo Claude, que se revelou neste livro, e até pela alcateia de lobisomens do Alcide (já tinha saudades deles, e deram-nos uma Sookie alterada por substâncias provavelmente ilícitas).

Título original: Dead in the Family (2010)

Páginas: 288

Editora: Saída de Emergência

Tradução: Renato Carreira

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

The Body at the Tower, Y.S. Lee

I'm submitting this book to the YA Historical Fiction Challenge hosted by YA Bliss.

Description

Review: It's been a year since the events in A Spy in the House, and Mary has been working for the Agency in order to become a full-fledged member. In this book, she is presented with a great challenge: to pass as a 12 year-old boy to apprentice in a building site, when she is a 18 year-old woman.

Her objective is to learn more about the trouble at the building site of St. Stephen's Tower (that we know nowadays as Big Ben), where a series of strange events have occurred, among them a death. Meanwhile, James, poor James, has been in India engineering... well, something I can't quite remember. Instead, he got himself some malaria, which has taken him too close to death and has left him weakened.

Honestly, I didn't mind much the mystery, as it seemed a bit obvious to me what was going on (although the specifics failed me). The most important part to me, and I devoured the book until I got there, was Mary and James's reunion, which was especially awesome because she was in boy clothes (quite scandalous in Victorian times), and he sort of pretended he didn't recognize her at first.

And well, their scenes dominated the rest of the book for me. James was adorable, always trying to kiss Mary and trying to exert himself climbing up the Big Ben's stairs. That ending was just maddening. I understand Mary had to share that little tidbit about her... but James's lack of response was just unnerving!

I wonder how he will react to the other things she hasn't shared about her (like the Agency and her heritage). But then again, she already shared the most shocking piece of information, so I'm hoping he'll come around and avoid giving me a heartbreak next time. And, as Mary put it when they parted:
My life was in your hands on Sunday night. Nothing's changed since then, James. Not for me.
*swoon* So please, James, don't do something foolish. There was a new character in this book, Octavius Jones, the journalist, and I'm hoping that he can get James insanely jealous and then something more substancial can happen between Mary and James. I also expect that we get to know more about Mary's father, at least if she doesn't keep sticking her head in the sand about it.

I would recommend this story to historical and Victorian fans who don't mind YA, to mystery fans, and people who just love rooting for a couple.

Pages: 352

Publisher: Walker Books

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Antes Bruxa que Morta, Kim Harrison


Opinião: Quando leio um livro desta série não consigo deixar de ficar meio divertida, meio apreensiva... no primeiro caso, porque a Rachel passa a vida a meter-se em sarilhos quase sem saber como; no último, porque se tivesse a vida dela já tinha morrido algures no primeiro livro.

Neste livro, podemos contar com maior peso no desenvolvimento dos personagens, na apresentação de novos personagens, e no evoluir das relações entre estes - por isso, em ritmo, poderá parecer mais lento, mas também tem as suas cenas de acção.

Primeiro, porque a Rachel tem de enfrentar o Grande Al, depois dos acontecimentos do livro anterior. E ainda se consegue cruzar com ele umas 3 ou 4 vezes. Depois, mete-se em sarilhos algures com o Trent Kalamack (ainda estou para ver em que livro é que isto não acontece). O Kisten também é causa de alguns problemas para a Rachel... para não falar de um personagem novo que liga estes 3 ramos de complicações. Conclusão: os homens são os culpados de tanta desgraça que acontece à rapariga... (LOL)

Quanto aos desenvolvimentos românticos, também gostei... já estava à espera que o Nick armasse alguma coisa do género - só não esperava que nunca voltasse a ligar à Rachel, especialmente depois duma situação em que sabe que ela está em perigo, para ver ao menos se ela estava bem. Tornei-me bastante fã do Kisten depois deste livro. E estou a torcer para que a Rachel e o Trent passem os próximos livros às turras mais um bom bocado, porque isso para mim é sinal de que há esperança para que se envolvam algures lá para a frente.

Tive pena daquilo que aconteceu com a Rachel e o Jenks... mas ao menos parece que ele deduziu bem as razões dela. Espero que tudo volte ao normal no próximo livro. A Ivy, por outro lado, é uma personagem bem interessante, com os seus conflitos em torno de ser vampira. Mas preferia que ela deixasse de estar tão obcecada com a Rachel, porque aquela relação é algo doentia assim... a Rachel e a Ivy como amigas íntimas são um power couple, acho que quando se mete desejo e fome à mistura aquilo descarrila.

Enfim, gostei muito do livro, achei uma bela continuação para a série. Fico, claro, curiosa para ver o que vem a seguir para a Rachel, já que as coisas ficaram mais ou menos bem resolvidas no fim. Cada vez acho mais piada à personagem principal, e gosto da maneira como a autora escreve cada livro.

Nota final para as capas... notei que têm estado a usar as capas da edição americana de livros mais à frente na série - boa escolha, porque as primeiras capas são mais fraquinhas. E outra nota para esta capa em particular, que mal a vi achei que tinha um vibe da série Night Huntress, da Jeaniene Frost. (O livro que me lembrava era o 5º da série, This Side of the Grave.) Coisa curiosa, eu nem li nenhum livro dessa colecção. (A nossa mente funciona de maneiras estranhas. o_O)

Título original: Every Which Way But Dead (2005)

Páginas: 464

Editora: Chá das Cinco

Tradução: Rita Guerra

domingo, 18 de setembro de 2011

Quando Sopra o Vento Norte, Daniel Glattauer


Opinião: Ler este livro foi por um lado bem interessante. A internet parece tornar o mundo tão mais pequeno… A ideia de encontrar alguém por mero acaso na rede e desenvolver algum tipo de relação com essa pessoa parece intangível, mas real ao mesmo tempo. A maneira como a Emmi e o Leo começam a trocar é tão casual, mas rapidamente se torna numa troca furiosa de ideias.

Os seus e-mails são por vezes curtos, por vezes longos, por vezes inconsequentes, por vezes profundos. Achei que era irónico o Leo bêbedo ser mais dado a escrever coisas bonitas. Achei piada quando estiveram no mesmo café a tentar adivinhar quem era quem. E não chegamos a saber qual das possíveis Emmis era a verdadeira. Achei que a Emmi esteve, em parte, o tempo todo em negação. Se a sua vida familiar fosse mesmo satisfatória não teria deixado as coisas chegar onde chegaram.

O fim foi altamente insatisfatório para mim. Não porque o encontro entre ambos não se deu, mas porque acho que a Emmi se acobardou à grande. Quando cheguei às últimas linhas até me ri daquele final. É um cliffhanger muito pior que o do Em Nome da Memória, e por essa razão ainda bem que já sabia o fim, ou teria tido uma coisa a ler o livro.

Enfim, parece que há uma sequela, ou seja vamos deixar os leitores a sofrer durante mais um livro inteiro com o will or won't they. *roll eyes* O livro é curtinho, li-o numa manhã. Gostei, mas também fiquei um pouco irritada com os personagens, se é que isso faz sentido. A conversa (quase) bilateral entre os dois personagens quase parece obsessiva e gostaria de ter sabido mais sobre as suas vidas exteriores.

Título original: Gut gegen Nordwind (2006)

Páginas: 224

Editora: Porto Editora

Tradução: Susana Mendes Sereno

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Leviatã, Scott Westerfeld


Opinião: Adorei o que o Scott Westerfeld fez aqui com o cenário da 1ª Guerra Mundial (1GM). Em Leviatã, temos também a tensão entre as grandes potências europeias, e a corrida ao armamento, só que com uma reviravolta steampunk, com descobertas científicas e desenvolvimentos tecnológicos muito à frente desse tempo.

Dum lado temos os Clankers, representados pelos Impérios Germânico e Austro-Húngaro, que usam máquinas de guerra como zeppelins, fragatas de guerra com pernas e robôs-mecha. Do outro, os Darwinistas, representados pelos Britânicos, os Russos ou os Franceses, cujas armas de guerra são de origem natural, mas manipuladas: o ADN e o modo de o manipular foi descoberto muito mais cedo e os Darwinistas criam animais não encontrados na Natureza.

Um desses exemplos é o titular Leviatã, uma nave de guerra semelhante a um zeppelin, mas composta por uma baleia gigante cheia de hidrogénio, combinada com uma série de espécies responsáveis por tornar a nave quase auto-suficiente: é um ecossistema móvel fascinante.

No rebentar do conflito, com o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, conhecemos dois jovens: Deryn Sharp, uma britânica que se alista na Força Aérea como um rapaz, Dylan; e Alek, filho do arquiduque e perseguido pelas tropas alemãs.

Gostei bastante da Deryn. Achei incrível como ela conseguiu fazer passar-se por um rapaz, imitando até a fanfarronice e trejeitos dos outros jovens aspirantes a bordo do Leviatã. Houve uma cena com que me pôs a rir, em que põe espuma da barba na cara para fingir que se está a barbear. Até o Alek se deixa enganar, chegando a pensar que o "Dylan" era o rapaz que gostava de ter sido, se não tivesse tido uma educação privilegiada.

Não que seja muito difícil enganar o Alek, pensando bem. O rapaz passa o livro a cometer pequenos (ou grandes) faux-pas, como deixar escapar demasiadas pistas sobre a sua identidade, ou meter-se à frente da linha de fogo de aviões alemães. Acho que é um pouco convencido, dada a sua posição social, mas não é possível deixar de nos compadecermos com ele, já que perdeu os pais e se vê envolvido na guerra involuntariamente.

O enredo, usando a 1GM como pano de fundo, acaba por ser bem interessante e criando uma boa história de acção e aventura. Ressenti-me um pouco do tom mais juvenil que não encontrei nos outros livros do autor que tenha lido, mas habituei-me e não é assim tão incómodo. Os personagens secundários pareceram-me bem interessantes, com destaque para o conde Volger e a doutora Nora Barlow. A premissa steampunk já elogiei e volto a elogiar, pois achei bem interessantes as formas de armamento que o autor criou.

Fico muito curiosa para ver o que vem a seguir, se bem que me parece que ainda não é no próximo livro que a Deryn/Dylan "sai do armário", com muita pena minha, porque estou morta para ler as reacções dos personagens quando isso acontecer. Enfim, vou de certeza ainda rir um bocadinho à custa disso, porque os enganos em torno do sexo de um personagem dão às vezes pano para mangas. Também fico interessada em ver o que está reservado de seguida para o Leviatã.

Título original: Leviathan (2009)

Páginas: 336

Editora: Vogais

Tradutora: Raquel Dutra Lopes

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Cascade, Lisa T. Bergren

I'm submitting this book to the YA Historical Fiction Challenge hosted by YA Bliss.


Review: And again this author captivated me into medieval times, with this tale of two sisters, Gabriella and Evangelia Betarrini. In this installment, Gabi and Lia go back to Italy, taking their mother, to prove her they are not lying about the time portal they found. But given their role in the conflict between Siena and Firenze in the previous book, they soon get wrapped on a full-bloomed war, in which they risk their lives over and over.

How much can I praise this book? I'm already a huge fan of The River of Time Series, and I can hardly think there's only one book left for me to read. I really like the way Lisa T. Bergren writes, combining the more archaic (it's medieval times, after all) way of speaking between the characters, with the thoughts of a very 21st century girl, when we are reading Gabi's narration.

There's also the small detail that Lisa manages to put their main characters into all kinds of dire situations, creating two very brave girls. Gabi, especially, goes though all sorts of drama, and just keeps going. She's plain awesome, and probably my favourite character.

The guys are just drool-worthy. The tension and love between Gabi and Marcello is heart-melting, and I expect that they get their well-deserved happy ending in the third book. No less is acceptable. Lia starts to fall for her knight in shining armor too, Luca Forelli, and I'm rooting for him to get the girl as well. A guy that manages to survive the plague while running from a battle, through a forest, and with a dive or two in between, has to have my respect. And all that while still cracking jokes.

In the end, it seems the girls are starting to convince their mother of the charms (and perils) of medieval Italy, but then Lisa throws us the classic "let's just screw with the time continuum and see how it turns out" as a cliffhanger. I can see a way of making it work without ruining the timeline, but it would be quite interesting to see if there are actually any consequences of what the Betarrinis did.

I'm looking forward to reading the third book, Torrent, but also dread it a bit, as the description makes it seem like the plague is spreading through Europe and I just *know* someone's going to die. But I can´t stay away from the Betarrinis and this medieval tale, so... bring it on.

Pages: 416

Publisher: David C. Cook

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Curiosidades Literárias: Recomendações

Está uma pessoa sem internet por dois dias, e quando volta parece que tem milhões de coisas para ver/ler/fazer.. enfim, hoje não terei tempo ainda para deixar aqui a minha opinião do Cascade, da Lisa T. Bergren, mas vou aproveitar para destacar dois livros muito interessantes:

O primeiro é o audiolivro do If I Stay, ou Se Eu Ficar em português, da autora Gayle Forman. Está no Book Depository a cerca de 6 euros, e pelas indicações que encontrei, é uma edição completa, não abreviada. Até dei com duas críticas a dizer maravilhas do audiolivro (aqui e aqui). A história é curtinha e tem 5 horas de narração, ao que parece, mas não deixa de ser marcante e muito recomendável. Penso que seria um bom livro de iniciação à audição de audiolivros.

O segundo é um livro que reúne os comics publicados no blog cat versus human. Já não sei quem me recomendou este blog, mas tenho muito a agradecer-lhe, pois passei uma tarde a ler os comics desde o início. São muito engraçados para quem tenha tido, ou tem presentemente gatos, pois é capaz de se rever nalguns dos comics. Deixo aqui dois para espreitarem:


sábado, 10 de setembro de 2011

Forgotten, Cat Patrick

I'm submitting this book to the 2011 Debut Author Challenge, hosted by The Story Siren.


Review: At 4:33 AM every morning, London forgets the day that has passed and remembers what is to come. Every day at night, before sleep, she has to make notes to herself about what is important to remember about that day, and what she should know about the following day.

London's condition is so crazy. I can't imagine what it must be to forget everything that happened that day. And to read tons of notes everyday! But somehow, she manages. I got curious as to how memory is linked to our emotions and knowledge. How does London still care for the people she cares even if she doesn't remember them at the beggining of the day?

Also, because she forgets what she learned and what homework she did, I wonder how she keeps a pretense of normalcy at school. I figured the key might be repetition, because she overviews her homework and school subjects before school, and that might be enough to learn it? I don't know, the author should have made both matters more clear.

But I liked to read about how London met Luke and how she struggled with not remembering him and taking notes about what had happened. I also liked how their relationship developed, a normal teen boyfriend and girlfriend. That the paranormal aspect was so low profile in the story made their growing attachment more natural and cute.

Her friend Jamie drove me nuts. Why must the best friend always be a slut? She could have gotten into so much trouble, and she didn't care. Worse, when London tried to warn her about what could happen, she just wouldn't listen. I understand her need not to know what future has in store for her, but she could avoid doing certain very stupid things.

The mystery within the story is developed a bit late, although clues are presented quite soon. But it comes to a quite satisfying end, albeit it all turned out to be very unrealistic. But I liked how it was linked to London's memory problem.

A satisfying read, with a very cute teen romance, a very interesting premise, although the ending could be better, and the mystery could have also been better developed.

Pages: 316

Publisher: Little, Brown

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Demanda do Visionário, Robin Hobb


Não, isto não é um documento classificado da CIA, LOL. A minha opinião tem bastantes spoilers, por isso como é o fim da saga vou "esconder" as partes mais sensíveis. Para ler o texto é só seleccioná-lo.

Opinião: Um final espectacular e bem satisfatório para a saga. Que foi também estranhamente contraditório. Achei que as cenas na Estrada se arrastaram um pouco, mas adorei-as. Achei que as coisas na Pedreira iriam ser monótonas, mas foram excitantes. Creio que o final foi o mais acertado possível, mas estou aqui melancólica a desejar que muitas coisas fossem diferentes.

É assim que a Robin Hobb nos deixa: com a montanha-russa emocional por que faz passar os seus personagens, é impossível não os acompanharmos e rir e sofrer com eles. O Fitz deve ser o protagonista mais sofrido que eu já li. Primeiro, está sempre a ser ferido fisicamente. Depois, para acompanhar, a autora lança-lhe uns belos murros emocionais para dar cabo do rapaz. A única coisa que me anima é que ele não está propriamente sozinho, e tem pessoas que se preocupam com ele.

Este livro, mas do que o anterior, corresponde à demanda (quest) do título. Foi muito interessante acompanhar o grupo que parte (finalmente!) em busca de Veracidade e dos Antigos. Se bem que esta parte me deixou impaciente quanto à capacidade do Fitz a juntar as peças do puzzle - não percebeu nada do que se passava com a Esporana; a Panela e o Veracidade iam deixando, através das suas meias-palavras, muitas pistas sobre o que estava para vir; epercebi logo o que se estava a passar com o Bobo e a "praia do Capelim".

Mas as cenas na Estrada foram bastante interessantes. Vemos as tensões entre pessoas que viajam juntas. Gostei de ver melhor a relação entre o Bobo e o Fitz e os seus papéis nesta demanda (citando a Panela, são o Parvo e o Idiota, ahahah). Especialmente o Bobo, que finalmente se me revelou como personagem.

Quanto aos Antigos, já calculava o que eram (as capas anteriores, do 4º volume à frente e do 3º atrás são bem óbvias). Nunca me teria lembrado do modo de lhes pedir ajuda, seja a maneira do Veracidade como a do Fitz. A do Veracidade deixou-me triste, claro, porque apesar do tempo que ele esteve desaparecido nunca duvidei que a Kettricken o trouxesse para casa. A do Fitz, ainda me deixou mais espantada, porque é tão simples que até parece ridículo. É irónico que em animais esculpidos com Talento, seja a Manha crucial para os libertar. Ainda para mais por ser Manhoso ser uma coisa mal vista nos Seis Ducados...

Penso que a opção da autora de o Fitz não chegar a entrar na batalha final com os dragões contra os Salteadores faz todo o sentido. O seu papel já tinha tido lugar, e nem sempre os protagonistas duma história conseguem estar no centro de TODOS os acontecimentos, o que seria ridículo. Gostava que as coisas em torno dos Salteadores e de como eles criavam os Forjados tivessem sido mais desenvolvidas. Aquilo que os dragões faziam e como isso estava ligado aos Forjados podia também ter sido mais explícito.

Achei piada ao que o Fitz fez ao Majestoso. Sempre achei que o Fitz era muito mais capaz no Talento do que parecia, não esperava era a razão pela qual ele estava "empatado". Também gostei que a Robin Hobb conseguisse dar-nos o ponto de vista do Majestoso, e fê-lo muito bem.

Quanto ao final, acabei por achar bastante acertado o destino dos personagens. Incluindo o do Fitz. É triste, mas do modo como ele se vê de momento e é visto nos Seis Ducados só podia virar eremita. Até da Moli e do Castro já estava mais ou menos à espera, já que há pistas desde o 3º livro. O Breu tem um final que merecia. E Majestoso também tem finalmente o final que merecia.

Enfim, adorei esta série e estou curiosa para pegar na próxima, porque houveram coisas que ficaram em suspenso e estão mesmo a jeito para desenvolver na segunda trilogia. Recomendo vivamente, pela história, pela criação de mundos e até pela escrita.

Título original: Assassin's Quest (1997) [2ª metade do original]

Páginas: 480

Editora: Saída de Emergência

Tradutor: Jorge Candeias

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sondagem

Uma sugestão feita há uns tempos aqui no blog fez-me pensar em ligá-lo a uma rede social tipo Facebook ou Twitter. O problema é que no caso do Facebook só consigo pensar em desvantagens. Já passo demasiado tempo lá com a minha conta pessoal, as definições de tudo e mais alguma coisa estão sempre a mudar e a dar comigo em doida, e o conceito de privacidade está a ir pelo cano abaixo com esta rede social. No caso do Twitter, nunca usei, tenho apenas uma vaga ideia de como funciona e talvez fosse mais uma coisa que me consumisse tempo.

O meu desafio a quem estiver a ler isto é... deixem um breve comentário no post a falar da vossa experiência e/ou vantagens/desvantagens de cada uma. (Especialmente se usam o Twitter, do qual não percebo quase nada.) Agradeço desde já os vossos conselhos e opiniões.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Turno da Noite, Nora Roberts


Opinião: Estive a tentar engonhar a escrita da minha opinião até agora. Honestamente, não tenho grande coisa a dizer sobre o livro. Foi tão satisfatório como um romance pode ser, mas a mim, como leitora, não me satisfez num sentido mais abrangente. É por isso que não costumo ler romance contemporâneo: há qualquer coisa que me impede de ficar bem satisfeita com uma parte dos livros deste género. Podia dizer que é a autora, mas até gostei dos outros dois que li dela, embora também sentisse que lhes faltava algo.

Posso no entanto destacar as partes de que mais e menos gostei. Gostei de ver a vida de um locutor de rádio. Gostei mais das personagens femininas secundárias do que da principal. Gostei do protagonista masculino, com excepção de algumas atitudes mandonas dele. Achei fácil descobrir a identidade do vilão - ou então a minha cabeça é que fez a ligação entre duas coisas completamente irrelacionadas, mas parecia mesmo que a autora ao juntá-las no mesmo parágrafo nos quis dar a pista.

Não gostei que se notasse que está algo datado. Ninguém usa telemóvel no livro, sempre telefone. Na rádio usam discos. Como em discos de vinil. E algumas atitudes dos protagonistas me pareceram algo estranhas.

A ironia é que, apesar do grande meh! que este livro me faz soltar, gostava de ver o que acontece às protagonistas femininas dos próximos livros, que conhecemos neste.

Título original: Night Shift (1991)

Páginas: 320

Editora: Harlequin

Tradução: não disponível

domingo, 4 de setembro de 2011

Uma imagem vale mil palavras: Rizzoli & Isles, Temporada 1

Esta série baseia-se nos livros escritos por Tess Gerritsen com as duas personagens titulares. Em Portugal, os livros estão a ser publicados pelo Círculo de Leitores em capa dura, e pela Bertrand em capa mole, e ainda pela chancela 11x17 em livro de bolso.

A série passou recentemente na FoxLife, e começa no seu primeiro episódio por se apoiar no segundo livro, contendo flashbacks para o primeiro, adaptando livremente a história dos dois para dar algum background aos personagens. A partir daí, segue livremente criando casos novos para os personagens investigarem, mas apoiando-se muito livremente no quarto livro para criar o 9º episódio.

Em geral, gostei. Tenho consciência que a adaptação de livros é por vezes mais fácil para filme do que para série, precisamente porque o formato de série pede episódios fillers, enquanto tenta seguir a história original. Os criadores da série fizeram um bom trabalho, mantendo-se fiéis ao trabalho original enquanto adicionaram novas coisas à série. Creio que a série baseia-se mais na química entre os personagens na solidez dos casos de polícia investigados, mas tem espaço para evoluir.

No papel da polícia durona Jane Rizzoli temos a actriz Angie Harmon. Fisicamente imaginava a Jane mais baixinha e atarracada, mas a personalidade da Jane está toda lá. Maria-rapaz, teimosa, um pouco bruta, uma mulher a tentar ser bem sucedida num mundo de homens (a Brigada de Homicídios).

No papel da médica patologista Maura Isles temos a actriz Sasha Alexander. Aqui é ao contrário, tinha imaginado a Maura mais alta e magricela. Quanto à personalidade, já não me lembro bem da Maura (li os primeiros quatro livros há mais de dois anos), mas deram-lhe um carácter muito divertido: a Maura foi uma menina precoce, muito inteligente, e hoje em dia, apesar de vestir como uma modelo e ter uma casa espantosa, continua a soltar o seu lado nerd de vez em quando e largar pedaços de informação não solicitados ou que ninguém percebe. Ah! e tem como animal de estimação uma tartaruga mesmo grande, com uma carapaça maior que... um portátil, por exemplo.

Como mencionei acima, os criadores da série, e as próprias actrizes, acertaram na química entre a Jane e a Maura, e as cenas com elas a "trocar galhardetes", ou só a engatar um colega de aula de ioga, são muito divertidas. Quanto aos outros personagens, não me posso alongar muito em comparações devido a minha amnésia sobre o que já li dos livros, mas parecem-me interessantes, se bem que alguns parecem estar ali para encher a quota. Tive pena que o personagem Gabriel Dean não aparecesse muito, porque nos livros até tem um papel importante e a Jane passa o tempo todo "às turras" com ele.

Recomendo a série e ainda mais os livros, se gostarem de policiais/thrillers.

sábado, 3 de setembro de 2011

Arcanum, Thomas Wheeler

Sinopse

Opinião: No rescaldo da 1ª Grande Guerra, a morte de Konstantin Duvall, o fundador do Clube Arcanum, leva a que os seus membros se juntem novamente. À semelhança da Liga de Cavalheiros Extraordinários, o autor neste clube junta personalidades conhecidas, só que neste caso não são literárias, mas sim personagens reais - Sir Arthur Conan Doyle, H.P. Lovecraft, Harry Houdini e Marie Laveau. Tiveram, no passado, a missão de investigar situações sobrenaturais, e com o roubo do Livro de Enoch voltam a reunir-se.

Achei bastante engraçada a ideia de juntar pessoas conhecidas do início do século XX. O autor usa factos conhecidos da vida dos personagens para delinear as suas personalidades, mas não as chega a aprofundar muito. O Conan Doyle é suposto ser a imagem viva da sua maior criação (Sherlock Holmes), mas comete alguns erros crassos durante a história. Quanto à Marie Laveau, a Rainha do Vodu, preferia que fosse um bocado menos galdéria e um bocado mais maléfica. Mas o Lovecraft e o Houdini estão bastante perto da imagem que se tem deles e foram os meus favoritos. O Lovecraft com a sua psique frágil e com as suas criações literárias a introduzirem-se na história; o Houdini céptico, especialista em fugas, e também com um traço de "prima dona".

Da história em si gostei muito. Desenvolve-se a um ritmo alucinante, com reviravoltas e façanhas extraordinárias. Preferia que tivessem sido dadas mais pistas durante a história quando à identidade do vilão, e talvez que se tivesse discorrido um pouco mais sobre o que o Arcanum tinha feito no passado, porque é um aspecto que acaba por ser importante para a descobrir. A introdução do Livro de Enoch, do seu significado e de toda a mitologia angélica usada é a minha parte favorita, porque apesar de ser um tema batido é usado de forma criativa.

Também achei interessante a ideia por trás dos assassínios cometidos, em que às vítimas eram retiradas as espinhas dorsais, e outra coisa que é spoiler e que está ligada ao enredo principal. Nunca me teria ocorrido a razão pela qual os assassinos faziam aquilo (a não ser meia dúzia de linhas antes dos personagens). Os demónios introduzidos chamaram-me a atenção. E fiquei curiosa para ler alguma coisa do Lovecraft, pois referências e criaturas dos seus contos aparecem no livro. A maior parte percebi, por já ouvido falar da obra dele, mas gostava de perceber melhor.

Destaque para as breves aparições de outras personalidades importantes, como o Aleister Crowley, o magnata da imprensa William Randolph Hearst e A. E. Waite, o ocultista que criou uma das variações mais conhecidas do baralho de Tarot.

Recomendado a quem goste de aventura e de um bom thriller, e que se interesse por matérias ocultistas, ou por anjos; e que não se importe de um desenvolvimento mais fraco nos personagens e na escrita.

Uma nota final para as notas da tradução, que não se justifica que estejam todas reunidas no fim do livro. Preferia que estivessem incorporadas no texto, no fim da página correspondente, porque neste caso o que aconteceu foi perder várias vezes a passagem a que as notas se referiam. E já agora, resmungo um bocadinho também acerca do tamanho do livro, ligeiramente mais pequeno que os outros da colecção Bang! - vai destoar na estante. /fim da picuinhice

Título original: Arcanum (2005)

Páginas: 312

Editora: Saída de Emergência

Tradutor: João Pinto