Opinião: Estou neste momento a resmungar contra o facto de as três irmãs Brontë não terem escrito muitos livros, e também contra o facto de não ser muito fácil encontrar livros delas em português, além do Jane Eyre e d'O Monte dos Vendavais. É que para além destes dois, só li o Agnes Grey, há uns bons anos, e não me lembro de grande coisa.
Gosto da maneira como a Charlotte Brontë concebeu a história e a sua personagem principal. A Jane é uma personagem atípica, por estar numa posição social relativamente desprotegida e mesmo assim defender a sua independência com unhas e dentes. Várias figuras masculinas tentam condicioná-la de alguma forma, mas a Jane resiste sempre, prova do seu carácter firme.
Outro aspecto quase fora do seu tempo, é do casamento, que poucos podiam fazer por amor, mas a nossa Jane consegue fazê-lo. A autora cria uma história bastante feminista e optimista quanto ao papel da mulher e à união entre homem e mulher. (Especialmente se fizermos a comparação com a Emily e os seus Catherine e Heathcliff de O Monte dos Vendavais.)
Como herói, o Mr. Rochester é o arquétipo do, à falta de melhor palavra, bad boy - aquele personagem que é mauzinho/patife/misterioso/excitante mas que nós mulheres, feitas tontinhas, temos a ilusão que podemos mudar. O Mr. Rochester evolui de facto como personagem, mas é devido a um conjunto de factores variados, não só por causa da Jane. Esta não tem a ilusão que pode mudá-lo, aceitando-o e amando-o pelos seus defeitos e virtudes.
Posso dizer que vou juntar à Jane Austen esta autora e este livro como favoritos, e vou procurar pelos outros livros das três irmãs. A Charlotte publicou mais 3 livros, e a Anne publicou só o Agnes Grey, que estou curiosa de reler.
Título original: Jane Eyre (1847)
Páginas: 416
Editora: Book.it
Tradutora: Mafalda Dias
Ora bem, porque eu gosto de ter tudo arrumadinho, aqui fica um apanhado de todos os posts da leitura conjunta:
Este livro foi lido para uma leitura conjunta com a Rita do blog A Magia dos Livros em três partes. O post inicial da leitura, definindo como iria decorrer, está aqui ou aqui.
As minhas opiniões e as da Rita para cada parte:
Para além do Agnes Grey, a Anne também publicou The Tenant of Widefell Hall, que também foi editado em português mas há alguns anos.
ResponderEliminarLol, tinha que me esquecer de alguma coisa. Obrigada pela lembrança. ;) Encontrei uma edição desse livro na Europa-América, mas é naquela colecção dos clássicos, de capa mais dura, que é um bocado cara. :/
ResponderEliminar*sigh* é tão bom este livro...
ResponderEliminarMas olha que sempre achei que o Rochester queria ser mudado, mas só por, e para, a sua Jane. <3 É tão giro vê-lo a tentar (e a conseguir) fazer-lhe ciúmes, ria-me bastante nessas cenas. :')
Lol, finalmente posso apreciá-lo bem. :D Quando o li há uns 8-10 anos, achei-o estranho, acho. E nunca mais me esqueci da mulher doida no sótão. :P (Apesar de me ter esquecido de quase todo o resto da história.)
ResponderEliminarImagino que ele visse a Jane como a sua redentora e por quem podia mudar... mas não parece fazer grande coisa para efectivamente mudar. Pelo menos até todo o tipo de desgraças lhe acontecer. :P
Awww, as coisas doidas de que ele se lembrava para pôr a Jane com ciumes eram engraçadas... quase que me dava uma coisa quando ele se pôs a comprar o raio da carruagem, enquanto está a dar a entender que vai casar com a Blanche... e afinal quer casar com a Jane... no entanto já tem uma esposa. o.o Grande maluco!
Ahah, sim, tinha uma mulher no papel, fingia ter uma como noiva, e enquanto isso estava loucamente apaixonado por outra. Só o Mr Rochester... xD
ResponderEliminarAdoro essa parte em que ele leva o circo todo lá para casa, e compra a carruagem e mais não sei o quê, só para fazer ciúmes à Jane/abrir-lhe os olhos, e nem sequer tem concorrência. LOL, ele é louco...