Dr. Estranho - O Juramento, Brian K. Vaughan, Marcos Martin, Stan Lee, Steve Ditko
O volume contém algumas histórias mais antigas do Doutor, sobre as suas origens, o que dá alguma contextualização do personagem, mas que não se destacam especialmente.
Quanto à história titular, a arte agradou-me, colorida e dinâmica. As origens do Dr. Estranho são recuperadas, para explicar o título e as suas acções ao longo da história. A ideia por trás é boa, se bem que convoluta, por vezes. O Dr. Estranho enfrenta um inimigo místico e ao mesmo tempo ambientado num mundo bem real, em que um elixir milagroso o faz pesar a vida um contra a vida de muitos, relembrando-o do seu juramento de Hipócrates.
Homem-Aranha - Reino, Kaare Andrews
Uma história sombria para o Homem-Aranha. Estranho, mas ao mesmo tempo faz sentido. O Homem-Aranha tem um sentido de humor hilariante, mas ao mesmo tempo um percurso de vida trágico, e sempre pus a possibilidade de o seu futuro ser um triste futuro. Não tão tenebroso, mas é uma história de futuro alternativo, com tendências distópicas, cativante.
É deprimente ver o Peter no estado a que chegou, velho, senil, preso no passado. As coisas mudam quando alguém do passado lhe traz a velha máscara. (A propósito, foi engraçado ver esse personagem ainda rijo e mal-humorado.) A piada da coisa é que mal põe a máscara, o Peter recupera o sentido de humor. (Fiquei traumatizada com o ter visto o Peter velhote de máscara e boxers, lol.)
O aspecto distópico e a arte sombria conjuram uma história com preocupações actuais que me agradou ler. É um volume que vale muito a pena, um dos melhores da colecção.
Demolidor - Renascido, Frank Miller, David Mazzucchelli
Uma magnífica história de redenção e renascimento para Matt Murdock, que depois de ter caído o mais fundo possível tenta voltar a erguer-se. Muito boa, foi terrível seguir as sucessivas tragédias que aconteciam ao Matt pela mão do Rei do Crime, cujo alcance chega a todo o lado. (O que é assustador de ver, na verdade, quantos cordelinhos o homem consegue puxar.) O próprio Rei do Crime é um personagem interessante de seguir, pela extensão vingativa com que persegue o Matt Murdock ao descobrir que este é o alter-ego muito incomodativo (para o Rei do Crime) Demolidor.
Outra personagem que me cativou, apesar de a odiar no início por ser ela a traidora que dá o nome do Demolidor a um tipo qualquer por uma dose de droga, é a Karen Page, que se redime pela tenacidade com que tenta voltar a Nova Iorque, para avisar o Matt da palermice que fez. Destaque ainda para a arte, que me fez esquecer o ano em que foi feita, e que repete alguns motivos que se relacionam com a história.
Wolverine - Arma X, Barry Windsor-Smith
Adoro, adoro a arte deste senhor. O uso das cores é fabuloso, especialmente numa época em que ainda havia alguma restrição nas mesmas devido à impressão. O trabalho para criar pontos de luz e sombras é fantástico.
Mais uma história que desvenda um bocadinho as origens do Wolverine, mostrando-nos exactamente o que lhe aconteceu no programa Arma X, como adquiriu o esqueleto de Adamantium, e as experiências a que foi submetido. Contado do ponto de vista dos cientistas, tem um ritmo lento e levanta mais perguntas do que dá respostas. Só me falta ler alguma coisa da ligação japonesa do Wolverine.
O fim do volume conta ainda com a republicação duma história do mesmo autor que já conhecia através da série Clássicos da BD do Correio da Manhã, mas aqui em tamanho original, e num volume de luxo. Gostei e pude relembrar partes da história que já me tinha esquecido.
Novos Vingadores - Guerra Civil, Mark Millar, Steve McNiven
Uma história produto do dias de hoje, que obriga os super-heróis a reflectir no seu papel no mundo e os põe em lados diferentes da barricada no que toca às suas liberdades e responsabilidades. É um evento que se expandiu por vários títulos do universo Marvel, para além de ter direito a revista própria, cujos números são reunidos neste volume.
A história aguenta-se bem por si mesma, mas por vezes fazem-lhe falta as histórias laterais, passadas nos títulos de cada super-herói. As decisões do Homem-Aranha durante a saga, em particular, parecem um bocado descabidas se não se for lendo as revistas do super-herói, o que pude fazer há uns tempos com as revistas da Panini brasileira. A narrativa levanta algumas questões interessantes, mas o fim foi algo anti-climático.
A ler BD ?
ResponderEliminarSim senhor, parece ser bem interessante :D
BJS
Sim, o ano passado li imensa BD... recomendo. Esta colecção, em particular, tem uns volumes muito bons. ;)
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