quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Stolen Night, Rebecca Maizel


Opinião: Isto vai soar tão bizarro, mas... a minha parte favorita do livro é a página final com os agradecimentos. Porque se não fossem as menções da autora ao terceiro livro nos mesmos, o último capítulo deste livro tinha-me sufocado com a sua... sensação de finalidade e o epílogo matava-me com aquele cliffhanger mauzinho, que me fez pensar que a história tem continuação, mas ao mesmo tempo, sem confirmação da mesma eu fiquei à beira de um AVC. Muito semelhante ao fim do primeiro livro, na verdade. (Entretanto fica aqui a minha opinião do primeiro livro, Infinite Days. Está em inglês.) Já fui cuscar ao blogue da autora e parece que ela está prestes a entregar o manuscrito do terceiro, o que me dá esperança que antes do fim do ano eu possa ler o dito cujo.

Dito isto, vale a pena ler estes livros? Oh, se vale. Se só pudesse haver apenas um único livro/série de vampiros nas águas turbulentas que é o género paranormal YA, esta seria a série que escolhia. A Rebecca Maizel consegue cristalizar o ser um vampiro numa mistura de dor e vazio, violência e sangue. E apesar da personagem principal ter sido vampira, mas conseguido voltar a ser humana, as memórias do que fez atormentam-na e trazem-lhe consequências, até no presente, em que ela pensava estar livre de tudo isso.

Creio que a existência de um segundo livro é em si um spoiler, por ser a confirmação de que a personagem principal, Lenah, sobrevive a uma coisa que faz no fim do primeiro livro. E é seguro assumir que se ela sobrevive, outra pessoa que fez exactamente a mesma coisa também sobreviveu. Yup, esse mesmo. O que me deixou completamente esfuziante de alegria. O desejo e ânsia de estarem juntos que estas personagens transmitem são sentimentos tão doces e tortuosos, pelo impedimento que há a que isso aconteça. E aqueles capítulos finais, que determinam uma separação definitiva, apertaram e esmagaram o meu coração, pela ansiedade que causaram. Hei de sobreviver, com a promessa de um terceiro livro.

Não sei se é por ter lido o primeiro livro há uns 2 anos, ou se por inépcia da autora, mas o início deste livro soou-me... estranho. Como se tudo estivesse a acontecer demasiado depressa, e a ser atirado para cima de mim sem ter tido tempo de recuperar os acontecimentos do livro anterior. Acho que é a segunda opção. O enredo podia ter sido melhor trabalhado, porque grande parte da história consiste na Lenah a correr como um coelho assustado do vilão e a andar dum lado para o outro sem saber o que fazer. A sensação resultante é que a narrativa não tem um objectivo e não chega a lado nenhum. Mas na verdade, acontecem imensas coisas. Apenas precisavam de ser melhor construídas. Dou-lhe um desconto porque ainda tem grande parte daquilo que adorei no primeiro livro, e porque este foi um livro de parto difícil, mas espero que o terceiro livro esteja mais fluido.

Mesmo assim, fui surpreendida pela evolução da narrativa. Não esperava esta evolução da história ao terminar o Infinite Days, mas tornou-se interessante pelos dilemas que colocou à Lenah, e pelo passado que ela teve de enfrentar até chegar à conclusão que apenas uma coisa podia resolver tudo. Achei que ela se agarrou demasiado ao Justin, e ele a ela, mas isto acaba por ter uma explicação, tanto no caso dele, como no dela, já que o Justin significa a humanidade e a normalidade a que a Lenah se quer desesperadamente agarrar. Gostei muito de conhecer o Vicken, que é um personagem bem interessante e divertido ao adaptar-se à humanidade, e nesse aspecto um contraponto à Lenah.

Recomendo vivamente esta série, mesmo para os que estão fartos de vampiros, porque apresenta uma perspectiva bastante original sobre estes seres sobrenaturais.

Páginas: 432

Editora: MacMillan Children's Books

6 comentários:

  1. Olá,

    Ai este corvo que só aparece volta e meia :D

    Por acaso estou a ler o Draula e não me sinto nada farto de vampiradas, embora verdade seja dita tambem não li assim tanta coisa, Historiador, Sonho Febril e eu Sou a Lenda e pouco mais e penso proporcionar boas histórias.

    Vejo que esta é mais uma, gostei de ler o teu comentário, estás entusiasmada :D

    BJS

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    1. Essas são boas histórias. :D Mas por também há por aí umas piorzinhas, daí que eu tenha de fazer a ressalva, se há género sobre-lotado é o dos vampiros. xD

      Esta é uma boa história dentro do género, felizmente. :)

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